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[Archport] Portugal sem qualquer direito ao espólio da nau quinhentista afundada ao largo da Namíbia

Subject :   [Archport] Portugal sem qualquer direito ao espólio da nau quinhentista afundada ao largo da Namíbia
From :   "Alexandre Monteiro" <no.arame@gmail.com>
Date :   Fri, 10 Oct 2008 10:12:27 +0100

O Público anda cada vez pior.... agora diz que o navio pode ser um dos
quatro que desapareceu da frota de 1500... enfim...


Portugal sem qualquer direito ao espólio da nau quinhentista afundada
ao largo da Namíbia

Público, 10.10.2008, José Bento Amaro

Trabalhos dos arqueólogos terminam hoje. Valor patrimonial do achado é
de 70 milhões de euros. Portugueses vão continuar
a ajudar autoridades locais

Todo o conteúdo da nau quinhentista naufragada ao largo de Oranjemud,
no Sul da Namíbia, vai ficar na posse do Governo daquele país
africano. Trata-se de um espólio avaliado em cerca de 70 milhões de
euros e que, apesar de pertencer a uma embarcação portuguesa do século
XVI e estar a ser pesquisado também por arqueólogos portugueses, não
pode reverter para Portugal pelo facto de a Namíbia, à data da
descoberta, ainda não ter ratificado a convenção da UNESCO que prevê a
redistribuição de achados do género.

As operações de resgate do espólio do navio - que será quase
totalmente desconhecido, sabendo-se apenas que é português e que faria
a rota das Índias, a ter em conta parte do seu carregamento - acabam
hoje. De resto, sabe-se que o valor patrimonial já encontrado
(espadas, canhões, astrolábios e muitos outros objectos de navegação,
moedas e diversos objectos de ouro e prata, marfim, etc.) é do mais
elevado alguma vez descoberto. "Outras explicações sobre o achado, a
nau e o seu conteúdo, serão dadas em conferência de imprensa no dia
17", disse ontem ao PÚBLICO a porta-voz do Instituto de Gestão do
Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), Maria Resende.

Três dias antes da conferência de imprensa regressam a Portugal os
arqueólogos Francisco Alves e Miguel Aleluia que, juntamente com
peritos da Namíbia e do Zimbabwe, têm procedido às operações na nau.
Estes dois responsáveis deverão, de resto, integrar a equipa
portuguesa que, no futuro, continuará a colaborar com as autoridades
namibianas nas pesquisas sobre o achado e catalogação do espólio.

Segundo Maria Resende, os trabalhos dos arqueólogos acabam hoje e
totalmente dentro do prazo previsto. O dia 10 de Outubro foi a data
escolhida por se considerar que, de agora em diante, as condições
atmosféricas na zona (os mareantes baptizaram-na como Costa dos
Esqueletos) podem alterar-se e, em consequência, virem a inundar o
fosso de seis metros de profundidade feito propositadamente para
manter os vestígios a seco. "Nunca foi posta a hipótese de submergir a
nau sem fazer os trabalhos previstos", disse a porta-voz do Igespar.

A nau foi descoberta em Abril deste ano, quando o Governo namibiano e
a empresa sul-africana De Beers procediam, na zona, à prospecção de
diamantes. A chamada dos peritos portugueses ao local ficou a dever-se
às boas relações entre os Estados envolvidos e aos conhecimentos dos
arqueólogos nacionais.

É um dos tesouros mais apetecidos. A localização da nau onde viajava
Bartolomeu Dias, o navegador português que se afogou a 29 de Maio de
1500, algures entre a Namíbia e o Cabo da Boa Esperança (foi o
primeiro a dobrá-lo), quando, integrado numa armada de Pedro Álvares
Cabral, viajava do Brasil para a Índia, é um dos maiores sonhos dos
arqueólogos subaquáticos. Agora, mesmo não sendo conhecidos muitos
pormenores, admite-se que esta embarcação seja uma das quatro que,
devido a uma tempestade, soçobraram naquele dia, há 500 anos.


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