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RE: [Archport] Património cultural subaquático


•   To: "Archport@List-Serv. Ci. Uc. Pt" <archport@list-serv.ci.uc.pt>, "fvcastro" <fvcastro@tamu.edu>
•   Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático
•   From: "ICOMOS - Mozambique" <icomosmoz@yahoo.com.br>
•   Date: Thu, 20 May 2004 21:09:50 +0200

Caro Professor Castro,

Muito obrigado pela informação e levantar a questão a caça ao tesouro, que também é ilegal em Moçambique. Se vamos falar nas calmas e não levantar a questão a quem pertence barco afundado há mais do que um seculo podemos fazer muito junto para o Património Subáquatico da Humanidade.

Cumprimento

 

Leonardo Adamowicz

 

-----Original Message-----
From: fvcastro [mailto:fvcastro@tamu.edu]
Sent: 20 May 2004 16:16
To: 'ICOMOS - Mozambique'
Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático

 

Peco desculpa por não ter tempo para mandar copias desta resposta a todas as pessoas que já envolvi nesta discussão, mas estou com trabalho demais, e não tenho tempo para me envolver em polemicas que não vão mudar nada.  Parece-me obvio que ningeum tem a menor intenção de mudar nada, nem em Moçambique, nem em Portugal.  De qualquer forma aqui vão, muito sucintamente alguns comentários:

 

A caca aos tesouros e ILEGAL em Portugal e nos EUA.  O papel da convenção da UNESCO e criar um texto de referencia para os apises onde a caca ainda e, infelizmente, legal

 

A sua defesa da empresa e da situação foi pronta e enérgica.  Se V.a Ex.a se preocupasse minimamente com este assunto não teria saltado para a ribalta no minuto em que eu levantei a questão, com alusões a relatórios e a uma hipotética qualidade do trabalho cientifico da empresa Arqueonautas.

 

A aprovação do ICOMOS tem alias sido utilizada pela empresa como prova da sua idoneidade cientifica!!!

 

Para lhe dar uma idéia das minhas preocupações, junto lhe envio o email que escrevi ao arqueólogo da Arqueonautas há um mês, e para o qual ainda não obtive resposta:

 

----- Original Message -----

From: fvcastro

To: polar@ARQ.DE

Sent: Monday, March 15, 2004 10:02 PM

Subject: Howdy?

 

Excelente Alejandro,

 

(...)

 

Em relação a Arqueonautas, acho que não faz muito sentido perguntar-te as coisas que eu queria saber sobre a empresa e a forma como os trabalhos foram conduzidos.  Tenho a certeza que não me vais contar segredos, e acho que o Niki não gostaria se tu confirmasses as historias que eu ouvi ao Ricardo Teixeira Duarte.

 

Quem me disse que tu e o M. Bound estavam de saída foi a Tatiana. 

 

Espero que percebas que eu não acredito que a Arqueonautas SA alguma vez vá publicar alguma coisa sobre a arqueologia dos sítios que destruíu em busca de tesouros.  Eu acho que o Sr. D. Duarte de Bragança é um imbecil, e que o Niki é um snob.  Porque carga de água é que eles agora, um belo dia, iriam acordar com uma consciência, ao fim destes anos todos?

 

Eu admirava-me muito se ao fim de nove anos alguém tivesse o mínimo interesse em publicar o que quer que seja.  As pessoas são o que são e eu só acho mal que a Arqueonautas SA não assuma que se está absolutamente nas tintas para a arqueologia e para os pobres dos paises onde opera.  Percebes?  Não e a caça aos tesouros que me incomoda, é a hipocrisia descarada. 

 

Onde é que na América Latina ou na Ásia algum caçador de tesouros se preocupou com o património?  Porque é que agora eu haveria de acreditar que a Arqueonautas, ao fim de 9 anos, se vai começar a preocupar? 

 

Em relação ao IDM-002, as informações que eu gostava de ver publicadas são absolutamente básicas:

 

a)      comprimento da quilha;

b)      secção;

c)      numero de paus que a constituem;

d)      havia couces?

e)      Havia coral?

f)        Havia sobre-roda?

g)      tipo e numero de escarvas;

h)      pregadura;

i)        comprimento da roda;

j)        secção;

k)      numero de paus que a constituem;

l)        tipo de escarvas;

m)    pregadura;

n)      raio de curvatura da roda;

o)      altura do cadaste;

p)      secção;

q)      numero de paus que a constituem;

r)       tipo de escarvas;

s)       pregadura;

t)        inclinação;

u)      comprimento da sobrequilha;

v)      numero de paus;

w)    escarvas;

x)      pregadura;

y)      pe do mastro;

z)       bombas;

aa)   Caverna mestra: secção;

bb)  Largura do plão;

cc)   Numero total de cavernas;

dd)  Numero de cavernas gabaritadas;

ee)   Numero de cavernas mestras;

ff)      Numero de cavernas assentes sobre a quilha

gg)   Numero de cavernas assentes sobre os enchimentos, corais, ou sobre-rodas;

hh)   Raios de curvatura da caverna mestra e almogamas;

ii)       Tipo de marcas der gabarito: números romanos? Eixo da quilha? Astilhas? Marcas de côvado?

jj)      Cavilhas de madeira nas faces anterior e posterior das cavernas?  Onde?

kk)  Ligação caverna/braço: escarvas – tipo e numero;

ll)       Ligação caverna/braço: pregadura;

mm)                       Escoas: numero e distancia a sobrequilha a meia nau;

nn)   Numero de cobertas;

oo)  Arranjo da ligação vaus/cavernas;

pp)  Numero de pés de carneiro;

qq)  Tabuado de casco: grossura;

rr)     Comprimento Maximo das tabuas;

ss)    Largura máxima;

tt)      Calafete;

uu)   Havia tiras de chumbo entre as tabuas?

vv)   Havia fiadas bem definidas?

ww)                       Quantas fiadas ate a primeira cinta?

xx)   Que tipos de madeira e que foram utilizados?

 

Etc.

 

A geometria dos castelos seria absolutamente formidável!  A posição dos pés dos mastros e o arranjo das madeiras, enfim.  Eu não tenho a certeza que alguém ai na empresa compreenda a raridade e a importância do navio IDM-002, dada a extensão com que o casco esta conservado.  Era um achado mais importante (muito mais importante!) que o Mary Rose

 

Acho que daqui a 10 anos vais pensar neste email e dar-me razão: a caça aos tesouros é uma actividade criminosa, sem justificação possível, e os snobs que a promovem são iguais aos industriais que deitam poluentes nos rios, na atmosfera e no mar!  Pode ser que nessa altura possamos beber umas cervejas juntos e conversar sobre estas coisas...

 

Um grande abraço,

 

filipe

 

Sem outro assunto,

 

Filipe

 

-----Original Message-----
From: ICOMOS - Mozambique [mailto:icomosmoz@yahoo.com.br]
Sent: Wednesday, May 19, 2004 6:33 PM
To: fvcastro; 'ICOMOS - Mozambique'
Cc: akane.dnpc@tvcabo.co.mz; Ricardo Teixeira Duarte; secretariat@icomos.org; jgh@publico.pt; Lupwishi Mbuyamba; JC Arquitectos; C. Chicuecue; O. Da-Silva; Brazão Mazula; Solange Macamo; Maria Matos; Benesse.; Arpag
Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático

 

Exmo Senhor Prof. Dr Filipe Castro,

 

Em nenhuma parte da minha carta escrevi a “enérgica defesa” da empresa chamada Arqueonautas SA. Eu entrei nesse  “palco” relativamente tarde. Antes de mi, colaboraram com ELES, aqueles que agora, por razões que ignoro, estão muito CONTRA! Respeito opiniões de outros e desde, que meus “argumentos” estão pouco  “lógicos”, não tentarei procurar a lógica no comportamento dos terceiros.

 

A Direcção Nacional do Património Cultural e o Dept. de Arqueologia e Antropologia da Universidade Eduardo Mondlane pediram-me fiscalizar os resultados da pesquisa dos Arquenautas SA e, ao mesmo tempo, acompanhar uma especialista portuguesa em cerâmica da Dinastia Ming (2x5 dias em 2002 e 2003). Durante cada visita tivemos a nossa disposição: registo computerizado, Diário de Pesquisas Sub-áquatica, inventário, fichas com fotografias e descrição, fotocópias do relatório. etc. Durante último encontro recebi primeiro draft da públicação final.  Empresa Arquenautas SA assinou contrato com o Governo Moçambicano de acordo com a Lei em vigor. E quem sou eu para questionar a legitimidade do contrato.

A única coisa que podia fazer como o presidente em exercício do ICOMOS, era propôr em 2003 o Regulamento sobre as pesquisas sub-aquáticas e o Governo aceitou a proposta. Agora só devemos confiar que os que governam respeitam as leis por si aprovadas e que não admitirão no território nacional qualquer caça aos tesouros ou destruição do património cultural da humanidade (o património cultural potuguês incluindo se for tal caso).

Acho que Senhor Professor  conhece muito melhor a lingua portuguesa do que eu e por isso gostaria de pedir-lhe que me indiquea o paragrafo no meu texto onde eu como representante do ICOMOS  estou “aplaudir a destruição e a venda do patrimonio cultural português”!?. 

Concluindo, as minhas sinceras desculpas pela provocação do “choque”. Não foi esta a minha intenção. Respondendo ontem a  carta do Excelentissimo Senhor expressava somente a minha opinião pessoal (ICOMOS pode ter outra) que de acordo com a mesma Convenção da UNESCO que o Exmo Sr. Professor menciona, considera-se os achados arqueológicos encontrados no teritório ou nas áquas territoriais de Moçambique como património moçambicano e que Moçambique já é 29 anos independente e sabe o que está a fazer.

Com mais elevada estima e consideração

 

Leonardo Adamowicz

 

PS. Não deu me resposta se os EUA e Portugal ratificaram a Convenção da UNESCO? 

 

-----Original Message-----
From: fvcastro [mailto:fvcastro@tamu.edu]
Sent: 19 May 2004 17:10
To: 'ICOMOS - Mozambique'
Cc: Ricardo Teixeira Duarte; secretariat@icomos.org; jgh@publico.pt
Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático

 

Exmo. Sr. Dr. Leonardo Adamowicz

 

A pronta e enérgica defesa da empresa Arqueonautas SA espantou-me e chocou-me.  Espantou-me porque eu julgava que o ICOMOS se pautava por princípios sérios, e pugnava pela defesa do patrimonio da Humanidade, considerado como uma propriedade de todos, e não de uma empresa privada qualquer.  Chocou-me porque V.a Ex.a parece não compreender qual e o objecto social da empresa em questão.  Assim, e para que não restem duvidas sobre a minha posição, julgo pertinente informá-lo dos seguintes factos:

 

1. A Arqueonautas SA e uma empresa privada com fins lucrativos cujo objectivo e a obtenção de lucro com a venda de artefactos recuperados de sítios arqueológicos subaquáticos.  Isto configura, sem qualquer margem para duvida, a actividade de uma empresa de caca aos tesouros.

 

2. Como todas as outras empresas de caca aos tesouros que conheço – e eu conheço muitas – a empresa Arqueonautas SA nunca publicou uma única linha sobre os navios cujas cargas recuperou em nenhum jornal com credibilidade cientifica mínima.

 

3. Nos últimos nove anos a empresa Arqueonautas SA anunciou que ia recuperar, ou que havia recuperado, “tesouros” de mais de uma dezena de navios, em Cabo Verde e em Moçambique.

 

4. Ate ver uma prova escrita de que o Sr. Mensum Bound, ou a Dra. Margaret Rule, ou o Sr. Alejandro Mirobal pertencem, de facto, a Universidade de Oxford, não vejo nenhuma razão para acreditar nas informações distribuídas pela empresa Arqueonautas SA sobre a eventual credibilidade cientifica dos seus arqueólogos e as alegadas relações da empresa com a referida universidade.

 

5. Alias não conheço nenhuma organização respeitável que tenha escavado mais de uma dezena de navios ao longo de quase dez anos e nunca tenha publicado um único artigo cientifico sobre nenhum dos sítios.  As duas únicas publicações de que tenho conhecimento, nos últimos 10 anos, sobre a actividade da empresa Arqueonautas SA são dois catálogos de leiloes, um da Sotheby’s e um da Christie’s.

 

6. Assim, só posso lamentar que o ICOMOS venha defender e promover tão energicamente a actividade desta empresa de caca aos tesouros, e se atreva a afirmar que esta actividade e compatível com os princípios que informam a UNESCO e deviam informar o ICOMOS.

 

7. Quanto aos seus argumentos sobre a alegada brutalidade da expansão portuguesa poderem justificar a destruição do patrimonio português, julgo que não devo deixá-los sem três comentários:

 

Em primeiro lugar quero-lhe dizer que espero que ninguém no ICOMOS ache que eu me devo calar perante a destruição do patrimonio cultural português em Moçambique porque sou português e ha seiscentos anos uns portugueses se portaram de forma desumana no território onde hoje e Moçambique;

 

Em segundo lugar porque os seus argumentos não são sequer lógicos.  Mesmo que e expansão portuguesa em África tenha sido extremamente violenta para as populações africanas, não me parece que seja licito o ICOMOS aplaudir a destruição e a venda do patrimonio cultural português.  Seguindo esta lógica será licito aplaudir também a destruição do patrimonio dos Romanos?  E o dos Persas?

 

Em terceiro lugar, e talvez mais importante do que os insultos étnicos ou que a falta de lógica implícitos nos seus argumentos, gostava de lhe lembrar que o papel dos historiadores e das pessoas dedicadas ao estudo e preservação do patrimonio cultural da Humanidade não é coleccionar ofensas antigas para os políticos usarem em proveito próprio, lançando os povos uns contra os outros.

 

Sem outro assunto,

 

Respeitosamente,

 

Filipe Castro

Assistant Professor

Nautical Archaeology Program

Texas A&M University

College Station, Texas, USA

 

C.C.:   ICOMOS Secretariat in Paris

 

 

 

 

-----Original Message-----
From: ICOMOS - Mozambique [mailto:icomosmoz@yahoo.com.br]
Sent: Tuesday, May 18, 2004 5:03 PM
To: archport@list-serv.ci.uc.pt; fvcastro
Cc: Maria Matos; Departamento de Monumentos; Secretariat
Subject: RE: [Archport] Património cultural subaquático

 

Estimado Senhor Professor Filipe Castro,

 

Não pretendo entrar á Guerra entre actuais e antigos caçadores ao tesouro. Isso, eventualmente, pode ser da competência de um  Estado soberano, neste caso a República de Moçambique. Da minha parte quero somente informar que no dia 18 de Abril de 2003 o Comité Nacional – ICOMOS Moçambique, apresentou ao Governo, perante muitos especialista da área, um projecto do Regulamento sobre as actividades arqueológicas em meio subaquático, que completa a lei sobre a protecção do património cultural de 10/1988 e é de acordo com o espirito da Convenção da UNESCO. O Ministério da Cultura está já na fase final da aprovação. Nem agora, nem depois da aprovação do Regulamento nenhum pais do Mundo poderia reclamar os achados arqueológicos encontrados nas águas territorias de Moçambique. Gostaria de lembrar que muitos consideram a expansão maritima europeia como exploração, bandidagem e pura caça aos tesouros. Incas, Aztecas, Moçambicanos, podem contar as longas histórias sobre efeitos desta “acção civilizatória”.

A proposito: gostária de saber quando o Congresso dos Estados Unidos e o parlamento do Portugal ratificarão a Convenção da UNESCO?... para que a leilão, na Christie’s de Amsterdão, sejá último.

 

Com mais elevada estima e consideração

 

Leonardo Adamowicz

Arqueologo

Presidente Executivo do Comité ICOMOS – Moçambique

 

PS. Não pretendo defender os Arqueonautas SA, que de acordo com um contrato assinado com o Governo Moçambicano trabalham na Ilha de Moçambique. O C.N. ICOMOS – Moçambique só exigia, que a empresa apresente um relatório detalhado, uma publicação e obrigatoriamente deixa em Moçambique todas peças únicas e aquelas que sejam consideradas de grande valor (NB. pelos especialistas chamados do Portugal). Sinceramente lamento leilão e tenho a esperaça que os fundos serão utilizados para formação dos arqueólogos subaquáticos moçambicanos.  Pessoalmente, estou muito contente da publicação científica dos achados, ainda este ano. A monografia será a primeira deste genero na história de Moçambique (tal colonial, como independente).                

 

-----Original Message-----
From: archport-bounces@list-serv.ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@list-serv.ci.uc.pt]On Behalf Of fvcastro
Sent: 18 May 2004 21:44
To: archport@list-serv.ci.uc.pt
Subject: [Archport] Património cultural subaquático

 

Vai amanhã (dia 19) a leilão, na Christie’s de Amsterdão, parte da carga de um navio português do século XVI naufragado na Ilha de Moçambique.  A carga que agora se vai dispersar foi salva pela empresa de caça aos tesouros Arqueonautas SA.

 

Em todo o mundo se aperta o cerco contra a actividade das empresas de caça ao tesouro.  A aprovação de uma convenção da UNESCO para a proteção do património cultural subaquático da Humanidade é um bom exemplo desta tendência.

 

Por outro lado, cada vez mais governos de países com um passado ligado a expansão marítima europeia reclamam direitos sobre os restos dos seus navios, perdidos nos quatro cantos do mundo.  Assim, o governo espanhol ganhou recentemente um processo em tribunal, contra uma empresa de caça aos tesouros e o Estado da Virgínia, nos EUA, que havia atribuído a concessão de salvados.

 

Acho que temos o direito de saber porque é que o estado português não faz nada para proteger os restos arqueológicos dos nossos navios, à semelhança dos outros países do mundo.

 

 

Filipe Castro, Ph.D.

Assistant Professor

Nautical Archaeology Program

Texas A&M University

College Station, Texas, USA

 


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