[Archport] Arte do Côa
Boa Noite!
De facto é verdade que os criacionistas (suponho que seja este nome) e
que advogam uma interpretação à letra da Bíblia, incluindo o
calendário, também têm direito a manifestar-se.
Pela minha parte que acredito no futuro como um espaço em aberto, sem
livros sagrados que o amarrem ao passado, aproveito este debate para
felicitar as equipas do Parque Arqueológico do Vale do Côa e do Centro
Nacional de Arte Rupestre pelo seu permamente contributo para o avanço
dos conhecimentos e divulgação de um valioso património.
Trabalham em Foz Côa equipas de grande qualidade e entusiastas que
mereciam um apoio firme por parte de toda a comunidade dos arqueólogos
e dos cidadãos portugueses cultivados.
Ninguém de bom senso, na Inglaterra discute o valor das pedras de
Stonehenge. Que em Portugal ainda se levantem dúvidas sobre o
excepcional interesse da Arte e da Arqueologia do Côa e do Douro é
mais um sintoma do Estado da Nação considerado pelos inquéritos de
opinião como Mau a Muito Mau.
Mais preocupante que palavras destinadas ao vazio, são prioridades que
não compreendo tendo em conta os investimentos em curso nos Museus do
Douro e do Côa.
Tanto quanto deduzi da leitura de uma notícia hoje divulgada pelo
jornal o Público não está para breve, nem coincide com a abertura
daquelas infra-estruturas, a modernização do caminho de ferro até à
Régua e a recuperação da linha até Barca de Alva, embora a responsável
governamental tenha anunciado esses objectivos, mas sem data.
O excelente vinho do Vale do Côa pode ser exportado.
Porém a Paisagem, a Arte e a Arqueologia não se engarrafam.
Os acessos são primordiais.
E nem vale a pena discutir números de visitantes, embora o público
prevísivel do Vale do Côa sejam os habitantes das grandes cidades da
Meseta Norte (Léon, Burgos, Valladolid) e de Madrid.
Para além do mais esse público tem outra preparação pois já visitou
sítios como Atapuerca, divulgado pela TVE em horário nobre.
Cordialmente,
Francisco Sande Lemos