Curiosamente, numa altura em que se discutem as vantagens e desvantagens da aplicação do velho novo acordo ortográfico, com a intelectualidade a cair da sua postura sóbrio-petulante para chamar de burro para baixo a quem discorde da sua “douta” (ou “dou-ta”?) opinião (despachem-se lá que é para eu saber duma vez como devo escrever), numa altura em que se anuncia o “emudecimento” definitivo das “consoantes mudas” (a seguir vão decidir que vamos deixar de ver os cegos), vêm (e não vêem) os senhores arqueólogos juntar mais uma às futuras vitimas do anunciado “letricídio”, ao adicionar um “c” à palavra “contrato”. Não conhecia tal e(ou in)volução linguística mas, depois de ter lido a palavra tantas vezes nesta lista nos últimos dias, fiquei na dúvida (ou não, não sei, tenho dúvidas... ou não).
Como é evidente, não vou querer entrar na polémica que se abateu sobre o tal (des)acordo. Venho apenas pedir um pouco de cuidado na utilização da ortografia “tradicional” do país (aos portugueses, claro, que os outros têm desculpa pois vêm (e não vêem) de fora e, considerando o que lêem (e não lêm) por aqui até escrevem muito bem) e, se não for demasiado, na construção das frases (ao menos fazer concordar o sujeito com o verbo, pode ser?).
Todas estas discussões sobre o meio arqueológico são válidas e importantes mas a mim, chamem-me picuínhas (não conhecendo os autores das mensagens), a credibilidade de quem escreve cresce na razão inversa da quantidade de calinadas (estão a ver? Para além de Linguística, ainda gosto de Matemática).
Meus amigos, para aí 80% das pessoas que aqui escrevem têm (e não têem) habilitações “literárias” de grau universitário. Por favor escrevam em conformidade.
Poucas coisas dão tanto prazer como a leitura de um texto bem escrito. Experimentem que não se arrependerão (e não arrependeram).
Cumprimentos
Muguele (um dos outros 20%)