MUSEU DO SER-HUMANO
MUSEUM OF THE HUMAN BEING
(coord.) Pedro Manuel-Cardoso
(Conselho Consultivo |Advisory Board): Elísio Summavielle, João Azenha da Rocha, Kevin Shirley, Maria Isabel Tristany
debate e exposição
debate and exhibition
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O ser-humano perante a história e a arqueologia do conceito humano de Real-Realidade:
Quais e quantos foram os conceitos de Real e Realidade ocorridos na história humana?
The human being confronted with the history and archaeology of the human concept of Real and Reality:
What and how many were the concepts of Real and Reality that occurred in human history?
“É já difícil captar as premissas de terceiro grau, isto é, compreender «la classe des classes qui ne sont pas membres d’elles-mêmes», por exemplo, como na asserção «voici comment je
vou vois me voir vous voir». Ora muito mais difícil, senão impossível, será compreender as premissas da realidade de quarto nível: «voici comment je vous vois me voir vous voir me voir»” (P. Watzlawick,
et alli, 1972, “Une Logique de la Communication”, p.271)
“Mas para conseguir dominar as premissas de terceiro nível, condição necessária para tornar consciente o modelo do seu próprio comportamento e do meio onde ele evolui, é necessário que o ser-humano
seja capaz de dominar o nível de complexidade imediatamente superior, o quarto nível. É somente a partir deste quarto nível que o ser-humano se apercebe de que a Realidade não é algo objetivo, inalterado, qualquer coisa que está «acolá, ali, fora de si-próprio»
para ser benéfica ou nefasta para a sua sobrevivência, mas outrossim, que a Realidade é uma experiência subjetiva que o ser-humano faz da Existência; a Realidade é o esquema que o ser-humano constrói para designar uma coisa que escapa a uma verificação humana
objetiva” (P. Watzlawick, et alli, 1972, “Une Logique de la Communication”, p.271)
"A realidade só existe para nós nos factos da consciência dados pela experiência interior" (W. Dilthey, 1976, “Dilthey: Selected Writings”, ed. H.P. Rickman, Cambridge University Press,
p.161)
“Nada é menos evidente do que a evidência. Graças a que poder uma proposição, um ritual, uma profecia, certas instituições do direito arcaico, afirmam, sem mais preocupações de prova, a sua verdade?
O discurso da evidência constitui um corpus que, de Ockham a Husserl, revela uma unidade. A questão cartesiana do signo – o index sui et veri – e a questão husserliana do preenchimento procedem de um fundo comum. Tentou-se uma dedução da evidência a partir
da experiência sensorial e da língua que a descreve (....). Uma epistemologia da evidência deverá mostrar de que modo esta questão interfere nos saberes científicos” (F. Gil, 1996, “Tratado da Evidência”, IN-CM)
“Todas as permutações (cálculos, equações, fórmulas, teoremas, etc.) que se façam com ‘partes’ subtraídas a ‘1’ tenderão sempre para ‘1’. Ou seja, 1n
= 1; pois, 1 – 1x = 1y ; 1y + 1x
= 1. Sendo 1y o estado em que ficou ‘1’ sem 1x , e 1x
o pedaço que se desagregou ou se subtraiu a ‘1’. Assim, se se somar 1y
a 1x voltar-se-á a obter ‘1’. Razão pela qual se pode afirmar que, qualquer lógica (modelo, esquema, nível-de-complexidade, tipo-lógico, mentalidade, ideologia, convicção, compreensão, etc.) é uma comutação presa no interior de uma oscilação
assim formulada, a maioria das vezes inversa e isomorficamente simétrica” (Pedro Manuel-Cardoso, “Cognição humana e Níveis de Complexidade”, 2021,
in ‘Museu dos Obectos Matemáticos’, ed. Fábrica do Impronunciável, Lisboa)
fábrica do Impronunciável | factory of the Unpronounceable
Lisbon | Lisboa
july 31, 2023
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