Não tive oportunidade de ler a mensagem
da Drª De:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de A propósito das referências feitas no Archport pela Dr.ª Antes de mais quero afirmar que considero um insulto à
inteligência, tanto não dizer que está quase tudo por fazer no âmbito do
património cultural subaquático em Portugal, como dizer que nada foi feito até
à data – que é o que aquele texto deixa entender. Ora, é sempre bom lembrar que, se o período do pioneirismo
amador em arqueologia subaquática acabou com o Museu do Mar de Cascais no
início da década de oitenta, nessa mesma ocasião começou efectivamente a
arqueologia subaquática em Portugal como projecto global, de indiscutível
legitimidade profissional, académica e institucional, no âmbito do Museu
Nacional de Arqueologia. E os resultados desta fase, expressa na actuação
pioneira do MNA, resultou no sucesso do movimento cívico a que ela soube dar
origem – e de que a associação Arqueonáutica deu voz e expressão até
1996. Nesta data, a partir do ‘núcleo duro’ dos seus animadores foi
criada a primeira equipa profissional de arqueologia subaquática em Portugal,
que iria simultaneamente desenvolver o projecto de São Julião da Barra no
quadro do programa do Pavilhão de Portugal na Expo’98 e dar corpo ao
Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, surgido no âmbito do
órgão de gestão da arqueologia portuguesa, o IPA. E como sabe toda a gente
medianamente bem informada nos meios da arqueologia portuguesa, o CNANS viria a
desempenhar um papel fundamental no âmbito da valorização, protecção e
divulgação do património cultural subaquático português, tanto em Portugal como
por todo o mundo. Foi assim, desde a sua criação em 1997, que o CNANS assumiu
como uma das suas principais missões a sensibilização do grande público, tendo
nesse sentido desenvolvido um programa de formação, em parceria com a Nautical
Archaeology Society - os Cursos de Introdução à Arqueologia Náutica e Subaquática
(aliás precedidos por iniciativas idênticas no início da década de 90) -, que
já contaram com mais de duas centenas de participantes. Em simultâneo, tem
vindo a desenvolver uma série de protocolos com autarquias,
museus, escolas de mergulho e outras instituições. A título de exemplo, os
protocolos estabelecidos com as escolas de mergulho permitem o acesso de
mergulhadores, sempre acompanhados por instrutores devidamente formados pelo
CNANS, a sítios arqueológicos não sensíveis (como Faro A ou o Thermopylae/Pedro
Nunes, os primeiros a serem objecto deste tratamento). Estes sítios
arqueológicos podem, assim, ser visitados por todos os interessados, sendo as
escolas de mergulho responsáveis pela monitorização dos sítios (alertando o
CNANS para alteração no estado de conservação dos destroços, estado de
assoreamento da área...). Paralelamente, foi re-activado, em 2005, o itinerário
arqueológico subaquático do Océan
(Salema), sendo disponibilizadas as coordenadas do sítio a todos os
interessados e estando previsto combinar com as autoridades marítimas as
modalidades de implantação de uma bóia de sinalização deste e de outros sítios
semelhantes. O Itinerário do Océan
é como um Museu Vivo, sem paralelo na Península Ibérica, onde os mergulhadores
podem acompanhar a história do navio e respectivo naufrágio, ao mesmo tempo que
apreciam o que resta do seu espólio: canhões, âncoras... Pretende, em
2007/2008, o CNANS transformar mais dois outros sítios arqueológicos Como se poderá compreender, o património arqueológico
subaquático é extremamente sensível, não possuindo todos os sítios
características para a sua transformação No âmbito da difusão do conhecimento do património
arqueológico subaquático junto do grande público, o CNANS, em colaboração com
diversas autarquias, tem promovido exposições (a mais recente, esteve patente
no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa), assim como a edição de
monografias e artigos (tanto em revistas de especialidade, como de grande
divulgação, como o Mundo Submerso) sobre diversos sítios arqueológicos como o
navio quatrocentista Ria de Aveiro A ou o navio seiscentista Arade 1. O
trabalho do CNANS na divulgação do património subaquático contou ainda com um convite
para a montagem de um stand, em 2006, na ExpoSub. Tudo isto apenas no que toca à questão da valorização,
protecção e divulgação do património subaquático junto do grande público - porque,
entrando na esfera científica, não poderiam deixar de ser mencionadas as
dezenas de trabalhos apresentados em Portugal e no estrangeiro pelos
arqueólogos do CNANS, incluindo as suas duas bolseiras e os seus mais directos
colaboradores, o seu protagonismo internacionalmente reconhecido no quadro da
implementação da Convenção da UNESCO, a sua participação, passada e presente,
em projectos pioneiros financiados pela União Europeia e, finalmente, de
graduação académica ao mais alto nível (vários mestrados e doutoramento,
actualmente em curso, sobre temáticas de índole náutica ou sítios arqueológicos
subaquáticos), a presença em conferências internacionais de colaboradores do
CNANS ou o desenvolvimento de projectos de investigação com o apoio da Fundação
para a Ciência e a Tecnologia. Para terminar, apenas se me oferece dizer que, embora os
elementos do CNANS e os seus mais directos colaboradores procurem estar
presentes no maior número de eventos possível, tal não o significa ir a todos. Resta-nos a satisfação de
estarmos sempre presentes quando somos expressamente convidados. |
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