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[Archport] Conferência na Secção de História da Medicina da SGL - 29/1/2009

To :   <Archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Conferência na Secção de História da Medicina da SGL - 29/1/2009
From :   "V. Machado Borges" <v.m.borges@netcabo.pt>
Date :   Sat, 10 Jan 2009 21:10:30 -0000

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O papiro Ebers e o “Tratado dos Tumores” e os casos encontrados em restos humanos do antigo Egipto

 Paula Alexandra da Silva Veiga

 Este trabalho aborda a pesquisa paleopatológica com especial foco na identificação do cancro como doença existente no antigo Egipto e o estudo deste papiro médico nas suas várias traduções e transcrições e a colecção de dados relativamente aos casos encontrados.

 O uso de material antigo (tanto papiros médicos como restos humanos) estudado com a tecnologia disponível, pode servir a pesquisa possibilitando a descoberta de prováveis tratamentos para o cancro; a relevância de achados futuros é óbvia, dada a importância desta doença.

 Os resultados não são definitivos pois mais material humano é encontrado quase mensalmente, seja em escavações no Egipto seja disperso por colecções particulares, mas as conclusões preliminares, deste trabalho, que foi a base da tese de mestrado da autora em Biomedicina em Egiptologia, grau obtido em Manchester em Dezembro de 2008, demonstra que o cancro estava presente na sociedade do antigo Egipto.

 Esta apresentação foca uma série de prescrições que se pensa serem uma reminiscência de um “Tratado de Tumores” do antigo Egipto, que trata também de massas benignas, polipos, quistos, veias varicosas e aneurismas. A discussão deste Tratado (parágrafos 857-877 do papiro Ebers) inclui a prévia identificação provável destas doenças em traduções mais antigas, a análise levada a cabo até ao presente por egiptólogos e médicos em restos humanos do antigo Egipto (mumificados e esqueletizados) e outra literatura.

 São feitas algumas referências a provas materiais encontradas em material humano egípcio em vários sítios, que revelam presença de tumores.

 A contribuição das técnicas biomédicas e forenses para a egiptologia tem um papel muito importante. Estes estudos não são possíveis de prosseguir só com conhecimentos históricos e literários, pois seria uma abordagem unilateral a esta matéria.

 Embora mais exemplos de cancro no antigo Egipto possam ser encontrados no futuro, esta é uma tentativa de sintetizar numa colecção actualizada referências a estas doenças afectando as populações egípcias: o cancro e doenças infecciosas relacionadas do fígado, pois este é o órgão mais afectado, presentemente liderando o tipo de cancros no Egipto (figado e canais biliares), pois as doenças endémicas do Egipto actual parecem não ter tido grandes alterações desde os tempos faraónicos.

 Sendo a palepatologia uma ciência demonstrando a presença de enfermidades em restos humanos e animais de épocas mais antigas, segundo a definição de Ruffer em 1913, o estudo da incidência de neoplasias em humanos no antigo Egipto pode ser considerada uma secção desta ciência.

 

 Com cordiais cumprimentos,

 V. M. da Silveira Machado Borges 
(Presidente da Mesa da Secção de História da Medicina)


   
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