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Parabéns ao colega. Ainda há quem tenha bom senso e que demonstre a maturidade e educação que o estatuto de licenciado pressupõe. Bem-haja pelo exemplo empreendedor. Cordiais cumprimentos, Maria Araújo Citando Ricardo Abranches <foto@abranches.com>: > > > -----Mensagem original----- > De: Alexandre Monteiro [mailto:alexandre.monteiro@gmail.com] > Enviada: sexta-feira, 29 de Setembro de 2006 0:12 > Para: Andre gregorio > Cc: Archport@lserv.ci.uc.pt > Assunto: Re: [Archport] Trabalho Digno > > Se é assim tão fácil abrir uma empresa de arqueologia, porque não > avançarão > para essa etapa os arqueólogos que se sentem explorados? > ---------------------------------------------------------------------------- > ---------------------- > > > Ora ate que enfim alguém disse algo de construtivo. Eu mantive a parte desta > discussão enquanto ela foi anónima, mas agora que estamos a falar como > pessoas civilizadas já posso contribuir para esta discussão com a minha > experiência. > > Em primeiro lugar deixem-me apresentar-me, o meu nome Ricardo Abranches e > estou ligado a arqueologia desde 1984, primeiro como voluntário e desde a > alguns anos como fotografo. > > O Alexandre Monteiro oferece realmente a solução para quem se sente > explorado pelas empresas, e deixem lembrar-lhes que agora podem criar > empresas sejam elas sociedades ou cooperativas de arqueólogos em menos de > uma hora. E pelo eu tenho lido aqui é mesmo lamentável que não o façam. > Porque foi isso que os sócios das empresas de arqueologia fizeram, tal como > vosses eles são licenciados ou técnicos que em vez de trabalharem para os > outros, decidiram trabalhar por conta própria. Neste momento já são certa > de > 50 as empresas. > > O que se calhar as pessoas não sabem é o que significa ter uma empresa, > seja > lá de que ramo seja. > > Significa que: > todos os meses é necessário entregar a seg social 21.5% dos > ordenados da empresa ( mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados) > todos os meses é necessário entregar ao estado o irs retido aos > funcionários (mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados) > todos os meses é necessário pagar os salários aos funcionários (14 > meses, mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados) > todos os 3 meses é necessário pagar o IVA ( mesmo que os clientes > não tenham pago as facturas) > todos os anos é preciso pagar o IRC > todos os anos é preciso pagar o PEC > > Ou seja uma empresa que factura serviços mas não recebe dos seus clientes > fica numa situação difícil. Esta situação é especialmente agravada no > caso > de empresas que fornecem serviços as empresas do estado. É comum o estado > ter facturas com 10 anos por pagar. > > Ou seja, uma empresa para cumprir religiosamente as suas obrigações tem de > ter óptimos clientes ou então ser formada por gente com algum dinheiro para > poder emprestar a empresa. > > Se calhar é por isso que na empresas que conheço e para a qual trabalho com > alguma regularidade, ninguém anda de Mercedes, as pickups são para o > trabalho e são utilizadas quer pelos funcionários da empresa quer pelos > arqueólogos/técnicos que delas necessitam para o seu trabalho. E essa > empresa foi a consequência de uma ideia nascida ainda na faculdade. > > Já agora, gostava de os convidar a assistir as aberturas de propostas nos > concursos de arqueologia. Vão com certeza reparar nas enormes diferenças de > preços para os mesmos serviços. É para mim o melhor indicador dos > salários pagos pelas empresas, e como infelizmente há pessoas que aceitam > trabalhar por tão pouco dinheiro, são essas empresas que ganham os > concursos, e são essas empresas que sobrevivem, enquanto as outras fecham as > portas. > > Há empresas que por exemplo já não concorrem a trabalhos na cidade do > Porto, > pois existem ai empresas que trabalham por tão pouco dinheiro que nem > compensa saber quais as condições do concurso. Vão desculpar-me, mas que > aceita trabalhar nessas condições é cúmplice da situação e é tão > culpado > como a própria empresa. > > > Só que tal como há "boas" e "más" empresas também "bons" e "maus" > arqueólogos/técnicos. Por isso a ideia de uma tabela salarial é ridícula, > ou > seja um arqueólogo cheio de experiência com capacidade de tomar decisões ( > coisa raríssima a capacidade de no campo face a uma situação nova tomar um > decisão ) não pode nem deve receber o mesmo que ou outro colega que não > tenhas as mesmas capacidades. Não queiram nivelar a vossa profissão pela > mediania. > > Em suma, seja qual for a vossa decisão profissional trabalhem e estudem para > serem como os melhores. Ninguém da nada a ninguém e o mundo dos "crescidos" > é muito difícil, e as pessoas devem impor-se pela sua competência. > > > > um abraço > Ricardo Abranches > > > > > > > > > > > > > _______________________________________________ > Archport mailing list > Archport@lserv.ci.uc.pt > http://lserv.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport >
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