O Museu do Ser-Humano prossegue as reuniões preparativas do Projeto.
Hoje, dia 7 de maio de 2023, na ‘Oficina do Impronuncialismo’ no Campo Grande, em Lisboa, o tema debatido foram as linguagens e as narrativas humanas usadas nos museus (e instituições congéneres equiparadas,
de acordo com a definição do ICOM) e em Património.
A análise centrou-se, no facto de se constatar uma
simetria entre o que as mesmas pessoas (instituições, culturas, pessoas, países) diziam e escreviam no passado, e o que dizem e escrevem hoje (sobretudo, desde os anos de 1970 até à atualidade, quando surgiu o
Interpretativismo e o Relativismo em ciências sociais e humanas).
De facto, é surpreendente, como as mesmas pessoas (culturas, países, instituições) dizem o inverso do que diziam antes. O ‘sim’ é cancelado pelo ‘não’, e vice-versa.
Esta estrutura simétrica, isomorficamente inversa (que o comportamento humano evidencia no uso das linguagens e narrativas), constitui um ‘Objeto’ válido para integrar o acervo do
Museu do Ser Humano.
E, através dele, mostrar aos
Visitantes como esta simetria (realizada pelos mesmos) é capaz de anular «o que se diz e escreve, antes», com «o que se diz e escreve, depois» e vice-versa.
Este mecanismo (inscrito na Natureza do comportamento humano) funciona como uma espécie de saturação e aniquilamento de uma determinada mentalidade, visão e concepção do mundo (e do Real). É sinal,
talvez, de que um paradigma está prestes a desaparecer (1 – 1 = 0). Abrindo a porta, porventura, à possibilidade de um ‘novo Objeto’, mais adequado aos desafios de adaptação e sobrevivência do ser-humano numa nova etapa evolutiva e numa nova época histórica.
De facto, nos atuais museus e no discurso patrimonial, assistimos ao desfile de um rol de palavras e conceitos, tais como: «liberdade, género, transgénero, colonialismo, descolonização, escravatura,
nacionalismo, nacionalidade, opressão, desigualdade, etnicidade, globalização, neoliberalismo, imperialismo, totalitarismo, verdade, miscigenação, hibridação, emblematização, grupismo, agencialidade, identidade, história, realismo, desconstrução, pluralidade,
local, relativismo, propriedade, autoria, origem, etc.». Um rol sem fim de palavras, interpretações e frases simétricas e isomorficamente inversas que se aniquilam umas às outras num frenesim irracional e desmedido.
Nesta reunião do Museu do Ser-Humano alguns participantes recordaram muitas referências que apontavam este facto. Dessas todas, escolhi aqui partilhar as seguintes três:
Pedro Manuel-Cardoso
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