Agora queixam-se?
Agora, os “monumentos e sítios” não são para acolher as
manadas que saem dos Cruzeiros, e invadem num turbilhão efémero tudo o que pisam? As ‘obras’ não são para isso?
Não será a consequência de terem trocado a
Soberania e a Identidade pelo dinheiro do Liberalismo (trajado de turismo e mobilidade, e acolitado pela ideologia trigonométrica da Arquitetura)? O objetivo não é fazer desaparecer as
fronteiras, e transformar as Identidades e os Países em “regiões”, com meia-dúzia de empresas transnacionais de quatro ou cinco países a dominarem tudo?
Desde as lojas históricas, aos cafés, aos passeios, aos jardins ..., até à precariedade nos empregos. Chamam-lhe ‘nomadismo’.
Não será a ditadura do “deixa passar, deixar fazer”? De quem vê nas
Diferenças e nas Singularidades um obstáculo à liberdade de passarem e fazerem a sua supremacia? Não será a lei do mais forte, de quem tem mais
Poder (militar, económico, político)? E por isso, pode chegar a qualquer sítio e comprar tudo aquilo que era
singular e diferente? Ou seja, destruir os pilares da diferença, da
identidade e da soberania.
Em 1980, estavam tão convictos de que o
futuro era abdicarmos da nossa Identidade (hoje, até lhe chamam ‘colonialismo’, ‘fascismo’, ‘nacionalismo’, ‘populismo’, ‘atraso’, e outros vitupérios). Os ditos “Republicanos” (aqueles que julgam que Portugal
começou em 1910, e em nome do “Internacionalismo”, que é a mesma ideologia do liberalismo apenas com aspecto inverso) não a ofereceram de presente aos países que mandam nessa fantasia e nessa armadilha política designada por ‘União Europeia’.
Não deram aos estrangeiros o nosso
País? Não o ofereceram – nos Tratados que assinaram nos claustros dos Jerónimos com toda a pompa? E com essa dádiva, também não foi a nossa
História e o nosso Património que deram? Porquê? Por julgarem que a troco desses
30 dinheiros obtinham um bem-estar balcânico? Ou terá sido também porque os outros, os da outra fação, os da elite não-republicana continua a preferir viver das rendas e da subsidiodependência do que criar riqueza?
Não será por causa disto, que agora se queixam do caminho das ‘obras’ no monumento?
Se calhar, até julgam que seria melhor fazerem da
Sé um hotel de cinco estrelas. Se calhar, para quem tomou as rédeas do actual
status quo, até ... ERA.
Pedro Manuel-Cardoso
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