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Caro Jo*o Marques e demais As cr*ticas que muitos fazem ao IPPAR s*o, infelizmente, merecidas. S*o merecidas porque o IPPAR foi de entre os filhos do IPPC aquele que herdou o maior *nus negativo, aquele que serviu para alimentar clientelas, e aquele que mandava fazer o correcto, e por vezes praticava nas suas fileitas o incorrecto: quantos relat*rios de escava**es antigas ainda hoje n*o foram entregues, com todos os preju*zos que da* advieram, como por exemplo maus planeamentos por desconhecimento, etc??? Com certeza o IPPAR tem pessoas competentes, e nesse pacote te incluo, mas nem todos o s*o ou foram. Recordo-me de assistir ou de ouvir muitos epis*dios tristes. No caso da arqueologia, de arque*logos que tentaram salvaguardar patrim*nio e receberam em troca retalia**es da chefias politizadas mais interessadas em proteger o seu tacho. Isso com certeza desmoraliza, e muito. Portanto, talvez seja *s chefias politizadas que devessemos apontar parte das culpas. No caso do IPPAR e IPA quantas lutas de galos ocorreram no passado recente? E no entanto, no terreno, os t*cnicos entendiam-se, para logo de seguida os Srs galos fazerem t*bua rasa desses entendimentos? Mas actualmente tudo se restringe a uma coisa: Os Srs. pol*ticos querem poupar uns trocos, e a parte fraca * o IPA, depois o IPPAR e finalmente, quem sabe o IPM. Do que foi proposto antes, e que parece querer aplicar-se, nada * l*gico e justo, e menos ainda fomentador de poupan*a. Mas * tudo uma quest*o de dinheiro e poder. Dificilmente tocam na DGEMN porque pertence a um minist*rio robusto. O IPPAR * mais f*cil porque pertence * Cultura, e nesta os *ltimos ministros t*m de tudo menos espinha dorsal e capacidade para apresentar e defender um modelo que seja eficaz e racionalizador dos dinheiros p*blicos. Se falamos de fus*es, temos mesmo que falar da DGEMN e IPPAR, pois n*o faz sentido 2 institui**es gerirem patrim*nio classificado, terem 2 bases de dados desse patrim*nio, e por vezes gerirem edif*cios a meias: O IPPAR gere a alc**ova do castelo, e a DGEMN as mulharas exteriores!! Quanto ao IPA esse tem um objecto claro e espec*fico (mesmo que admitamos pequenas sobreposi**es) e tem cumprido com or*amentos infimamente menores de outras Institui**es. Depois temos a heterog*nea comunidade arqueol*gica, cada grupo com os seus interesses. Se o IPPAR era h* muitos anos alvo de cr*tica de Universidades, e com raz*o, actualmente * a vez do IPA. S* que agora essa cr*tica * feita pela aus*ncia de defesa do Instituto e da Arqueologia. * curioso verificar o sil*ncio que pauta muita gente actualmente. E s* posso concluir (ainda que deseje estar errado) que anda por a* muito cinismo e hipocrisia no ar, com vista a acerto de contas. Mas falando de hipocrisia, comecemos pelo governo PS, que na oposi**o diz uma coisa e no governo faz outra...Sei que s*o a nossa prata da casa, mas talvez precisem de ser refundidos! Rui Boaventura >>> J M <jmarques_64@yahoo.com> 02/09/06 12:59 PM >>> Caro Filipe, Todas as crises de crescimento e identidade levam algum tempo a ultrapassar assim como as grandes rupturas, em que muitas vezes a negar o "pai", parece a forma acertada de afirmar uma pessoa ou institui**o, que para o caso do IPA o foi IPPC e o organismo que lhe sucedeu, o IPPAR. * muito importante reter esta dimens*o hist*rica sobre os organismos que desde meados do s*culo XX t*m tutelado o patrim*nio em Portugal, para perceber que a nossa pequenez n*o deveria ser factor de desuni*o mas sim de coliga**o, porque as lutas fratricidas dentro do patrim*nio s* est*o a desembocar nesta situa**o de desagrega**o das institui**es, e aqui n*o falo s* do IPA, falo tamb*m do IPPAR e quem sabe do IPM e de outras que mal nasceram e tiveram tempo para se afirmarem. Considero as suas palavras como resultantes de um preconceito que resulta de um *nus que a sociedade cobra ao IPPAR e consequentemente aos seus funcion*rios. Esse *nus n*o resulta da inac**o, como se depreende das suas palavras, mas resulta antes da ac**o que geralmente n*o * p*blica e vis*vel, como s*o, grosso modo, os licenciamentos em zonas de protec**o e centros hist*ricos, que nem sempre tornam o IPPAR popular junto das autarquias e dos donos de obra. Tamb*m se poder* dizer que essa fraqueza vem tamb*m de ataques de outras institui**es que sentem o seu espa*o ocupado, se calhar por terem perdido o comboio da hist*ria e ainda venerarem o intervencionismo puro e n*o reconhecerem, por exemplo, a valoriza**o como um motor da salvaguarda do patrim*nio. Sublinho que o IPPAR tem nos seus funcion*rios o seu maior capital humano, quer pelos seus curricula, acad*mico e profissional, e que t*m efectuado trabalhos de reconhecido m*rito e interesse p*blico. Ser* isto para desperdi*ar? Vai-se deitar fora este saber, saber que n*o * est*tico que tem evolu*do e que tem trazido para o pa*s muitas experi*ncias in*ditas e at* inovadoras? N*o se pode aceitar de forma leviana conceitos e ideias feitas que s* servem para criar uma divers*o e distrair-nos do que realmente * essencial, continuo a afirmar, a protec**o, salvaguarda, investiga**o e apresenta**o p*blica do patrim*nio. Estes ataques, que se v*m sucedendo ao longo dos anos, parece que de facto enfraqueceram a institui**o e agora frutificaram num modelo que ningu*m conhece mas de que j* existem sinais preocupantes que apontam para uma desagrega**o, esvaziamento e submiss*o a concep**es passadistas. * com seriedade e argumentos, bons argumentos, que se pode fazer a discuss*o e a fundamenta**o das asser**es. Quem me conhece, sabe que desde a primeira hora em que foi anunciada a fus*o do IPA com o IPPAR que me manifestei contra. Manifestei essa minha posi**o publicamente ao ent*o senhor Presidente do IPPAR e tento demonstrar a minha solidariedade junto dos colegas que conhe*o no IPA. N*o posso admitir, de forma alguma, considera**es e insinua**es injustas e pouco consistentes sobre o IPPAR e os seus funcion*rios: estaremos todos mais uma vez a dar um tiro nos p*s! Acho at* inadmiss*vel que no momento em que o IPPAR se encontra no limiar de um poss*vel desmembramento, esvaziamento de compet*ncias e perda de autonomia, se olhe para o mesmo como um inimigo e alvo a abater e at* se regozijarem com o seu fim. N*o nos podemos esquecer que para al*m das pessoas, tamb*m aqui o patrim*nio e o seu futuro * importante como objecto dos nossos esfor*os. Cumprimentos, Jo*o Marques --- Filipe Castro <fvcastro@tamu.edu> wrote: > Mais uma vez, parab*ns * Jacinta Bugalh*o! Pela > coragem, pela intelig*ncia > e pela calma com que faz as coisas. > > > > Parece imposs*vel, mas a verdade * que tudo indica > que este governo, como > outros, prefere destruir um instituto pequeno, > barato e *gil, que funciona – > apesar de, em minha opini*o ter dois problemas > (enormes) que eu me vou > escusar de nomear aqui – do que renovar o IPPAR! > > > > Sem querer generalizar – todas as generaliza**es s*o > injustas – para quem > est* de fora o IPPAR aparece, consistentemente e > independentemente dos > governos para quem trabalha, como uma massa informe, > onde imperam a > pregui*a, a ignor*ncia, a irresponsabilidade e o > cinismo. Onde grande parte > dos funcion*rios n*o tem convic**es, nem brio, nem > sentido das > responsabilidades, nem esp*rito de equipa. > > > > O IPPAR * o tipo de organiza**o que s* aparece nos > jornais quando acontece > uma calamidade. > > > > E * o IPPAR que a ministra quer proteger e > encarregar de zelar pela > arqueologia em Portugal? > > > > * espantoso como a pol*tica promove este tipo de > pessoas. Refiro-me aos > ministros em geral. Com raras e honrosas excep**es, > pode-se sempre contar > com eles para nos demonstrarem um zelo infinito > pelas pr*prias carreiras, > uma falta de coragem abjecta, uma subservi*ncia > absoluta aos poderes > instalados (os dirigentes profissionais da > administra**o p*blica, que vivem > acima da cr*tica e do escrut*nio dos mortais) e uma > vis*o do futuro que > corresponde aos interesses pessoais de curto prazo. > > > > > E como em Portugal a Arqueologia n*o tem qualquer > impacto na vida das > pessoas (* uma actividade secreta e esot*rica, que > acontece por tr*s de > tapumes e nunca * publicada sen*o em relat*rios que > ningu*m l*), deve ser > fac*limo tramar os arque*logos sem sofrer > consequ*ncias pol*ticas, para al*m > duma reac**o corporativa. > > > > Filipe Castro > > College Station, TX > > > > P.S.: E acho que dev*amos todos escrever ao Partido > Socialista a pedir que > pare de andar a fazer dan*as do ventre * nossa volta > e mude o nome, de uma > vez por todas, para Partido Neo-Liberal, ou Partido > do Mercado, ou Partido > do Capitalismo Selvagem, ou Partido da Direita > Cat*lica e Conservadora. > Ficava-lhes bem assumir as coisas (estas e outras) > volta e meia. > > > > _____ > > From: archport-bounces@lserv.ci.uc.pt > [mailto:archport-bounces@lserv.ci.uc.pt] On Behalf > Of Jacinta Bugalh*o > Sent: Wednesday, February 08, 2006 10:58 AM > To: archport@list-serv.ci.uc.pt > Subject: [Archport] "Extin**o" do IPA > > > > Caros colegas, > > Como todos os arque*logos temos acompanhado > atentamente o evoluir da > situa**o relativamente a reorganiza**o org*nica do > Minist*rio da Cultura, > que aparentemente se encontra em curso. Como parte > interessada resolvemos > desenvolver algumas iniciativas de divulga**o da > nossa posi**o sobre a > mat*ria. Assim, junto a esta mensagem, c*pia do > comunicado de imprensa que > divulg*mos no princ*pio da semana e que, grosso > modo, exprime o nosso > “estado de esp*rito”. > > > > Sauda**es arqueol*gicas > > > > Jacinta Bugalh*o > > > > > > COMUNICADO > > > > Em 2002, Pedro Roseta, ministro do governo de Dur*o > Barroso, anunciou a > “fus*o” do Instituto Portugu*s de Arqueologia (IPA) > com o Instituto > Portugu*s do Patrim*nio Arquitect*nico (IPPAR). Este > processo arrastou-se > penosamente por meses e anos, at* que, em Julho de > 2004, a ent*o Ministra da > Cultura, Maria Jo*o Bustorff, anuncia a decis*o > governamental de abandonar a > medida de fus*o entre os dois Institutos. > > Vemos agora novamente recuperada esta ideia, > inserida numa mega > reestrutura**o da administra**o p*blica, acerca da > qual v*o surgindo, dia > ap*s dia, rumores veiculados pela comunica**o > social, em forte contraste com > o sil*ncio da tutela. Esta situa**o reveste-se de > maior perplexidade, pois > n*o s* o PS tinha concedido apoio inequ*voco aos > protestos da comunidade > arqueol*gica em 2002, como o novo governo integra > algumas das personalidades > que explicitaram o seu apoio * manuten**o da > autonomia org*nica do IPA, > entre os quais se conta a actual Ministra da > Cultura, na altura exercendo as > fun**es de deputada pelo Partido Socialista. > > Parece certa, neste contexto, a perda da autonomia > org*nica da arqueologia, > sem que em momento algum tenha sido auscultada a > comunidade arqueol*gica. > > Por considerarmos que esta medida continua a > encerrar todos os malef*cios e > problemas que motivaram a nossa mobiliza**o em 2002 > e tamb*m por, mais uma > vez, n*o se detectar qualquer inten**o de ter em > conta os pontos de vista > dos arque*logos, previamente * concretiza**o da > reorganiza**o do sector, > vimos por este meio solicitar a colabora**o dos > *rg*os de comunica**o > social, respeitando as op**es de pol*tica editorial, > na divulga**o das > nossas preocupa**es, que consideramos revestirem-se > do maior interesse > p*blico. > > > > * Uma vez mais esta proposta de reestrutura**o da > gest*o p*blica > arqueol*gica n*o * precedida do devido debate, que > envolva verdadeiramente > os profissionais do sector (nem o Minist*rio da > Cultura, nem a comiss*o de > reestrutura**o do mesmo, conta, que se saiba com > qualquer colaborador ou > assessor da *rea da Arqueologia) ou as suas > associa**es representativas. > > * Consideramos que a atitude do actual Minist*rio > da Cultura – como dos > dois executivos anteriores, ao manterem por quatro > anos a Arqueologia > === message truncated ===> _______________________________________________ > Archport mailing list > Archport@lserv.ci.uc.pt > http://lserv.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport > __________________________________________________ Do You Yahoo!? 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