Com toda admira� e respeito que tenho pelo contributo do CAM para a arqueologia portuguesa e salvaguardando uma eventual distor� jornal�ica dos factos, n�posso deixar de comentar algumas passagens do artigo "Valas de sondagem arqueol�a colocam em risco mesquita isl�ca de M�ola. P�o. (16.01.2008, Carlos Dias)", recentemente divulgado via Archport.
�A interven� realizada pelo Campo Arqueol�o de M�ola (CAM), a pedido do Ippar, levou �bertura de valas de sondagem - at�r�metros de profundidade e numa extens�de dez metros - junto a uma das paredes laterais do templo, no exterior e dentro do monumento.
O presidente do CAM, Cl�io Torres, disse que as sondagens n� revelaram qualquer problema na estrutura, mas permitiram encontrar "vest�os arqueol�os importantes" que levaram a concluir estar a antiga mesquita assente num "monumental embasamento" de uma igreja do per�o paleocrist�datado dos s�los VI a VIII.�
Caso os dados fornecidos sobre as dimens�e localiza�s das sondagens estejam correctos, parece-me que n��ecess�o ser engenheiro para compreender que uma interven� desta envergadura ter�ue ser rapidamente seguida de ac�s de protec� da estrutura (ex: consolida�; impermeabiliza�; etc.), antes de se efectuar a sua posterior cobertura ou musealiza�, sob o risco de causar graves danos no edif�o. Em caso de falta de verba �bvio que as estruturas devem ser cobertas o mais rapidamente poss�l, pois � pratica de salvaguarda mais indicada para este tipo de casos.
�Cl�io Torres receia pela seguran�da igreja, se n�for encontrada uma solu�. O arque�o prop�em alternativa ao enchimento das valas, a musealiza� dos testemunhos descobertos. Pulido Valente responde que a c�ra "n�est�isposta a concretizar" esse projecto, s��l atrav�de apoio financeiro externo, recordando os encargos j�uportados pelo munic�o na rede de museus abertos na vila.�
Ser�ue a divulga� do patrim� arqueol�o se resume �obertura de estruturas com acr�cos, passadeiras met�cas e grandes placas informativas? N�ser�sta atitude t�comum, o reflexo de um paradoxo no qual os arque�os por vezes caem, de esquecer que os vest�os materiais servem para conhecer o Homem e n�o contr�o?
Talvez seja mais importante um concelho ter jovens oleiros e construtores de arquitectura em terra, do que apenas preservar velhas rodas de oleiro e formas de adobe bolorentas na reserva do museu local. Por este motivo pergunto qual a raz�de musealizar este local de culto t�especial, que se mant�em uso desde os s�los VI a VIII at�os nossos dias, ainda despertando emo�s em indiv�os de v�as nacionalidades e credos? Ser�ue um "casar� preenchido de a�e acr�co consegue ser mais original que um singelo templo onde o altar e o mirhab coexistem?
Abra sua conta no
Yahoo! Mail, o � sem limite de espa�para armazenamento!