Dois dos maiores estudos realizados sobre a história genética de populações humanas revelou que os habitantes da Península Ibérica são maioritariamente
descendentes de povos que migraram das estepes russas e ucranianas.
> Iñigo OLALDE,
et alli., 2019, “The genomic history of the Iberian Peninsula over the past 8000 years”,
Science, 15 mar 2019, vol 363, pp.1230-1234, DOI: 10.1126/science.aav4040).
> Jonathan A. HAWS,
et alli., 2020, “The early Aurignacian dispersal of modern humans into westernmost Eurasia”,
The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), September 28, 2020, vol. 117(41), https://doi.org/10.1073/pnas.2016062117).
No dia anterior às assinaturas dos “Tratados” que passaram a determinar politicamente as linhas das fronteiras e a “independência”… as Pessoas, Povos e Comunidades eram o quê? Faça-se
o percurso histórico inverso até ao aparecimento do primeiro "homo sapiens sapiens", e pergunte-se qual o sentido dessa coisa das 'nacionalidades'.
Por exemplo, agora, hoje, na mesma Península Ibérica (e em milhares de cidades espalhadas pelo atual Mundo) quantas pessoas de quantas origens étnicas e culturais diferentes ocupam e partilham o mesmo
território? As guerras lá, irão provocar guerras cá entres esses mesmos? Eles não estão também aqui? Pior do que uma bomba nuclear não será uma guerra civil generalizada nas “nossas” ruas, numa espécie de Babel descontrolada? A ética do atual
viver humano em sociedade não começa a ser outra coisa completamente diferente da de cada uma dessas famigeradas “nacionalidades”
per si? O todo já não é, atualmente, diferente de cada parte?
O “Listenbourg” – o novo país imaginário que nasceu em 2022 na quântica da internet, e que até já tem fronteiras concretas, hino, e bandeira – não será um prenúncio de mais uma mudança de “nacionalidade”,
ainda por cima, aqui na Península Ibérica? Entre o sonho e a realidade quantos anos faltarão? Atualmente, em termos concretos e factuais, os “gémeos digitais” e as identidades dos “duplos e avatares” já não adquiriram personalidade jurídica nalguns
países?
Não será um assunto de PATRIMÓNIO – quiçá, um dos mais importantes para o presente e futuro daquilo que designamos por
Humanidade? Como os atuais MUSEUS estão a lidar e a gerir este novo Objeto?
Pedro Manuel-Cardoso
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