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[Museum] Património Cognição e Evolução Humana. Contributo para a explicação da origem da linguagem e da escrita.

To :   museum <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Museum] Património Cognição e Evolução Humana. Contributo para a explicação da origem da linguagem e da escrita.
From :   Pedro Pereira <pedropereiraoffic@outlook.com>
Date :   Mon, 5 Sep 2022 15:47:10 +0000

 

Relativamente à Mensagem n.º 22938, de 4 de setembro 2022, que se referia à questão do modo como ocorrem as passagens entre os níveis de complexidade entre as cinco variáveis do «modelo de compreensão do comportamento humano», recebi vários pedidos de esclarecimento. Aos quais respondo do seguinte modo:

Ao ser possível discernir aqueles sete modos, através dos quais se processa a percepção-representação de um Objeto-Facto na cognição ...

 

 

TIPOS DE OBJETOS

 

 

 

 

 

NOME DO OBJETO EM CADA TIPOLOGIA

 

 

1. Objeto-Natureza

 

 

 

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OBJETO (ORIGINAL) NATURAL

(no caso de não ser uma criação humana: refere-se à matéria/química/energia utilizada na formação-criação-construção do Objeto-Facto independentemente da acção humana)

 

2. Objeto-Imaginado

 

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OBJETO (ORIGINAL) CONCEPTUAL

(no caso de ser uma criação humana: refere-se ao Objeto-Facto que existe na ideia, intenção, imaginação, cognição, perpetração humana)

(a representação-codificação do Objeto na percepção. O que o cérebro e o sistema perceptivo captam e formalizam)

 

3. Objeto-Construído

 

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OBJETO CONSTRUÍDO

(o Objeto-Facto exteriorizado e formalizado numa construção-criação, servindo-se de um Suporte)

 

4. Objeto-Representado

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OBJETO DOCUMENTAL

(o Objeto-Facto sujeito a uma operação de identificação, nomeação, classificação, documentação, arquivística ou musealização)

 

5. Objeto-Comunicado

 

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OBJETO-INFORMAÇÃO

(o Objeto-Facto que é usado como Informação no processo de o comunicar)

 

6. Objeto-Relevante

 

 

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OBJETO-PATRIMÓNIO

(o Objeto-Facto que é escolhido para ser classificado como «Património»)

 

7. Objeto-Memória

 

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OBJETO-MEMÓRIA (TRANSMISSÍVEL)

(o Objeto-Facto que fica na Memória --- nos neurónios, nos percursos sinápticos, no hipocampo, no ADN, ou num museu/arquivo/biblioteca/base-de-dados --- para ser acedível pela Cognição dos presentes e vindouros, em qualquer dimensão do espaço-tempo, e em qualquer época ou contexto ambiental e geográfico)

 

 

 

... Foi possível demonstrar que, para a cognição, neste processo heptadimensional de percepcionar a Realidade, não há uma descontinuidade entre um «objeto IT» e um «objeto BIT». Essa ilusão de descontinuidade e de oposição (entre «material vs imaterial», «coisa vs informação», ou entre «tangível vs intangível») deriva de uma escolha de algum dos sete tipos de objetos pelos quais a realidade se metamorfoseia na cognição, que misturada, sem consciência, com a de outros desses sete tipos.

De facto, trata-se de «Objetos de objetos, de 1 a 7».

A principal consequência desse facto, e o contributo mais importante deste «modelo do ciclo de um objeto na cognição», foi permitir compreender que a «redução da Realidade a formas» foi o processo pelo qual os níveis de complexidade anteriores foram transformados em signos para uma linguagem (e um controlo) de nível de complexidade superior. Foi isso que operou a passagem entre as Variáveis 1 a 5 – do nível físico e biológico herdado, ao nível individual cognitivo e comportamental, até ao nível social e coletivo, e depois, cultural. E, finalmente, ser capaz de reinvestir o nível de complexidade cultural na própria modificação da condição biofísica herdada.

Assim sendo, este «modelo de compreensão do ciclo de um objeto-facto na cognição» fornece uma descrição empírica (quiçá, uma explicação) para a Origem da Linguagem e da Escrita. Concretamente,

 

Deteção e reconhecimento das Diferenças e distinções

da Diferença à Forma

da Forma ao Signo

do Signo à Linguagem

da Linguagem à Escrita e aos alfabetos

da Escrita ao Hipertexto

 

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Deteção e reconhecimento das Diferenças

 

 

Transformação e exteriorização das Diferenças em Formas

 

 

Representação exteriorizada das Formas em Signos (marcas, incisões, desenhos, ícones, indexes e símbolos). Primeira tentativa de redução da Realidade através delas.

 

 

Transformação das Formas em Linguagem

 

 

Transformação da Linguagem em Escrita pelo efeito coletivo e colaborativo, expresso na institucionalização e regulação social dos comportamentos individuais (sedentarização, urbanização)

 

 

Hipertexto (por efeito da capacidade de colocar os comportamentos sociais e as diferentes escritas em rede)

 

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> há 3,8 mil milhões de anos, aparecimento da Vida e do ARN

 

 

> há 3 milhões de anos, homo Habilis...

 

 

-14.000 anos (Lapa do Picareiro, Vale do Coa, Lascaux, etc.)

 

 

Aparecimento das linguagens e falas humanas

 

 

“ano 3300 a.C. (escrita pictográfica, Mesopotâmia); 3200 a.C. (hieróglifos, Egipto); 1300 a.C. (alfabeto fenício); 600 a.C. (escrita hebraica); 400 a.C. (alfabeto em latim); etc.” [P. Vernus, 2002, “Du signe à l’écriture: les naissances de l’écriture. L’évolution de l’écriture“, Dossiers Hors-Série, nº 33, Scientific American, p.4)

 

 

2000 d.C.

 

 

 

 

 

Na origem, diferentemente da língua, que surge no seio generalizado dos comportamentos individuais, a escrita é um assunto do Estado” (L. Murawiec, 2002, “Du signe à l’écriture: les naissances de l’écriture. L’évolution de l’écriture”, Dossiers Hors-Série, nº 33, Scientific American, p.94)

 

 

 

Seja como for, volta a ser um caso (fenómeno) que coincide com as passagens entre os cinco níveis de complexidade – variáveis 1 a 5, mais o retorno-reinvestimento da variável 5 na variável 1 – formuladas no novo «modelo de compreensão do comportamento humano».

 

            Pedro Manuel-Cardoso

 

 

 


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