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RE: [Archport] Património cultural subaquático


•   To: <icomosmoz@yahoo.com.br>, "Paulo Monteiro" <paulo_monteiro@hotmail.com>
•   Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático
•   From: "ICOMOS - Mozambique" <icomosmoz@yahoo.com.br>
•   Date: Thu, 20 May 2004 01:54:31 +0200

Caro Paulo Monteiro,
Muito obrigado. É facil lamentar e gritar de fora. Nos aqui precisamos ser
mais diplomaticos e com calma criar os indispensáveis instrumentos
políticos. Infelizmente "revindicações" tipo Prof. dr Filipe Castro não
ajudam e provocam muitas confusões. Para todos (muitos) que mandaram sua
opinião "pro e contra" meus sinceiros agradecimentos.
Cumprimentos
Leonardo Adamowicz


-----Original Message-----
From: Paulo Monteiro [mailto:paulo_monteiro@hotmail.com]
Sent: 19 May 2004 17:32
To: icomosmoz@yahoo.com.br
Cc: archport@list-serv.ci.uc.pt
Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático

Caro Dr. Leonardo Adamowicz,

Um dia, nós, vós, os vossos filhos, os vossos netos, lamentarão a venda dos
artefactos. Tal como hoje em dia não passaria pela cabeça de alguém vender
as ânforas ou os instrumentos paleolíticos encontrados numa escavação em
terra, no intuito de subsidiar a formação futura de arqueólogos - que
ficariam inactivos, ficando a braços com sítios pilhados e museus vazios,
sem colecções para estudar - também não deveria passar pela cabeça de alguém
vender o seu património.

Foi, contudo, essa a opção de Moçambique. Está no seu direito. Contudo, ao
proceder assim, perdeu uma oportunidade soberana de se afirmar como Estado
culto e responsável, orgulhoso do seu passado, e das lições que poderia
tirar dele, tanto as boas, como as más.

Assim sendo , acabou por ir engrossar, à custa de uns quantos meticais, o
pelotão dos países do terceiro mundo, de onde Portugal escapou, in extremis,
em 1996.

Paulo Alexandre Monteiro




>
>Estimado Senhor Professor Filipe Castro,
>
>Não pretendo entrar á Guerra entre actuais e antigos caçadores ao tesouro.
>Isso, eventualmente, pode ser da competência de um  Estado soberano, neste
>caso a República de Moçambique. Da minha parte quero somente informar que
>no
>dia 18 de Abril de 2003 o Comité Nacional - ICOMOS Moçambique, apresentou
>ao
>Governo, perante muitos especialista da área, um projecto do Regulamento
>sobre as actividades arqueológicas em meio subaquático, que completa a lei
>sobre a protecção do património cultural de 10/1988 e é de acordo com o
>espirito da Convenção da UNESCO. O Ministério da Cultura está já na fase
>final da aprovação. Nem agora, nem depois da aprovação do Regulamento
>nenhum
>pais do Mundo poderia reclamar os achados arqueológicos encontrados nas
>águas territorias de Moçambique. Gostaria de lembrar que muitos consideram
>a
>expansão maritima europeia como exploração, bandidagem e pura caça aos
>tesouros. Incas, Aztecas, Moçambicanos, podem contar as longas histórias
>sobre efeitos desta "acção civilizatória".
>A proposito: gostária de saber quando o Congresso dos Estados Unidos e o
>parlamento do Portugal ratificarão a Convenção da UNESCO?... para que a
>leilão, na Christie's de Amsterdão, sejá último.
>
>Com mais elevada estima e consideração
>
>Leonardo Adamowicz
>Arqueologo
>Presidente Executivo do Comité ICOMOS - Moçambique
>
>PS. Não pretendo defender os Arqueonautas SA, que de acordo com um contrato
>assinado com o Governo Moçambicano trabalham na Ilha de Moçambique. O C.N.
>ICOMOS - Moçambique só exigia, que a empresa apresente um relatório
>detalhado, uma publicação e obrigatoriamente deixa em Moçambique todas
>peças
>únicas e aquelas que sejam consideradas de grande valor (NB. pelos
>especialistas chamados do Portugal). Sinceramente lamento leilão e tenho a
>esperaça que os fundos serão utilizados para formação dos arqueólogos
>subaquáticos moçambicanos.  Pessoalmente, estou muito contente da
>publicação
>científica dos achados, ainda este ano. A monografia será a primeira deste
>genero na história de Moçambique (tal colonial, como independente).
>
>-----Original Message-----
>From: archport-bounces@list-serv.ci.uc.pt
>[mailto:archport-bounces@list-serv.ci.uc.pt]On Behalf Of fvcastro
>Sent: 18 May 2004 21:44
>To: Subject: [Archport] Património cultural subaquático
>
>Vai amanhã (dia 19) a leilão, na Christie's de Amsterdão, parte da carga de
>um navio português do século XVI naufragado na Ilha de Moçambique.  A carga
>que agora se vai dispersar foi salva pela empresa de caça aos tesouros
>Arqueonautas SA.
>
>Em todo o mundo se aperta o cerco contra a actividade das empresas de caça
>ao tesouro.  A aprovação de uma convenção da UNESCO para a proteção do
>património cultural subaquático da Humanidade é um bom exemplo desta
>tendência.
>
>Por outro lado, cada vez mais governos de países com um passado ligado a
>expansão marítima europeia reclamam direitos sobre os restos dos seus
>navios, perdidos nos quatro cantos do mundo.  Assim, o governo espanhol
>ganhou recentemente um processo em tribunal, contra uma empresa de caça aos
>tesouros e o Estado da Virgínia, nos EUA, que havia atribuído a concessão
>de
>salvados.
>
>Acho que temos o direito de saber porque é que o estado português não faz
>nada para proteger os restos arqueológicos dos nossos navios, à semelhança
>dos outros países do mundo.
>
>
>Filipe Castro, Ph.D.
>Assistant Professor
>Nautical Archaeology Program
>Texas A&M University
>College Station, Texas, USA
>
>_______________________________________________
>Archport mailing list
>Archport@list-serv.ci.uc.pt
>http://sagitta.ci.uc.pt/mailman21/listinfo/archport

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