Fui informado de
que um caçador de tesouros belga chamado Robert Stenuit está neste momento em
Oman a negociar o saque de dois navios portugueses, neste caso nas ilhas
Halaniyat. Uma das
contribuições mais importantes de Portugal para a história da Europa foram os
navios da expansão. Certamente entre as máquinas mais sofisticadas do seu
tempo, as naus, caravelas e galeões concebidos e construídos pelos portugueses
nos séculos XV e XVI merecem um lugar de destaque na história da tecnologia. E
contudo, quase nada se sabe sobre estes navios. Ao fim de mais
cem anos de estudos documentais exaustivos, por historiadores extremamente
competentes, as dúvidas e incertezas relativamente a estes navios são
incontáveis. Não sabemos de que tamanho eram, como eram concebidos e
construídos, como navegavam, que quantidades de carga levavam ao certo, como
era estivada esta carga, porque é que se perderam tantos navios nas últimas
décadas do século XVI e inícios do século XVII. Ao longo de um século e meio perderam-se pouco mais de
duas centenas destes navios, a maioria dos quais em lugares que permitiram a
recuperação das cargas respectivas e, frequentemente, a queima dos restos dos
cascos para recuperação da pregadura. Os restos arqueológicos dos navios portugueses do período
da expansão são assim escassos e preciosos. Creio que a sua protecção e
preservação merece um esforço do governo português. Caçadores de tesouros tem destruído um numero
considerável destes navios no Oceano Indico. Esta destruição esta amplamente
documentada: na Africa do Sul, nas décadas de setenta e oitenta do século XX,
em Moçambique nas duas últimas décadas, em águas francesas – no Atol das
Bassas da Índia e recentemente na Ilha de Mayotte – e de Madagáscar, para
citar apenas os exemplos documentados. Agora são mais dois navios ameaçados, desta vez em
Oman. Tenho-me dirigido repetidamente aos sucessivos
governos suplicando que considerem a possibilidade de Portugal adoptar uma
postura relativa ao património arqueológico subaquático português espalhado
pelo mundo semelhante à de outros países, como a Espanha, por exemplo, que
reclama os direitos sobre os navios do estado espanhol perdidos ao longo dos
séculos. Os EUA colocaram à disposição de países como Portugal
acordos bilaterais para a protecção destes navios que são, alem do mais,
sepulturas dos nossos soldados espalhadas pelo mundo, e não deveriam ser
violadas por caçadores de lingotes ou porcelanas. Tenho recebido sempre o mesmo encolher de ombros: os
ministros despacham para a tutela da arqueologia e as sucessivas tutelas da
arqueologia não têm feito absoluta e rigorosamente nada, para além de assinar
convenções e comer jantares em que os signatários se congratulam uns aos outros
e cujo conteúdo ninguém tenciona implementar se der trabalho ou causar a mais
pequena complicação. Por exemplo: o Panamá assinou a convenção, está-se nas
tintas para ela, e até hoje ninguém na UNESCO se parece ter preocupado muito
com o assunto; em Moçambique o ICOMOS manifestou a sua solidariedade, pública e
oficialmente, em relação à destruição de um número indeterminado de navios
portugueses dos séculos XVI e XVII cujos espólios foram vendidos pela Sotheby’s). Alguém tem alguma ideia sobre o que se poderá fazer
para tentar parar a destruição industrializada do património português no
mundo? Filipe Vieira de Castro Arqueólogo Texas, USA Legislação 2005 National Defense Authorization Act. Title XIV of the Act (Public
Law Number 108-375) Sections 1401 to 1408. Page 2094 to 2098. Title 1407 encoraja a elaboração de acordos bilaterais
e multilaterais com outros países para a protecção mútua de vasos de guerra
afundados, entendidos como navios de guerra ou navios do estado envolvidos em
actividades de suporte. It is on
the body of international law which extends from Hugo Grotius in the
seventeenth century to UNCLOS that the positions of leading maritime states
regarding the perpetual ownership of their sovereign ships rests. The following
is a recitation of some of those positions. Germany: "Under international law,
warships and other vessels or aircraft owned or operated by a State and used
only on government non- commercial service (``State vessels and aircraft'')
continue to enjoy sovereign immunity after sinking, wherever they are located.
The Federal Republic of Germany also retains ownership of any "The
Embassy of Spain accordingly wishes to give notice that salvage or other
disturbance of sunken vessels or their contents in which Spain has such interests
is not authorized and may not be conducted without express consent by an
authorized representative of the Kingdom of Spain.'' (Embassy of _____________________________________________________________________________ Se está com dificuldade em pagar as suas dívidas, o único e a solução para si... ...com o único da Capital Mais pode REDUZIR OS ENCARGOS MENSAIS ate 60%! Saiba mais ou peça uma simulação on-line! Clique aqui para saber mais! |
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