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Re: [Archport] Um texto sobre o património arqueológico subaquático

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] Um texto sobre o património arqueológico subaquático
From :   Mário Sousa Pinto | aofimdodia...design <mpinto@aofimdodia.com>
Date :   Tue, 13 Jan 2009 13:37:22 -0000

Caro Filipe Castro,
 
Concordo em absoluto consigo. Especialmente com o seu último parágrafo. Podemos até ser mais claros neste assunto. Foi (e é) o excesso de protagonismo do Dr Francisco Alves que provocou a implosão do CNANS.
Quando frequentei o 1º curso da Arqueonáutica, (onde fomos colegas), pareceu-me prever esta situação. Mas sonhei que a massa critica que aí teve génese poderia motivar a "velha guarda" a ter uma outra postura.
Continuo a acreditar que se pode descobrir (verbo tão querido aos arqueólogos) a forma de demonstrar aos tecnocratas que o CNANS e o seu Saber podem coexistir com a rentabilidade económica.
Mas temos de mostrar serviço e deixar cair a vedação da quinta.
 

Mário Sousa Pinto 

 

-----Mensagem original-----
De: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt]Em nome de filipe castro
Enviada: segunda-feira, 12 de Janeiro de 2009 20:03
Para: jde@fl.uc.pt; archport@ci.uc.pt
Assunto: [Archport] RE: Um texto sobre o património arqueológico subaquático

Eu não acho justo - neste caso - culpar o governo pela destruição do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática.  O ministro Carrilho dotou o CNANS com meios, uma equipa óptima, barcos, um laboratório, uma lei fantástica, etc.

Dez anos depois, o CNANS tinha-se tornado numa organização fechada, secretiva, mais interessada em controlar do que em gerir. 

Naturalmente, como em todas as organizações apostadas em controlar pessoas e coisas, o mundo do CNANS foi diminuindo na medida das possibilidades do CNANS, e a fatia da realidade que foi ficando de fora foi crescendo.  

Sem deixar de concordar com os comentários dos outros membros da lista (Portugal é um país governado por economistas e engenheiros geralmente muito ignorantes e profundamente insensíveis às coisas do saber) acho que neste caso foi mais o CNANS que implodiu do que o IGESPAR ou o governo que o destruíram. 

Quase ninguém sabe o que se passa dentro dos muros do CNANS em Belém, quase ninguém percebe para que serve o CNANS, para onde vai o património recuperado, etc. 

Julgo que em democracia a arqueologia tem de ter um valor evidente para as pessoas, se quer sobreviver.  O mundo em que vivemos é governado por tecnocratas que só se interessam por dinheiro.  Os arqueólogos da velha guarda, que estão habituados a um mundo em que a polícia implementava a vontade dos funcionários públicos, vão ter de perceber que sem a opinião pública do lado da arqueologia, as manobras corporativas vão ser cada vez menos eficazes.

Filipe Vieira de Castro   
Texas A&M University
Texas, EUA
http://nautarch.tamu.edu/shiplab/



From: jde@fl.uc.pt
To: archport@ci.uc.pt
Date: Wed, 7 Jan 2009 18:06:00 +0000
Subject: [Archport] Um texto sobre o património arqueológico subaquático

    Na sua secção "Opinião", o jornal diário Heraldo de Aragón, de Zaragoza, publicou, na sua edição de ontem, dia 6, o bem oportuno artigo que segue em anexo. É da autoria do Prof. Dr. Manuel Martin-Bueno, Catedrático de Arqueologia, Epigrafia y Numismatica (Depto. Ciencias de la Antiguedad, Universidad de Zaragoza).


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