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Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!

Subject :   Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!
From :   "Joao Paulo Pereira" <Joaop@inag.pt>
Date :   Wed, 24 Oct 2007 14:45:10 +0100

O que tu chamas sistema só permite que alguns tenham sucesso … a maior parte ficará de fora

 

João Paulo Pereira

 

Nota: Esta mensagem não implica qualquer compromisso de qualquer tipo da instituição.

 

 

 

 

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To :   "Alexandre Monteiro" <alexandre.monteiro@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!
Date :   Wed, 24 Oct 2007 14:40:12 +0100

 

A vida não é fácil neste nosso Portugal à beira-mar plantado, mas isso todos sabemos!

Também faço acompanhamentos, também trabalho a recibos verdes, também tenho contribuições para pagar, IVA, Segurança Social, renda de casa quando estou deslocada (o que acontece quase sempre), gasóleo, etc. Felizmente não tenho filhos para sustentar, mas também não tenho pais ricos! E imaginem só que até estou desempregada agora?e que passei o ano a fazer quilómetros ao fim de semana, a tirar férias do meu bolso, (porque não se tem ferias com recibos verdes, deixa-se simplesmente de trabalhar e logicamente de receber) para fazer arqueologia de investigação voluntariamente!

Óbvio, que ainda sou nova, terminei o curso há apenas 2 anos, e efectivamente ainda acredito no Pai Natal e na Fada dos Dentinhos, com os anos pode ser que desista da ideia?espero sinceramente que não!

 

Desejo sinceramente que tudo mude, devagar mas que vá mudando, mas não quero simplesmente esperar que isso aconteça! È que o ?Sistema? somos nós que o fazemos!

?O país vai mal?, ?a culpa é do sistema?, ?as pessoas não se interessam?, ?o problema está nas mentalidades?, ?não pense nisso, isso é complicado de fazer??mas há de facto pessoas bem sucedidas (em todas as áreas não só na arqueologia) não percebo porque esse número não pode aumentar!

 

Sónia Bombico

 

Citando Alexandre Monteiro <alexandre.monteiro@gmail.com>: > Costuma dizer-se quem está mal, muda-se. Afinal, que eu me lembre, > ninguém é forçado a trabalhar em arqueologia. Uma coisa é a classe > unir-se para elevar, corporativamente, a fasquia relativa às condições > cientificas e laborais sob as quais a arqueologia é feita em Portugal; > outra, totalmente ilegitima é clamar, como cantava há muitos anos > atrás o Sérgio Godinho, por "um empregozinho" - quiçá na função > publica, bem remunerado, pouco cansativo, com ADSE e demais prebendas > e alcavalas.. Esse foi chão que já deu uvas! Que o digam os milhares > de professores no desemprego e que, suspeito, também têm contas de > final do mês para pagar. > > On 10/24/07, Jorge Cruz <jpsc@sapo.pt> wrote: > > pois... foi mesmo assim, de mansinho, com todas as justificações e > > desculpas, com uma leitura pela positiva e com a eterna desculpa dos custos > > e da aprendizagem... que o macaco foi à mãe. > > Estamos aqui estamos a pagar para trabalhar todos os dias... se é que isso > > não acontece já em algumas profissões, porque o que se ganha não dá para > > comer e para pagar as deslocações para o trabalho. > > JC > > ----- Original Message ----- > > From: sonia_bombico@portugalmail.pt > > To: Archport > > Sent: Wednesday, October 24, 2007 12:55 PM > > Subject: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!! > > > > > > > > > > Caros archporiamos, > > > > Perante a ultima polémica do pagar para escavar, gostaria de dizer que > > acho efectivamente inadmissível que qualquer instituição de Ensino Publico > > que tenha previsto no currículo académico a realização de trabalho de > campo, > > contando esse trabalho como créditos para a Licenciatura, possa cobrar por > > essas escavações o que quer que seja, uma vez que os alunos pagam propinas! > > > > > > > > No entanto, existe por todo o mundo uma coisa chamada "Campos de Trabalho > > de Arqueologia", em que se dá formação e em que efectivamente as pessoas > > pagam para escavar. Existe, inclusivamente, um autêntico turismo > > arqueológico neste sentido, pessoas que não são estudantes de Arqueologia, > > simples entusiastas e curiosos que querem aprender, ou simplesmente ter > umas > > ferias diferentes. Nesses casos, sou totalmente a favor do pagamento de uma > > taxa de participação, quer pela formação que é dada (estou a falar de > > formação efectivamente, com calendarização de aulas), quer pela alimentação > > e estadia. Um quadro destes faz parecer que estamos a capitalizar a > > Arqueologia, mas existindo um controle do rigor científico do trabalho, por > > parte da tutela, parece-me uma forma inteligente de capitalizar a > > Arqueologia. Isto porque se faz Arqueologia de investigação tendo meios > > financeiros para a fazer, em que o dinheiro pago é canalizado para o > > projecto. Parece-me que tem de haver mais projectos autárquicos, de > > associações, empresas, centros de estudos, e Universidades, mas que não > > dependam exclusivamente de Bolsas do FCT e do financiamento do IGESPAR. É > > exactamente aqui que entra o "provincianismo", ou seja, gostamos da nossa > > terra, do sítio onde nascemos? Então façamos alguma coisa por ela, > > procuremos formas de financiar a investigação, apostar na inovação, > > aliarmo-nos à museologia, ao ambiente, e ao Turismo Histórico e Cultural! > > Façamos a Arqueologia chegar às pessoas, para que elas cheguem a nós, e com > > elas os Museus, os verdadeiros centros de investigação, e o Turismo. > > > > Não quero com isto desresponsabilizar a tutela, o seu papel dinamizador é > > e tem de ser ainda mais importante, e deverá ter um papel cada vez mais > > sólido na fiscalização e controle da qualidade científica do trabalho, > > parece-me, no entanto, essencial que cada vez mais consigamos trabalhar sem > > depender economicamente dela. > > > > > > > > Obvio que há sempre "bons" e "maus" profissionais, o que eu acho que não > > pode continuar a haver são os chamados arqueólogos de primeira e de > segunda, > > arqueólogos que fazem investigação e aqueles que fazem acompanhamentos de > > obras e minimizações. Fazer um acompanhamento ou uma minimização, é muitas > > vezes considerado "chato" pelos recém-licenciados, a questão aqui é que se > > diz: "não foi para isto que estudei", o problema é esse mesmo, as > faculdades > > não nos preparam para esse trabalho, mas afinal ele existe, está previsto > na > > Lei, é muito importante, e dá trabalho a 75% (ou mais) dos arqueólogos em > > Portugal. > > > > Mas a arqueologia não pode continuar, exclusivamente, a andar "à boleia" > > das obras públicas, e de um ou dois tostões dados a um ou dois arqueólogos > > para fazerem investigação. > > > > Porque, um dia, e para esse dia não falta muito, o "boom" das grandes > > obras públicas, que alimentam as dezenas de empresas de Arqueologia que > > proliferam por aí, vai acabar! > > > > > > > > Sónia Bombico > > > > > > > > > > > > > ------------------------------------------------------------------------------ > > > > > > _______________________________________________ > > Archport mailing list > > Archport@ci.uc.pt > > http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport > > > > > > > > > ------------------------------------------------------------------------------ > > > > > > No virus found in this incoming message. > > Checked by AVG Free Edition. > > Version: 7.5.488 / Virus Database: 269.15.5/1084 - Release Date: > > 21-10-2007 15:09 > > > _______________________________________________ > Archport mailing list > Archport@ci.uc.pt > http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport > --

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