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Caro Dr Paulo Monteiro, A nossa conversa já é como entre surdo e mudo! Por isso estou anexar o meu primeiro e-mail em resposta a carta do Professor Filipe Castro. Peço, mais uma vez, encontrar o paragrafo no meu e-mail onde estou a defender empresa Arqueonautas SA ou uma pelo menos palavra onde escrevi que o ICOMOS de Moçambique não concorda com politica do UNESCO!!!! Vamos manter a ética profissional dos homens da ciência ou acabar com esta onda electrónica das fofocas e ameças. E ainda mais 1. Lamentei e lamento o facto de leilão; 2. Lamento atitude dos arqueologos portugueses que pretendem ser "donos dos barcos" afundados no s. XVI, com a porcelana chinesa da Dinastia Ming, em águas interiores de Moçambique (Se Portugal já ratificou a convenção deve saber que "Os Estados Partes no exercício da sua soberania têm o direito exclusivo de regulamentar e autorizar actividades dirigidas ao património cultural subaquático nas suas águas interiores , nas suas águas arquipelágicas e no seu mar territorial" Artigo 7, p. 1, Convenção UNESCO, 2001); Alguns acham, que os chineses podiam ter muito mais razões e direito para reclamar este património, mas não fazem isso porque respeitam soberania de Moçambique e consideram leilão das certas peças como uma boa oportunidade de divulgar a cultura chinesa e o seu alto valor. 3. Lamento, que chagamos a ponto de ameaças "...talvez estejamos na altura de ser derrogada à ilha de Moçambique o seu estatuto de Património da Humanidade. Perda por perda, ao menos que se faça caça ao tesouro sem o guarda-chuva do ICOMOS". Não compreendi? Por causa de uma pequena parte da parcelane chinesa, de valor 100.000,00 EURO alguns arqueologos portugueses estão propôr a retirada do estatuto de Património da Humanidade à Ilha de Moçambique. Assim os Portuguese perderam "duplamente" a porcelana chinesa e uma boa parte de 500 anos da sua história em Moçambique; Humanidade já perdeu com tal tipo de logica muitas coisas durante a sua existência; ICOMOS de Moçambique testemunhou a deposição da documentação e das melhores peças únicas ou colecções completas no Museu na Ilha de Moçambique e tem certeza que esta colecção não foi objecto de exportação e nunca será comercializada. Agora estou a ler numa mensagens que "A Arqueonautas propôs ao IPM oferecer uma série de peças recuperadas em Moçambique a um museu português. O instituto está ainda a analisar a questão." Precisamos verificar isso. O contrato assinado entre Governo Moçambicano e os Arqueonautas não preve o direito de fazer as prendas por estes últimos aos museus portugeses. Se sobrou qualquer coisa deste infeliz leilão, deve voltar mais rápido possivel a Moçambique. Sei, que o dinheiro ganho no leilão será investido na formação dos arqueologos sub-aquaticos moçambicanos, fundação do Instituto da Arqueologia Subaquática na Ilha de Moçambique e preparação da exposição permanente da ceramica chinesa na Ilha. Os Chineses são interessados na cooperação, alguns Portuguese também já participam. Para proteger o Património da Humanidade qualquer ajuda é bem vinda. Cumprimentos Leonardo Adamowicz Em anexo minha primeira carta: Estimado Senhor Professor Filipe Castro, Não pretendo entrar á Guerra entre actuais e antigos caçadores ao tesouro. Isso, eventualmente, pode ser da competência de um Estado soberano, neste caso a República de Moçambique. Da minha parte quero somente informar que no dia 18 de Abril de 2003 o Comité Nacional - ICOMOS Moçambique, apresentou ao Governo, perante muitos especialista da área, um projecto do Regulamento sobre as actividades arqueológicas em meio subaquático, que completa a lei sobre a protecção do património cultural de 10/1988 e é de acordo com o espirito da Convenção da UNESCO. O Ministério da Cultura está já na fase final da aprovação. Nem agora, nem depois da aprovação do Regulamento nenhum pais do Mundo poderia reclamar os achados arqueológicos encontrados nas águas territorias de Moçambique. Gostaria de lembrar que muitos consideram a expansão maritima europeia como exploração, bandidagem e pura caça aos tesouros. Incas, Aztecas, Moçambicanos, podem contar as longas histórias sobre efeitos desta "acção civilizatória". A proposito: gostária de saber quando o Congresso dos Estados Unidos e o parlamento do Portugal ratificarão a Convenção da UNESCO?... para que a leilão, na Christie's de Amsterdão, sejá último. Com mais elevada estima e consideração Leonardo Adamowicz Arqueologo Presidente Executivo do Comité ICOMOS - Moçambique PS. Não pretendo defender os Arqueonautas SA, que de acordo com um contrato assinado com o Governo Moçambicano trabalham na Ilha de Moçambique. O C.N. ICOMOS - Moçambique só exigia, que a empresa apresente um relatório detalhado, uma publicação e obrigatoriamente deixa em Moçambique todas peças únicas e aquelas que sejam consideradas de grande valor (NB. pelos especialistas chamados do Portugal). Sinceramente lamento leilão e tenho a esperaça que os fundos serão utilizados para formação dos arqueólogos subaquáticos moçambicanos. Pessoalmente, estou muito contente da publicação científica dos achados, ainda este ano. A monografia será a primeira deste genero na história de Moçambique (tal colonial, como independente). 4. -----Original Message----- From: Paulo Monteiro [mailto:paulo_monteiro@hotmail.com] Sent: 20 May 2004 11:46 To: icomosmoz@yahoo.com.br Cc: archport@list-serv.ci.uc.pt Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático Caro Dr. Leonardo Adamowicz Não digo que seja fácil ao ICOMOS de Moçambique cumprir com as regras que orientam a protecção do património. Aqui também não foi fácil. Houve carreiras prejudicadas e ameaças de morte, muitas feitas à minha pessoa. Fácil é cruzar os braços e dizer que sim a tudo. Mais do que passivo, vejo o ICOMOS de Moçambique como defensor de uma empresa pós-colonialista que expolia o povo moçambicano daquilo que é seu património cultural, efectivamente coarctando o direito das gerações futuras em poder usufruir de um museu e de informações sobre a sua história. Mas enfim, se o ICOMOS de Moçambique não está de acordo com as políticas internacionais que a UNESCO preconiza, talvez estejamos na altura de ser derrogada à ilha de Moçambique o seu estatuto de Património da Humanidade. Perda por perda, ao menos que se faça caça ao tesouro sem o guarda-chuva do ICOMOS. > >Caro Paulo Monteiro, >Muito obrigado. É facil lamentar e gritar de fora. Nos aqui precisamos ser >mais diplomaticos e com calma criar os indispensáveis instrumentos >políticos. Infelizmente "revindicações" tipo Prof. dr Filipe Castro não >ajudam e provocam muitas confusões. Para todos (muitos) que mandaram sua >opinião "pro e contra" meus sinceiros agradecimentos. >Cumprimentos >Leonardo Adamowicz > > _________________________________________________________________ Help STOP SPAM with the new MSN 8 and get 2 months FREE* http://join.msn.com/?page=features/junkmail
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