O diálogo com Julliete Caron (‘International Association of Libraries, Museums, Archives and Documentation Centres of the Performing Arts’ | Conselho Internacional de Museus ICOM/UNESCO) acerca
da Arte no Museu do Ser-Humano prosseguiu, a partir da “Carta da Performance” publicada por Richard Schechner na edição de 22 de outubro de 1988 nas páginas 252-253 (R. Schechner, 1988, “Performance Theory”, Routledge, New York and London
| ISBN 0-415-90092-1).
The dialogue with Julliete Caron ('International Association of Libraries, Museums, Archives and Documentation Centres of the Performing Arts' | International Council of Museums (ICOM/UNESCO) on Art in
the Museum of the Human Being continued, from the "Charter of Performance" published by Richard Schechner in the October 22, 1988 issue on pages 252-253 (R. Schechner, 1988, "Performance Theory", Routledge, New York and London
| ISBN 0-415-90092-1).
Os textos de
Victor Turner, Edward M. Bruner, Rose Lee Goldberg, Gregory Battock, Allan Karpow, Stephan Brecht, Richard Kostelantez, H. Sohm, Clifford Geertz, Bruce
Kapferer, Renato Rosaldo, Barbara Myerhoff, e James A. Boon, serviram de pretexto para este diálogo.
The texts of Victor Turner, Edward M. Bruner, Rose Lee Goldberg, Gregory Battock, Allan Karpow, Stephan Brecht, Richard Kostelantez, H. Sohm,
Clifford Geertz, Bruce Kapferer, Renato Rosaldo, Barbara Myerhoff, and James A. Boon served as a pretext for this dialogue.
Adiante, partilho uma parte desse diálogo acerca da incorporação da “Arte” no
Museu do Ser-Humano:
Below, I share a part of this dialogue about the incorporation of "Art" in the
Museum of the Human Being:
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O ‘conceito heptadimensional do objeto’ adoptado pelo
MUSEU DO SER-HUMANO afecta o tradicional processo imagético e de visibilidade daquilo que atualmente se designa por “Arte”. E essa mudança releva em pertinência e utilidade para a gestão patrimonial da Arte.
The 'heptadimensional concept of the object' adopted by the
MUSEUM OF THE HUMAN BEING affects the traditional process of imagery and visibility of what is currently called "Art". And this change is relevant and useful for the patrimonial management of Art.
O MUSEU DO SER-HUMANO tem consciência dos autores e das obras que construíram a narrativa da Arte: Emile Mâle (1898), Bernard Berenson (1903), Heinrich Wölffin (1915), Rudolf Otto (1917), Roger
Fry (1927), Nikolaus Pevsner (1936), Alfred H. Barr, Jr. (1951), Erwin Panofsky (1953), E.M.Gombrich (“Art and Illusion: a study in the psychology of pictural representation”,
1960), Clement Greenberg (“Art and Culture: critical essays”, 1961), Francis Haskell (1963), Michael Baxandall (1972), T.J.Clark (1973), Svetelana Alpers (“The Art of Descibing: Dutch Art in the Seventeenth Century”, 1983), Rosalino Krauss (“The
originality of the Avant-Garde and other Modernist myths”, 1985), Hans Belting (1990), Milagros Müller (2010),
Michaela Giebelhausen (2020),
e outros.
The MUSEUM OF THE HUMAN BEING is aware of the authors and the works that built the narrative of Art: Emile Mâle (1898), Bernard Berenson (1903), Heinrich Wölffin (1915), Rudolf Otto (1917), Roger Fry (1927), Nikolaus
Pevsner (1936), Alfred H. Barr, Jr. (1951), Erwin Panofsky (1953), E.M.Gombrich (“Art and Illusion: a study in the psychology of pictural representation”, 1960), Clement Greenberg (“Art and Culture: critical essays”, 1961), Francis Haskell (1963),
Michael Baxandall (1972), T.J.Clark (1973), Svetelana Alpers (“The Art of Descibing: Dutch Art in the Seventeenth Century”, 1983), Rosalino Krauss (“The originality of the Avant-Garde and other Modernist myths”, 1985), Hans Belting (1990), Milagros
Müller (2010), Michaela Giebelhausen (2020),
and others.
O MUSEU DO SER-HUMANO tem consciência dos tipos de obras e autores que construíram o percurso histórico da Arte. Concretamente:
arte lítica, arte rupestre, românico, gótico, renascimento, barroco, rocócó, romantismo, impressionismo (1872), pós- e neo-impressionismo (1885), cubismo, futurismo, surrealismo, dadaísmo, suprematismo, expressionismo, expressionismo abstracto, video art,
realismo, minimal art/minimalismo, neo-plasticismo, abstraction-création, espacialismo, nova escola de paris, arte cinética, grupo zero, diferentes perspetivas da figuração, figuração existencialista, presentness is grace, colour field, descolagismo, neo-realismo/nouveau-réalisme,
neodadaísmo, pop art, arte conceptual/conceptualismo, pintura-acção, arte naif, new media art, pintura sistémica, abstracionismo, pós-minimalismo, corpo revolucionado, support-surface & bmpt, land art, arte povera, reincidência do género, apropriacionismo,
fotografia-arte alemã, realismo traumático, discursos-actos de alteridade, food-art, arte efémera, arte digital, geek art, arte atual, art brut, arte adventícia, arte ansiosa, street art, energismo, impronuncialismo.
The MUSEUM OF THE HUMAN BEING is aware of the types of works and authors that built the historical course of Art. Concretely:
lithic art, rock art, Romanesque, Gothic, Renaissance, Baroque, Rococo, Romanticism, Impressionism (1872), Post- and Neo-Impressionism (1885), Cubism, Futurism, Surrealism, Dadaism, Suprematism, Expressionism, Abstract Expressionism, Video Art, Realism,
Minimal Art/Minimalism, Neo-Plasticism, Abstraction-Création, Spatialism, New School of Paris, Kinetic Art, Group Zero, Different Perspectives of Figuration, Existentialist Figuration, Presentness Is grace, colour field, deescolagismo, neo-realism/nouveau-réalisme,
neodadaism, pop art, conceptual art/conceptualism, painting-action, naif art, new media art, systemic painting, abstractionism, post-minimalism, revolutionary body, support-surface & bmpt, land art, arte povera, recidivism of genre, appropriationism, german
photography-art, traumatic realism, discourses-acts of otherness, food-art, ephemeral art, digital art, geek art, current art, art brut, adventitious art, art anxious, street art, energism, unpronouncement.
O MUSEU DO SER-HUMANO tem consciência dos conceitos de Arte que são considerados na “História da Arte”. Concretamente: a Arte definida como sendo um “forma estética” (C. Bell); ou uma
“expressão e sentimento estético” (R.G. Collingwood); ou, como uma “essência ou
estrutura do invisível estético-artístico” (Nietzsche, Adorno, Heidegger, W. Benjamin, M. Mandelbaum, J. Lichtenstein); ou, como sendo “uma forma de conhecimento derivada da intuição” (Rudolf Otto, 1917); ou, explicada pela “utilidade e função”
(Tolstoi); ou, as interpretações da Arte que recusam as definições baseadas na “essência”, “impulso estético”, ou “propriedade universal”, e que adoptam o conceito de “semelhanças de família” (Wittgenstein, Weitz); ou, a Arte definida
através dos conceitos de “mundos-da-arte” e “contextos institucionais” (Beardsley, Dickie, Danto, Stolnitz, Goodman).
The MUSEUM OF THE HUMAN BEING is aware of the concepts of Art that are considered in the "History of Art". Concretely: Art defined as an "aesthetic form" (C. Bell); or an "aesthetic _expression_
and feeling" (R.G. Collingwood); or, as an "essence or structure of the invisible aesthetic-artistic" (Nietzsche, Adorno, Heidegger, W. Benjamin, M. Mandelbaum, J. Lichtenstein); or, as being "a form of knowledge derived from intuition"
(Rudolf Otto, 1917); or, explained by "utility and function" (Tolstoy); or, the interpretations of Art that reject definitions based on "essence," "aesthetic impulse," or "universal property," and that adopt the concept of "family
resemblances" (Wittgenstein, Weitz); or, Art defined through the concepts of "art-worlds"
and "institutional contexts" (Beardsley, Dickie, Danto, Stolnitz, Goodman).
O MUSEU DO SER-HUMANO tem consciência, também, das definições de Arte que a concebem como sendo uma «transgressão sistemática das normas da Tradição, ou do status quo». Ou aquelas que
consideram que a originalidade da obra-de-arte «deve ser medida pelo grau de indignação causada no recetor/consumidor/destinatário». Ou aquelas que acreditam que a Arte deve ser «um jogo de comunicação entre o autor e o recetor, e entre a coisa e
a sociedade».
The MUSEUM OF THE HUMAN BEING is also aware of the definitions of Art that conceive it as a "systematic transgression of the norms of Tradition, or of the status quo". Or those who consider that the originality
of the work of art "should be measured by the degree of indignation caused in the receiver/consumer/recipient". Or those who believe that Art should be "a game of communication between the author and the receiver, and between the thing and society".
O MUSEU DO SER-HUMANO – na incorporação da Arte como um ‘objeto’ do seu acervo – não fica circunscrito ao
Monismo ou ao Dualismo. Pois considera que, a opção Dualista conduz a concepção da Arte para uma sucessão sem fim de oposições inversas isomorficamente simétricas. E a
opção Monista conduz a concepção da Arte para uma pretensa Unidade
Estética (absoluto, essência, sublime, intuição, numinoso, etc.) para a qual todas as
obras-de-Arte aspirariam a priori. O MUSEU DO SER-HUMANO considera que a Arte, numa parte, vive e intercepta o mundo da Luz (isto é, de aquilo a que a visibilidade e a imagética humana, mediada pelo seu atual sistema perceptivo-cognitivo
herdado, lhe permite aceder). Porém, há uma outra parte, que co-existe no seu discernimento, e que está para além desse seu mundo atual de visibilidade e sensorialidade dado pelos limites do seu sistema corporal e orgânico de percepção e cognição. Nesse sentido,
o MUSEU DO SER-HUMANO considera que a incorporação da Arte no seu acervo irá implicar e obrigar a um acompanhamento da evolução do processamento e codificação dos sinais de
Diferença pela atual espécie humana.
The MUSEUM OF THE HUMAN BEING – in the incorporation of Art as an 'object' of its collection – is not limited to
Monism or Dualism. For he considers that the ‘Dualist option’ leads the conception of Art to an endless succession of isomorphically symmetrical inverse oppositions. And
the ‘Monist option’ leads the conception of Art to a so-called Aesthetic Unity (absolute, essence, sublime, intuition, numinous, etc.) to which all
works of Art would aspire a priori. THE MUSEUM OF THE HUMAN BEING considers that Art, in part, lives and intercepts the world of light (that is, of what human visibility and imagery, mediated by its current inherited perceptual-cognitive
system, allows it to access). However, there is another part, which co-exists in your discernment, and which is beyond your current world of visibility and sensoriality given by the limits of your bodily and organic system of perception and cognition. In this
sense, the MUSEUM OF THE HUMAN BEING considers that the incorporation of Art in its collection will imply and oblige a follow-up of the evolution of the processing and encoding of the signs of
Difference by the current human species.
Pedro Manuel-Cardoso
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