“Vamos correr riscos, vamos cometer erros. Vamos permitir que outros corram riscos e cometam erros.” Do programa do ACARTE, elaborado por Madalena de Azeredo Perdigão No final da conferência do ano passado (onde reflectimos sobre liderança no sector cultural), várias das pessoas presentes sugeriram que o tema deste ano fosse o erro. Aceitámos a sugestão e escolhemos como tema o risco e o erro. Ao mesmo tempo, temos a feliz coincidência de este ano se celebrar o centenário do nascimento de Madalena de Azeredo Perdigão, que foi directora do Serviço de Música e do ACARTE, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Na altura da pandemia, organizámos vários debates online, para nos apoiarmos mutuamente num período confuso e incerto. Nesses encontros, várias pessoas expressaram a esperança que algo mudasse na forma como trabalhamos na área da cultura (o tempo, a pressão, a produtividade exigida). O que verificamos hoje é que, com poucas excepções, nada mudou. Pelo contrário, a pressão é ainda maior (e os problemas de saúde mental entre os profissionais da cultura multiplicam-se). Neste contexto, o erro deixou de ser visto – numa área que se considera criativa – como algo desejável, necessário, que possa alimentar a nossa imaginação e criatividade. Associada a este facto está a aversão à tomada de riscos. Assim, verificámos uma estagnação, assim como uma desilusão e um desânimo entre os profissionais. Um dia para reflectirmos sobre o risco de errar e o erro de não arriscar. “O que faz falta?”, perguntar-nos-ia Madalena de Azeredo Perdigão. Preçário Normal: €35 Estudante/Pessoas desempregadas: €30 Membros da Acesso Cultura: €25 |