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Re: [Archport] Fusões de Institutos


•   Subject: Re: [Archport] Fusões de Institutos
•   From: Alexandre Monteiro <alexandre.monteiro@gmail.com>
•   Date: Mon, 30 Jan 2006 12:18:49 +0000

Parece que afinal, nem só a burra dá para trás...

On 1/30/06, José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt> wrote:
>     A pedido do próprio, divulgo a tomada de posição do Sr. Presidente da
> Associação dos Arqueólogos Portugueses acerca do tema em epígrafe:
>
>
>
> ----- Original Message -----
>
>  From: <jarnaud@sapo.pt
>
>  To: <jde@fl.uc.pt
>
>  Sent: Sunday, January 29, 2006 5:17 PM
>
>  Subject: Fusões de Institutos
>
>
>
>
>
>
>  Caros Consócios e Colegas:
>
>
>
>
>
> Na sequência de contactos estabelecidos com o Dr. Luís Machado, adjunto da
> Senhora Ministra da Cultura e de um artigo publicado no passado dia 27 de
> Janeiro no Público, tudo indica que o Governo se prepara para proceder à
> fusão, ou melhor, à integração, do IPA no IPPAR, contrariamente à opinião da
> maior parte da comunidade arqueológica, claramente expressa na moção
> aprovada no Congresso Ibérico de Arqueologia, reunido em Faro, em Setembro
> de 2004, e oportunamente veiculada pelos seus promotores, quer ao anterior
> quer à actual Ministra da Cultura.
>
> Convidam-se, assim, todos os arqueólogos que não concordam com essa medida a
> manifestar, de forma serena mas firme e fundamentada, o seu desagrado, quer
> a nível individual, quer através das instituições em que se integram,
> escrevendo directamente à Senhora Ministra, por correio, para o Palácio
> Nacional da Ajuda, 1300-018 Lisboa, pelo fax nº 21 364 98 72, ou através do
> e-mail do seu adjunto, lmachado@mc.gov.pt, que coordena o grupo de trabalho
> encarregado de preparar as fusões naquele ministério.
>
> Embora haja directivas superiores para proceder à fusão e à extinção de
> institutos, não se compreende como é que o actual governo do PS pretenda
> extinguir um instituto que foi criado em 1997 pelo anterior governo desse
> mesmo partido, para dar maior eficácia à actuação do Estado numa área com
> uma especificidade muito própria, tanto mais que se trata de um instituto
> que obedece a um modelo que corresponde inteiramente ao que se pretende
> agora adoptar na administração pública, para a agilizar: tem um quadro de
> pessoal muito reduzido mas altamente qualificado e polivalente. Com efeito,
> a maior parte dos seus actuais colaboradores, apesar de bastante jovens, têm
> formação de nível superior (licenciatura, mestrado ou doutoramento), e os
> funcionários administrativos, técnicos e auxiliares são reduzidos ao mínimo,
> devido à polivalência dos técnicos superiores.
>
> Acresce ainda que o IPA, além de possuir o melhor laboratório do país na
> área da paleoecologia humana e uma das melhores bibliotecas, oferecida pelo
> Instituto Arqueológico Alemão, conseguiu ao longo de quase uma década de
> existência, através das suas extensões territoriais, uma forte implantação a
> nível regional e uma ligação em rede com as restantes infraestruturas
> arqueológicas espalhadas por todo o país. É obvio que o IPA não será uma
> instituição perfeita, mas não seria mais rentável para o país, reajustar as
> suas atribuições e procedimentos, em função da experiência dos últimos anos,
> concentrando neste Instituto todas as atribuições no domínio da gestão do
> património arqueológico, transferir para o seu quadro os arqueólogos e
> técnicos de arqueologia que estão escandalosamente subaproveitados no IPPAR
> e integrar nesse quadro os colaboradores mais qualificados do IPA, que
> exercem funções há longos anos num regime de precariedade insustentável?
> Compreende-se a preocupação do Governo no sentido de agilizar a pesada
> máquina administrativa do Estado, engordada ao sabor dos interesses das
> clientelas partidárias, fundindo instituições cujas funções se sobrepõem.
> Mas se existe sobreposição de funções, no domínio do património, é
> seguramente entre o IPPAR e a DGEMN, ambas com responsabilidades no domínio
> do património construído, com delegações regionais em Lisboa, Porto, Coimbra
> e Évora, com dispendiosas revistas semestrais, com sites na Internet e bases
> de dados sobre monumentos, competindo há longos anos entre si, como se de
> empresas privadas se tratasse, junto das autarquias e outras entidades
> públicas e privadas para obterem contratos de prestação de serviços. Porque
> não se fundem então estas duas instituições? Será legítimo continuar a
> sobrepor interesses e ambições pessoais de alguns à eficácia da utilização
> de recursos que a todos pertencem?
>
>
>
> Com as melhores saudações,
>
>
>
> José Morais Arnaud
>
> Presidente da Direcção da
>
> Associação dos Arqueólogos Portugueses
> _______________________________________________
> Archport mailing list
> Archport@lserv.ci.uc.pt
> http://lserv.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport
>
>
>
>


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