Público, 17.05.2008, Sérgio C. Andrade
O Governo português, através do Instituto de Gestão do Património Ar-
quitectónico e Arqueológico (Igespar), comunicou ontem à equipa do arqueólogo sul-africano Dieter Noli o seu interesse em participar na investigação dos vestígios de uma nau, que se pensa ser das época dos Descobrimentos, encontrados no mar da Namíbia, no dia 1 de Abril.
O modo como esta participação se vai operar está ainda por definir, mas ela deverá passar pelo envio de uma equipa técnica à Namíbia, cujo Governo assumiu a condução da investigação, e para a qual já contactou formalmente os governos português e espanhol.
Pela informação que tem sido divulgada, o achado inclui mais de duas mil moedas (algumas em ouro e já identificadas como portuguesas e espanholas, dos séculos XV e XVI), além de canhões, outras peças em bronze, instrumentos de navegação e mesmo presas de elefante, tudo fazendo acreditar estar-se perante testemunhos de "uma caravela da carreira da Índia naufragada", reafirmou ontem o arqueólogo Francisco Alves, responsável pela divisão de arqueologia náutica e subaquática do Igespar. "A investigação do achado pode adquirir um importante valor histórico", diz Francisco Alves, realçando que esta deverá ser a nau mais antiga jamais descoberta no Atlântico Sul.