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[Museum] MUSEU DO SER-HUMANO: As três perguntas mais frequentes que lhe têm sido feitas, e as respectivas respostas

To :   museum <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Museum] MUSEU DO SER-HUMANO: As três perguntas mais frequentes que lhe têm sido feitas, e as respectivas respostas
From :   Pedro Pereira <pedropereiraoffic@outlook.com>
Date :   Sat, 27 May 2023 00:42:09 +0000

 

 

 

MUSEU DO SER-HUMANO

 

As três perguntas mais frequentes que lhe têm sido feitas, e as respectivas respostas

 

Coord. Pedro Manuel-Cardoso

Conselho Consultivo: Elísio Summavielle, Kevin Shirley, João Azenha da Rocha

 

fábrica do Impronunciável | Lisboa

27maio2023

 

 

 

As três perguntas mais frequentes que me têm feito ao Museu do Ser-Humano são as seguintes:

1. “Mas esse Museu é de quê? É de arte, de ciência, de filosofia, (etc.)?”;

2. “Fala muito em ‘objetos’ do Museu do Ser-humano como se fossem diferentes dos outros. O que quer dizer com isso?”.

3. “Porque afirma que esse Museu é o museu de todos os outros museus?”.

               

As respostas que têm sido dadas são as seguintes:

 

1. O Museu do Ser-Humano é um ‘museu do ser-humano’... O ser-humano não é ‘o que dizem que nós somos’? Logo, é um museu dessa ‘coisa concreta’ (aquela que as ciências naturais designam atualmente por ‘H. sapiens”). Acerca da qual ainda ninguém chegou a uma ‘certeza absoluta’, ou a uma ‘verdade definitiva’. Isto é, é um Museu que inclui todos os heterónimos em que o ser-humano foi capaz de se transformar durante a sua história. Portanto, em termos concretos, o Museu do Ser-Humano é, simultaneamente, um museu de axiologia, cosmologia, ciência, epistemologia, ética, estética, metafísica, ontologia, política, teologia. Pois, até ao momento, foram esses dez heterónimos que captam todo o fazer-humano em termos de uma objetividade científica, ou de um discernimento hermenêutico. E o mais que ainda há-de vir, que desconhecemos, e não temos, agora, palavras capazes de o pronunciar.

 

2. Para o Museu do Ser-Humano todos os ‘objetos’ são feitos de ‘partes’ (numa escala que vai do infinitamente pequeno até ao infinitamente grande, nos ternos da “Classificação Internacional dos Pesos e Medidas” atualmente em vigor). Portanto, todo e qualquer ‘objeto’ é um agregado de partes, logo, um ‘algoritmo’. Era necessário que soubéssemos qual é a parte mais pequena (e a maior) de todas, para chegarmos à conclusão de ‘o que é um objeto’. Mas esse momento ainda não chegou em termos da atual ciência, e da atual capacidade perceptiva-cognitiva do Ser-humano. Nem sequer sabemos quais as leis da física, da química, ou da lógica social que são a resposta definitiva para o modo como essas partes do ‘objeto’ estão ligadas. Quando tocamos numa pedra, numa estátua, ou noutro qualquer ‘objeto’, apenas partilhamos esse sentimento de concretude dado pela emoção sensorial, pois, quando perguntamos ‘o que é’, verificamos que essa unanimidade sensorial se transforma numa infinita multiplicidade de interpretações. Portanto, para o Museu do Ser-Humano, o ‘objeto’ é sempre uma coisa tão concreta-física como conceptual-teórica. Razão pela qual o Museu do Ser-Humano considera que todo e qualquer ‘objeto’ pode assumir sete estados ou fases, cada uma das quais aparentando ser um objeto diferente. Mas que na verdade são um processo contínuo sem descontinuidades, nem de oposição entre bit/it, material/imaterial, tangível/intangível, etc. (tal como a matéria, também é um processo contínuo entre os estados gasoso, líquido, plasma e sólido). Este ‘processo heptadimensional do objeto’ é o ‘objeto’ que o Museu do Ser-Humano incorpora no seu acervo como sendo o ‘objeto’. Concretamente (in Pedro Manuel-Cardoso, 2022, “Património, Cognição, e Evolução humana”, pp.13-15):

 

 

Um processo heptadimensional, que o Quadro adiante resume:

 

TIPOS DE OBJETOS

 

 

 

 

 

NOME DO OBJETO EM CADA TIPOLOGIA

 

1. Objeto-Natureza

 

 

 

 

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OBJETO (ORIGINAL) NATURAL

[no caso de não ser uma criação humana: refere-se áquilo que a percepção humana detecta como sendo um objeto-facto-coisa (‘diferença’). Constituído por matéria-energia, e cuja existência resultou de um fenómeno-processo independente da acção e interferência humana].

 

2. Objeto-Imaginado

 

 

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OBJETO (ORIGINAL) CONCEPTUAL

[no caso de ser uma criação humana: refere-se ao objeto-facto-coisa que existe na ideia, intenção, imaginação, cognição, perpetração humana). O objeto-facto-coisa é uma representação-codificação (imagem) que existe na percepção-cognição. É o objeto-facto-coisa que o cérebro-córtex e o sistema perceptivo captam e formalizam. Logo, este tipo de objeto-facto-coisa é o “Original”, do qual todos os outros são “Cópias”].

 

3. Objeto-Construído

 

 

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OBJETO CONSTRUÍDO (exteriorizado)

[o objeto-facto-coisa exteriorizado e formalizado numa construção servindo-se de um qualquer Suporte].

 

4. Objeto-Documentado

 

 

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OBJETO-DOCUMENTO

[a ‘construção social’ (identificação consensualizada pela sociedade) do objeto-facto-coisa. O objeto-facto-coisa que resulta de ter sido sujeito a uma operação de identificação, nomeação, classificação, documentação, arquivística ou musealização].

 

5. Objeto-Comunicado

 

 

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OBJETO-INFORMAÇÃO

[o objeto-facto-coisa usado como Informação no processo de o comunicar. Quiçá, de um emissor para um receptor, e sucessivamente o inverso. Por exemplo, o objeto-facto-coisa que é enviado por email num ficheiro PDF].

 

6. Objeto-Relevante

 

 

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OBJETO-PATRIMÓNIO

[o objeto-facto-coisa escolhido para ser classificado como «Património». Isto é, tal como se apresenta e é após essa classificação. Já que o trabalho de gestão patrimonial o pode modificar relativamente ao estado em que se encontrava antes (por exemplo, uma mudança para o transformar num objeto-facto-coisa “codificável” e “transmissível”].

 

7. Objeto-Memória

 

 

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OBJETO-MEMÓRIA (transmissível)

[o objeto-facto-coisa que fica na Memória --- nos neurónios, nos percursos sinápticos, no hipocampo, no ADN, ou num museu/arquivo/biblioteca/base-de-dados --- para ser acedível pela Cognição dos presentes e vindouros, em qualquer dimensão do espaço-tempo, e em qualquer época ou contexto ambiental e geográfico].

 

Quadro III – Modelo de compreensão daquilo que se designa por Objeto (Realidade).

 

 

3. A afirmação de que o Museu do Ser-Humano é ‘o museu de todos os outros’ deriva do facto de todos os outros serem feitos (idealizados e concretizados) pelo Ser-humano. Logo, é o comportamento humano que perpetra todos os outros museus. Assim sendo, se o Museu do Ser-Humano for capaz de formular o ‘modelo’ de funcionamento e de explicação desse comportamento humano, tornar-se-á em ‘aquele museu que subjaz a todos os outros’. E, consequentemente, obviamente, esse ‘modelo’ será a Exposição Permanente do Museu do Ser-Humano. De facto, o Museu do Ser-Humano foi capaz de formular esse ‘modelo do comportamento humano’. Mas esse ‘modelo’ é um ‘objeto’, que está sujeito à mesma mudança do que todos os outros, derivada de não ser uma verdade absoluta ou uma certeza definitiva. Apenas é, a possibilidade de uma das possibilidades, uma probabilidade no seio de todas as probabilidades. Foi essa razão que motivou a apresentação pública e a objectivação formal do Museu do Ser-Humano, a de ter a sua atual Exposição Permanente.

Concretamente:

 

 

 

 

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espaço/sala

 

CORPO (-Re)

 

 

(infraestrutura)

espaço/sala

 

COGNIÇÃO

 

 

(humanos-IA)

 

espaço/sala

 

COMPORTAMENTO

 

 

(individual)

 

espaço/sala

 

REGULAÇÃO SOCIAL

 

(social)

 

espaço/sala

 

RELEVÂNCIA

PATRIMÓNIO

 

(escolha do valor)

 

 

 

 

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Um dia, quem quiser objetivar o Museu do Ser-Humano (ou vários ao mesmo tempo) num qualquer lugar térreo (ou em vários simultaneamente), podê-lo-á fazer do seguinte modo (ou de outro qualquer):

 

 

MUSEU DO SER-HUMANO

centro de interpretação do comportamento do Ser-humano

um museu para compreender «o que é o Ser-humano»

 

 

CORPO

 

COGNIÇÃO
cérebro/IA

 

COMPORTAMENTO
indivíduo

 

REGULAÇÃO SOCIAL
sociedade

 

RELEVÂNCIA
memória, património

 

PARQUE/JARDIM
LOJAS 
EMPRESAS
RESTAURAÇÃO
LAZER
IMOBILIÁRIO

MUSEU DO SER-HUMANO

CULTURA
PATRIMÓNIO
CONHECIMENTO
CIÊNCIA
TECNOLOGIA

 

 

 

 

O Museu do Ser-Humano deixará de ser uma fantasia, à medida que o ser-humano for capaz de se definir a si-próprio muito melhor do que é capaz atualmente. Todas as respostas à pergunta ‘o que é o Ser-humano?’ (que é aquilo que justifica a existência do Museu do Ser-Humano) são os ‘objetos’ do seu acervo. Por exemplo, como vimos, estas três perguntas mais frequentes deram origem àqueles três ‘objetos’ que formalizei atrás. As sucessivas versões dos mesmos objetos serão também ‘objetos’, que elucidarão o modo como o ser-humano foi tomando consciência de si-próprio ao longo do tempo.

 

Pedro Manuel-Cardoso

 

 

 


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