Re: [Archport] A “malta de Arqueologia”... e as tabelas salariais

[Alexandre <no.arame@gmail.com>]

Nuno

O meu comentário não era uma "boca" nem teve qualquer intuito
"desprestigiante".

Era um reparo - eu acho que nos cursos de Arqueologia deveriam ser
ministradas cadeiras de economia e gestão (entre tantas outras:
informática - autocad, sig's - estatistica elementar, sei lá eu).

Mas concordo consigo: até quem teve Economia no 9º ano (eu não tive,
embora tenha tido 2 cadeiras de Economia e 2 de Gestão na
universidade) deveria saber que esse "acordo de cavalheiros" que
sugeriu não é mais nem menos do que colusão entre empresas. Aliás,
aproveito o ensejo para citar aquilo que a Autoridade da Concorrência
entende sobre o assunto:


"(...) A colusão entre empresas traduz-se numa prática de coordenação
de decisões ou comportamentos que tenham por objecto ou como efeito
impedir, falsear ou restringir de forma sensível a concorrência,
levando as empresas, nomeadamente, a prescindirem da sua autonomia na
determinação de preços, condições de venda e selecção de mercados, com
o objectivo de alcançarem ganhos superiores aos que seriam obtidos em
condições de livre concorrência. Complementa, esta prática, uma
decisão quanto à repartição posterior dos ganhos, directa ou
indirecta, entre as empresas concertadas.

A colusão entre empresas pode consubstanciar uma prática
anticoncorrencial, enquadrando-se no n.º1 do artigo 4.º da Lei n.º
18/2003, de 11 de Junho, em que se proíbem "os acordos entre empresas,
as decisões de associações de empresas e as práticas concertadas entre
empresas, qualquer que seja a forma que revistam, que tenham por
objecto ou como efeito impedir, falsear ou restringir de forma
sensível a concorrência no todo ou em parte do mercado nacional (...)"
- para saber mais:

http://www.autoridadedaconcorrencia.pt/


Por outro lado, por muito que me preocupem as sandes ao almoço, eu
acho que o problema da arqueologia portuguesa é bem maior a montante e
implica coisas bem mais gravosas do que a precaridade de emprego de
alguns dos licenciados em arqueologia - falo mais concretamente do
património e do modo como este é (ou não) é gerido.




Em 06/03/08, Nuno Garcia<nunoedgarcia@gmail.com> escreveu:
>
>
> A "malta de Arqueologia" compreende e até pode dissertar sobre Economia
> básica de 9º ano… O comentário de no.arame@gmail.com vem completamente a
> despropósito e desrespeita a minha pessoa e toda a classe. Além de ser,
> essencialmente, provocador. Mas são já rotineiras estas "bocas" neste forum,
> resta, portanto, ignorar. Talvez os formados em ciências sociais me tenham
> entendido com mais clareza.
>
> Mas voltando ao relevante:
>
> Não pretendia sugerir nada de ilícito, lembrei apenas a hipótese de um
> acordo de cavalheiros a propósito dos salários oferecidos aos trabalhadores.
> Uma forma rápida, indolor e, claro, provisória de evitar a exploração a que
> alguns dos nossos colegas estão sujeitos. Essa rapidez não se coaduna com
> legalistas zelotes, visto que existem pessoas que passam dificuldades. Para
> quem não sabe: as sandes ao almoço tornaram-se moda em muitas escavações
> (porque será?)! Vejam a gravidade da situação… Torna-se, portanto, essencial
> apelar à resolução deste flagelo e aceitar a abertura de alguns empresários
> como J. Arguello e A. Nascimento. É urgente trabalhar sobre o assunto!
>
> Sem mais me despeço.
>
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