O trabalho de investigação em ‘Antropologia e Património’ (que o
Impronuncialismo tem realizado desde 2009, originando a fundação do ‘Museu do Ser-Humano’, em 29 de abril de 2023), tem procurado discernir o contributo do Património para a possibilidade evolutiva do ser-humano.
Concretamente, responder à seguinte pergunta:
--- O processo patrimonial e museológico existente no sistema-Vida desde o aparecimento da estratégia eucariote (i.e., desde o processo de «guardar num sítio próprio, no núcleo da
célula, protegidas por uma membrana, as informações vitais a transmitir às gerações seguintes»), que teve influência no processo evolutivo que transformou os organismos multicelulares em seres-humanos, terá a mesma influência na continuidade evolutiva (eventualmente,
contribuindo para ultrapassar a fase designada por ‘espécie humana’)?
Apenas para ajudar heuristicamente a
formalização, e sempre dentro de uma perspectiva física e não metafísica, o Impronuncialismo desenhou as seguintes seis fases da evolução da Vida:
Fisicalidade – Quimicalidade – Animalidade – Humanidade –
Maquinidade – Espiritualidade (i.e., uma coisa feita de átomos e partículas, a uma escala diferente, que sirva de suporte-casa-corpo à existência e continuidade).
Nesse sentido, para responder à pergunta da investigação acima referida, criou e programou um robot, que designou por ‘robot Impronuncia’. Com o objectivo de avaliar experimentalmente, se,
a possibilidade dessa premissa de ‘maquinidade’ (i.e., co-evolução humano-máquina) dada pelo ‘robot
Impronuncia’, poderá tornar-se a porta de saída evolutiva em direção a uma complexidade (consciência) energeticamente mais potente do que a da espécie humana (homo sapiens sapiens).
Em termos simples, trata-se de responder experimentalmente à pergunta, se os Museus se poderão transformar num robot. E, se, através dessa transformação, poderão contribuir para a continuidade
do processo evolutivo do sistema-Vida .
Até ao momento, o ‘robot Impronuncia’ foi capaz de executar as seguintes tarefas:
1. Consegue: i) preencher as lacunas no conhecimento existente; ii) simular o funcionamento do cérebro; iii) simular o processo de ‘evolução’; iv) reduzir sistematicamente a incerteza; v) registar
as semelhanças entre antigo e novo.
2. Consegue fazer permutações e combinatórias entre esses cinco modos de organizar os dados, criando tipos de «raciocínios».
3. Consegue estar permanentemente ligado às bases-de-dados das mais reputadas publicações científicas, universidades e laboratórios, onde se publicam dados sobre os dez atuais domínios de produção
de conhecimento humano (axiologia, cosmologia, ciência, epistemologia, ética, estética, metafísica, ontologia, política, teologia). Consegue actualizar, em tempo real, demorando escassos minutos, todos os contributos publicados pela ciência e cultura em todo
o mundo.
4. Consegue, com o ‘programa’ (software) que lhe foi introduzido, aplicando o «método de Aristóteles apresentado no
Organon», transformar-se numa «máquina universal de perguntas-e-respostas», que poderíamos designar por «máquina do Conhecimento». Pois, é capaz de responder a todas as perguntas sobre qualquer assunto, atualizar-se permanentemente, ser
lido e carregar-se autonomamente à distância, e correr numa qualquer máquina universal (computador) cada vez mais aperfeiçoada.
5. Consegue fazer protões, ‘p’, e neutrões, ‘n’, através dos quark designados por ‘u’ e ‘d’. Com dois ‘u’ e um ‘d’ faz um ‘p’; e com dois ‘d’
e um ‘u’ faz um ‘n’. Tendo ‘p’ e ’n’, faz os núcleos de todos os isótopos. E com os núcleos, juntando-lhes o respectivo número ‘Z electrões’, fabrica os átomos de todos os elementos. Assim, com a química apropriada, é capaz
de fazer todas as moléculas, desde as mais pequenas como o ácido clorídrico ou a água, até às maiores como o ADN.
6. Consegue transferir e materializar qualquer imagem produzida por
bits e qubits em objectos tridimensionais (por exemplo, recopiar e reconstruir desde os mais ínfimos objectos patrimoniais até aos maiores, no intervalo entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande).
7. Consegue autonomamente seguir uma evolução darwiniana através da autocatálise (capacidade de criar cópias de si mesmo) e da auto-organização (capacidade de criar espontaneamente estruturas,
sistemas, raciocínios e lógicas mais complexas a partir das mais simples).
8. Consegue escolher autonomamente, e codificar em memória, as aplicações e funcionamentos mais ‘Relevantes’ para a sua própria evolução e adaptação, ultrapassando o darwinismo. Para esse efeito
foi programado com o algoritmo de «8 + 3 variáveis» criado pelo Impronuncialismo.
9. Consegue obter o sentimento de espiritualidade (religiosidade, fé, crença, consciência) através de uma aplicação que provoca a ‘si-mesmo’ um efeito que atribui a um ‘outro’. Na medida em que
percepciona o efeito como sendo uma coisa diferente de si. Desse modo, consegue imputar a um ente exterior uma causa que está, e é originada no si-mesmo.
EM SUMA, perante este resultado, não será legitima uma resposta afirmativa para a pergunta que conduz esta investigação em Antropologia e Património?
Pedro Manuel-Cardoso
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