Caro Filipe
Castro,
Concordo em
absoluto consigo. Especialmente com o seu último parágrafo. Podemos até ser mais
claros neste assunto. Foi (e é) o excesso de protagonismo do Dr Francisco Alves
que provocou a implosão do CNANS.
Quando
frequentei o 1º curso da Arqueonáutica, (onde fomos colegas), pareceu-me prever
esta situação. Mas sonhei que a massa critica que aí teve génese poderia motivar
a "velha guarda" a ter uma outra postura.
Continuo a
acreditar que se pode descobrir (verbo tão querido aos arqueólogos) a forma de
demonstrar aos tecnocratas que o CNANS e o seu Saber podem coexistir com a
rentabilidade económica.
Mas temos de
mostrar serviço e deixar cair a vedação da quinta.
Eu não acho justo - neste caso - culpar o
governo pela destruição do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e
Subaquática. O ministro Carrilho dotou o CNANS com meios, uma equipa
óptima, barcos, um laboratório, uma lei fantástica, etc.
Dez anos
depois, o CNANS tinha-se tornado numa organização fechada, secretiva, mais
interessada em controlar do que em gerir.
Naturalmente, como em
todas as organizações apostadas em controlar pessoas e coisas, o mundo do
CNANS foi diminuindo na medida das possibilidades do CNANS, e a fatia da
realidade que foi ficando de fora foi crescendo.
Sem deixar de
concordar com os comentários dos outros membros da lista (Portugal é um país
governado por economistas e engenheiros geralmente muito ignorantes e
profundamente insensíveis às coisas do saber) acho que neste caso foi mais o
CNANS que implodiu do que o IGESPAR ou o governo que o destruíram.
Quase ninguém sabe o que se passa dentro dos muros do CNANS em Belém,
quase ninguém percebe para que serve o CNANS, para onde vai o património
recuperado, etc.
Julgo que em democracia a arqueologia tem de
ter um valor evidente para as pessoas, se quer sobreviver. O mundo em
que vivemos é governado por tecnocratas que só se interessam por
dinheiro. Os arqueólogos da velha guarda, que estão habituados a um
mundo em que a polícia implementava a vontade dos funcionários públicos, vão
ter de perceber que sem a opinião pública do lado da arqueologia, as manobras
corporativas vão ser cada vez menos eficazes.
Filipe Vieira de
Castro Texas A&M University Texas,
EUA http://nautarch.tamu.edu/shiplab/
From: jde@fl.uc.pt To: archport@ci.uc.pt Date: Wed, 7 Jan 2009 18:06:00
+0000 Subject: [Archport] Um texto sobre o património arqueológico
subaquático
Na sua secção "Opinião", o jornal
diário Heraldo de Aragón, de Zaragoza, publicou, na sua edição de
ontem, dia 6, o bem oportuno artigo que segue em anexo. É da autoria do Prof.
Dr. Manuel Martin-Bueno, Catedrático de Arqueologia, Epigrafia y Numismatica
(Depto. Ciencias de la Antiguedad, Universidad de
Zaragoza).
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