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Caro Filipe, Todas as crises de crescimento e identidade levam algum tempo a ultrapassar assim como as grandes rupturas, em que muitas vezes a negar o "pai", parece a forma acertada de afirmar uma pessoa ou instituição, que para o caso do IPA o foi IPPC e o organismo que lhe sucedeu, o IPPAR. É muito importante reter esta dimensão histórica sobre os organismos que desde meados do século XX têm tutelado o património em Portugal, para perceber que a nossa pequenez não deveria ser factor de desunião mas sim de coligação, porque as lutas fratricidas dentro do património só estão a desembocar nesta situação de desagregação das instituições, e aqui não falo só do IPA, falo também do IPPAR e quem sabe do IPM e de outras que mal nasceram e tiveram tempo para se afirmarem. Considero as suas palavras como resultantes de um preconceito que resulta de um ónus que a sociedade cobra ao IPPAR e consequentemente aos seus funcionários. Esse ónus não resulta da inacção, como se depreende das suas palavras, mas resulta antes da acção que geralmente não é pública e visível, como são, grosso modo, os licenciamentos em zonas de protecção e centros históricos, que nem sempre tornam o IPPAR popular junto das autarquias e dos donos de obra. Também se poderá dizer que essa fraqueza vem também de ataques de outras instituições que sentem o seu espaço ocupado, se calhar por terem perdido o comboio da história e ainda venerarem o intervencionismo puro e não reconhecerem, por exemplo, a valorização como um motor da salvaguarda do património. Sublinho que o IPPAR tem nos seus funcionários o seu maior capital humano, quer pelos seus curricula, académico e profissional, e que têm efectuado trabalhos de reconhecido mérito e interesse público. Será isto para desperdiçar? Vai-se deitar fora este saber, saber que não é estático que tem evoluído e que tem trazido para o país muitas experiências inéditas e até inovadoras? Não se pode aceitar de forma leviana conceitos e ideias feitas que só servem para criar uma diversão e distrair-nos do que realmente é essencial, continuo a afirmar, a protecção, salvaguarda, investigação e apresentação pública do património. Estes ataques, que se vêm sucedendo ao longo dos anos, parece que de facto enfraqueceram a instituição e agora frutificaram num modelo que ninguém conhece mas de que já existem sinais preocupantes que apontam para uma desagregação, esvaziamento e submissão a concepções passadistas. É com seriedade e argumentos, bons argumentos, que se pode fazer a discussão e a fundamentação das asserções. Quem me conhece, sabe que desde a primeira hora em que foi anunciada a fusão do IPA com o IPPAR que me manifestei contra. Manifestei essa minha posição publicamente ao então senhor Presidente do IPPAR e tento demonstrar a minha solidariedade junto dos colegas que conheço no IPA. Não posso admitir, de forma alguma, considerações e insinuações injustas e pouco consistentes sobre o IPPAR e os seus funcionários: estaremos todos mais uma vez a dar um tiro nos pés! Acho até inadmissível que no momento em que o IPPAR se encontra no limiar de um possível desmembramento, esvaziamento de competências e perda de autonomia, se olhe para o mesmo como um inimigo e alvo a abater e até se regozijarem com o seu fim. Não nos podemos esquecer que para além das pessoas, também aqui o património e o seu futuro é importante como objecto dos nossos esforços. Cumprimentos, João Marques --- Filipe Castro <fvcastro@tamu.edu> wrote: > Mais uma vez, parabéns à Jacinta Bugalhão! Pela > coragem, pela inteligência > e pela calma com que faz as coisas. > > > > Parece impossível, mas a verdade é que tudo indica > que este governo, como > outros, prefere destruir um instituto pequeno, > barato e ágil, que funciona ? > apesar de, em minha opinião ter dois problemas > (enormes) que eu me vou > escusar de nomear aqui ? do que renovar o IPPAR! > > > > Sem querer generalizar ? todas as generalizações são > injustas ? para quem > está de fora o IPPAR aparece, consistentemente e > independentemente dos > governos para quem trabalha, como uma massa informe, > onde imperam a > preguiça, a ignorância, a irresponsabilidade e o > cinismo. Onde grande parte > dos funcionários não tem convicções, nem brio, nem > sentido das > responsabilidades, nem espírito de equipa. > > > > O IPPAR é o tipo de organização que só aparece nos > jornais quando acontece > uma calamidade. > > > > E é o IPPAR que a ministra quer proteger e > encarregar de zelar pela > arqueologia em Portugal? > > > > É espantoso como a política promove este tipo de > pessoas. Refiro-me aos > ministros em geral. Com raras e honrosas excepções, > pode-se sempre contar > com eles para nos demonstrarem um zelo infinito > pelas próprias carreiras, > uma falta de coragem abjecta, uma subserviência > absoluta aos poderes > instalados (os dirigentes profissionais da > administração pública, que vivem > acima da crítica e do escrutínio dos mortais) e uma > visão do futuro que > corresponde aos interesses pessoais de curto prazo. > > > > > E como em Portugal a Arqueologia não tem qualquer > impacto na vida das > pessoas (é uma actividade secreta e esotérica, que > acontece por trás de > tapumes e nunca é publicada senão em relatórios que > ninguém lê), deve ser > facílimo tramar os arqueólogos sem sofrer > consequências políticas, para além > duma reacção corporativa. > > > > Filipe Castro > > College Station, TX > > > > P.S.: E acho que devíamos todos escrever ao Partido > Socialista a pedir que > pare de andar a fazer danças do ventre à nossa volta > e mude o nome, de uma > vez por todas, para Partido Neo-Liberal, ou Partido > do Mercado, ou Partido > do Capitalismo Selvagem, ou Partido da Direita > Católica e Conservadora. > Ficava-lhes bem assumir as coisas (estas e outras) > volta e meia. > > > > _____ > > From: archport-bounces@lserv.ci.uc.pt > [mailto:archport-bounces@lserv.ci.uc.pt] On Behalf > Of Jacinta Bugalhão > Sent: Wednesday, February 08, 2006 10:58 AM > To: archport@list-serv.ci.uc.pt > Subject: [Archport] "Extinção" do IPA > > > > Caros colegas, > > Como todos os arqueólogos temos acompanhado > atentamente o evoluir da > situação relativamente a reorganização orgânica do > Ministério da Cultura, > que aparentemente se encontra em curso. Como parte > interessada resolvemos > desenvolver algumas iniciativas de divulgação da > nossa posição sobre a > matéria. Assim, junto a esta mensagem, cópia do > comunicado de imprensa que > divulgámos no princípio da semana e que, grosso > modo, exprime o nosso > ?estado de espírito?. > > > > Saudações arqueológicas > > > > Jacinta Bugalhão > > > > > > COMUNICADO > > > > Em 2002, Pedro Roseta, ministro do governo de Durão > Barroso, anunciou a > ?fusão? do Instituto Português de Arqueologia (IPA) > com o Instituto > Português do Património Arquitectónico (IPPAR). Este > processo arrastou-se > penosamente por meses e anos, até que, em Julho de > 2004, a então Ministra da > Cultura, Maria João Bustorff, anuncia a decisão > governamental de abandonar a > medida de fusão entre os dois Institutos. > > Vemos agora novamente recuperada esta ideia, > inserida numa mega > reestruturação da administração pública, acerca da > qual vão surgindo, dia > após dia, rumores veiculados pela comunicação > social, em forte contraste com > o silêncio da tutela. Esta situação reveste-se de > maior perplexidade, pois > não só o PS tinha concedido apoio inequívoco aos > protestos da comunidade > arqueológica em 2002, como o novo governo integra > algumas das personalidades > que explicitaram o seu apoio à manutenção da > autonomia orgânica do IPA, > entre os quais se conta a actual Ministra da > Cultura, na altura exercendo as > funções de deputada pelo Partido Socialista. > > Parece certa, neste contexto, a perda da autonomia > orgânica da arqueologia, > sem que em momento algum tenha sido auscultada a > comunidade arqueológica. > > Por considerarmos que esta medida continua a > encerrar todos os malefícios e > problemas que motivaram a nossa mobilização em 2002 > e também por, mais uma > vez, não se detectar qualquer intenção de ter em > conta os pontos de vista > dos arqueólogos, previamente à concretização da > reorganização do sector, > vimos por este meio solicitar a colaboração dos > órgãos de comunicação > social, respeitando as opções de política editorial, > na divulgação das > nossas preocupações, que consideramos revestirem-se > do maior interesse > público. > > > > * Uma vez mais esta proposta de reestruturação da > gestão pública > arqueológica não é precedida do devido debate, que > envolva verdadeiramente > os profissionais do sector (nem o Ministério da > Cultura, nem a comissão de > reestruturação do mesmo, conta, que se saiba com > qualquer colaborador ou > assessor da área da Arqueologia) ou as suas > associações representativas. > > * Consideramos que a atitude do actual Ministério > da Cultura ? como dos > dois executivos anteriores, ao manterem por quatro > anos a Arqueologia > === message truncated ===> _______________________________________________ > Archport mailing list > Archport@lserv.ci.uc.pt > http://lserv.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport > __________________________________________________ Do You Yahoo!? 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