Regional
População de Vale Fuzeiros vai a Lisboa em protesto contra
REN
Mais de
uma centena de moradores de Vale Fuzeiros, em Silves, vai, esta quinta-feira,
manifestar-se frente à sede da Rede Eléctrica Nacional (REN), em Lisboa, contra
o traçado escolhido para instalação da linha de muito alta tensão
Portimão/Tunes.
Os
moradores lutam desde Março contra o traçado Sul escolhido pela REN, que irá
afectar centenas de proprietários de terrenos do concelho de Silves, e propõem
como alternativa um outro traçado, mais a Norte.
«Nós queremos simplesmente mostrar à REN que existe uma alternativa. Queremos
que desviem o traçado mais para Norte e que não destruam o vale mais bonito do
Algarve», disse ao barlavento.online Sérgio Santos, da Comissão de Moradores de
Vale Fuzeiros, um dos responsáveis pela organização da manifestação.
A nova linha aérea de muito alta tensão entre Portimão/Tunes 3/Portimão - Tunes
Norte, 150/400 KV, e reforço do troço final da linha Ourique/Tunes, 150 KV, tem
uma extensão de mais de 40 quilómetros e visa reforçar o abastecimento
eléctrico ao Barlavento algarvio.
«Isto é uma autêntica ditadura. A REN só se preocupa com os lucros, não se
preocupa com a saúde das pessoas», afirmou Sérgio Santos.
Os moradores do concelho de Silves consideram que este traçado vai afectar
não só o património arqueológico e natural, como «uma zona com grande
potencialidade turística. Vai destruir a economia desta zona», explicou a
Comissão de Moradores.
«Onde está a democracia? Como é que é possível o Estado permitir que uma
empresa, só para poupar dinheiro, destrua os poucos recursos que nós temos?
Temos esperança que a democracia funcione», desabafou, amargurado, Sérgio
Santos.
A partida para Lisboa será feita de Vale Fuzeiros, junto ao café Casa da Vinha,
às 10 horas. Autocarros, providenciados com o apoio das Juntas de Freguesia de
Silves e Messines, levarão os moradores até Lisboa, onde se concentrarão frente
à sede da REN.
A Comissão de Moradores espera que a iniciativa tenha efeito, até porque
consideram que os seus direitos mais fundamentais não estão a ser respeitados e
que a sua saúde está em risco com a instalação da linha de muito alta tensão
pelo traçado Sul.
3 de Outubro de 2007 | 14:40 mara dionísio