Re: [Archport] Should Auschwitz be left to decay?
A amnésia não afecta os culpados do holocausto que tantos milhares de judeus vitimou na 2ª Guerra Mundial . Eles pagaram as reparações de guerra exigidas, ficaram com o nome manchado na História e na memória dos povos e continuam, persistentemente, a ser lembrados pelo que fizeram.
Mas ela, em contrapartida, parece afectar os próprios judeus que têm esquecido e deixado morrer de fome os sobreviventes do Holocausto - os seus compatriotas.
O Canal Odisseia passou na última semana de Janeiro uma reportagem realizada por dois jornalistas Israelitas, onde o que afirmo foi mostrado até à exaustão - a ignomínia do uso e abuso pelos próprios judeus do dinheiro e dos bens que os sobreviventes do Holocausto deveriam ter recebido, mas que o Fundo Judeu gere em proveito próprio, tendo apenas agora libertado uma infíma parte do mesmo devido à pressão dessses jornalistas.
Os judeus que querem viver os seus últimos dias de forma humana são obrigados a voltar à Alemanha onde lhes dão uma mensalidade digna, uma boa casa e medicamentos, enquanto os que ficaram em Israel vivem abaixo do limiar da pobreza, com uma mensalidade mesquinha, em condições sub- humanas e se querem ter comida e algum conforto têm de pedir para serem aceites em hospitais psiquiátricos, de onde depois os tiram à força.
Não acobertemos a hipocrisia - não interessa apenas o que esses desgraçados sofreram, mas também o que os fazem ainda sofrer aos cerca de 8000 sobreviventes!
Deviamos fazer um baixo assinado exigindo aos que não passaram pela experiência terrível do Holocausto, mas que vivem à custa do dinheiro e dos bens que pertencem aos sobreviventes, sejam humanos com os seus compatriotas!
2009/2/2, Sérgio Carneiro <sergiocarneiro@yahoo.com>:
Enviou-me um amigo meu este texto, que, ainda que respondendo a um outro de temática paralela, me parece de interesse divulgar nesta lista, já que avança linhas de reflexão interessantes a respeito de Auschwitz, do património e da memória.
"Do mau uso da memória
Francisco Luis Parreira
Esther Mucznik (EM), no Público de 15 de Janeiro último, refuta a acusação de que Israel perpreta em Gaza um novo Holocausto, o que faria dos judeus os novos nazis e dos palestinos os novos judeus. Em manifestações ditas pela paz, mas talvez mais pela vingança, essa acusação tem sido expressa em cartazes que sobrepõem a cruz suástica à estrela de David. A acusação é absurda e a sua refutação salutar. Quanto aos símbolos, observo apenas que ostentar uma suástica, seja com que objectivo for, é sempre e só declarar-se representado por ela. E associá-la à estrela de David não é pronunciar-se, com miserável ironia, sobre o actual conflito; é, com miserável ironia, legitimar o passado. EM, porém, deseja compreender os motivos da acusação. Com esse fim, faz uma série de observações sobre a identidade judaica e a sua relação com a guerra actual que reputo de singulares e até mistificadoras. Ao debatê-las, não me coloco
entre os adversários de EM. Creio até que essas observações se viram contra quem as defende e servem ambos os lados; sugerem mesmo uma afinidade essencial entre adversários de opinião e, pior ainda, entre inimigos em guerra.
Na referida acusação, EM recusa ver uma responsabilidade objectiva do acusado. Mas deduz, admiravelmente, uma responsabilidade objectiva do acusador. A acusação, diz, é um modo que o acusador tem de se libertar da culpa [sic] do Holocausto. Se, na vítima de ontem, ele vir o carrasco de hoje, então o Holocausto não foi a terrível singularidade que imaginou: pode assim renunciar à sua culpa. O acusador pretende esquecer a lição da História, mas Israel está aí para lembrá-la. E é por bem recordá-la que Israel "pode por vezes não querer a paz". Ela ensina que é preciso defender a própria existência com unhas e dentes. Os acusadores de Israel ignoram essa lição, a própria Europa já a esqueceu. Acusar Israel, conclui-se, é a prova de um defeito essencial da Europa: a amnésia. Tal amnésia manifesta-se sob a forma de má-consciência, mas na crítica a Israel insinua-se um elemento mais sinistro: o anti-semitismo. Comprova-o
EM com citações de comentadores portugueses; avulta uma que refere a hipocrisia internacional, para a qual o dinheiro israelita é mais valioso que as vidas palestinas.
Comecemos por aqui. Tento descortinar o anti-semitismo das citações, mas só vejo idiotia — a qual, por natureza, não carece de qualificação adicional. Deixe lá os comentadores, cara Mucznik, não lhes dê essa importância. Se Almada desse em bombardear Lisboa com mísseis iranianos e lhes estorvasse os passeios contemplativos, é certo que exigiam logo de Lisboa o que agora condenam em Israel. Não há hoje nada de tão inimputável como o "part-time" de comentador e nada tão excitante e imune à dúvida como corrigir nações inteiras. Mas há também os outros, os que Almada não vai apanhar de surpresa. À sua inteligência dilatada, repugna-lhe a pequena dimensão das coisas. Sabem que por detrás de Almada está o Irão e que nunca há guerras em causa própria. Pela mesma razão, não deploram em Israel a política — decerto ditada pela loucura — de se entregar, para a sua sobrevivência, à protecção de um potência
distante (os EUA) e ter alienado de vez a boa vontade dos vizinhos. Aplicam-se muito a virtualizar o inimigo (dependem intelectualmente da sua existência) e, na escala larga a que se atrevem, não podem deixar de fazer sua esta guerra. São de direita, mas parecem maoístas. Não encontram na História a luta de classes, mas o choque de civilizações e, entre pilhas de mortos, conseguem sempre distinguir os "instrumentalizados". Uns e outros parecem saber muito acerca da guerra. Não vejo como. Almada nunca bombardeou Lisboa. Eu, daquilo que há realmente para saber nas guerras, não sei nada, graças a Deus. Mas sigo os bons exemplos e recordo que saber que nada se sabe é uma vantagem sobre aqueles que nem isso sabem e que, talvez por isso, tomam sempre posição.
Prefiro, se me permite, fazer-lhe uma repreensão. O seu artigo é todo perpassado por uma ideia que nunca ousa tornar explícita: a de que existe na memória do Holocausto um poder de julgamento pelo qual se "pode não querer a paz". Tal julgamento, porém, só pode ser feito de dentro dessa memória, de modo que é um património exclusivo dos Judeus. Há aqui algo de escandaloso, mas já lá vamos. A repreensão prende-se com o uso do termo "Holocausto". Saberá EM que é o termo encontrado pela Patrística cristã para traduzir um dos tipos de sacrifício mencionados no Levítico; com o tempo, ganhou o sentido de sacrifício supremo, de um abandono último ao sagrado. Ora, associar, por meio dessa palavra, um motivo sagrado ao extermínio de Judeus é, no mínimo, afrontoso. Ignoro se já visitou Auschwitz. Nenhum Deus ali pôde ou poderá comparecer. O local significa a própria interdição do testemunho de Deus e garanto que não existe
qualquer relação entre uma câmara de gaz e um altar sacrificial. A impressão que se tem, porém, é que, se for preciso, amanhã está pronto a funcionar, e o mais perigoso a respeito do Mal é achá-lo único, impartilhável e irrepetível. EM, porém, faz de Israel a encarnação desta memória e trá-la a desempenhar um papel argumentativo no conflito actual. EM é judia, eu não. Que não me leve a mal perorar-lhe sobre o Extermínio. Os seus antepassados conheceram o horror mais infame da história humana. Os meus não, tiveram só as tragédias que lhes coube. Mas jamais ousaria definir-me a partir delas. Todas as tragédias escarnecem da nossa pretensão a herdá-las. Somos assim, Mucznik e eu, mais parecidos um com o outro do que com os nossos antepassados: ao pé deles, somos bem-aventurados. Tem, portanto, de chegar o momento em que se torne possível falarmos sem a mediação de Auschwitz e em que uma guerra seja encarada como aquilo que
é. Vista de Auschwitz, toda a justificação é grotesca. Nenhum museu do Holocausto lhe oferece mais do que uma esmola de sentido, e muito menos pode aquela memória ser associada a um exército que parte para a guerra, mesmo que seja o exército de Israel.
EM, porém, exige essa mediação para falarmos desta guerra. Eis então o escandaloso: como os manifestantes que deplora, está a afirmar que é sob o primado da suástica que se tem de entender a estrela de David, embora isso agora tenha o prestígio de uma justificação. Está a afirmar que Auschwitz é, ainda que no plano simbólico, o momento fundador da presente guerra; que o inimigo de Israel não mudou e é eterno; que todos os israelitas combatem a mesma guerra dos seus avós europeus. Receio, aliás, que este mito não seja privado; receio que tenha sido o único fundamento do sionismo no pós-guerra. O erro é perigoso, sobretudo para Israel. Confundir a natureza de uma guerra é condenar-se a perdê-la. Mas o perigo maior é depender da guerra para certificar um elemento identitário. Ao pretender que combate o Extermínio, pode Israel imputar aos actos do inimigo a mesma demência incompreensível. Pode, sem esforço e sem remorso,
sentir os actos do Hamas como desligados dos seus, como pura exterioridade e mal absoluto. Isto não significa apenas a banalização de Auschwitz. É também uma rendição ao inimigo. Só ele serve de prova à continuidade do mito identitário, e por isso é desejável. O inimigo crê o mesmo; por força deste mimetismo, tiram a sua existência um do outro e da inimizade que os define.
Talvez devamos operar distinções nesse mimetismo. Mas quais? Quando vejo em reportagens de Gaza as vítimas infantis amortalhadas, acho sempre estranho que apareçam a chorá-las adultos sem um único ferimento. Todas as mães desejam o melhor para os seus filhos, mas muitas mães palestinas parecem achar que o melhor não é esta vida e não hesitam em dá-los à primeira linha dos "mártires". Israel também não. Como todo o bom estado moderno, já se substituiu às mães e chora o martírio dos seus filhos, não com gemidos lancinantes, mas com honras militares. A guerra, "desigual" ou "equilibrada", é mais miserável das condições. Nenhuma morte tem precedente e cada uma é a intolerável recapitulação de todas as outras. Que se chore as mortes, que as honras sejam prestadas. Mas que não se rivalize na sua justificação, seja ela Alá, a pátria ou, pior ainda, a lição da História.
Nesta guerra, para EM, é directamente a vida do judeu que está em causa. A sobrevivência é o essencial da experiência judaica. Foi nessa vida que Israel se fundou politicamente. Perguntou "quem é o judeu?" e não, por exemplo, "quem é o cidadão?" Como todos os estados a braços com duas ordens distintas de realidade, a nacionalidade e a soberania, está condenado a produzir minorias excluídas, refugiados e apátridas — condição outrora conhecida dos judeus. Mas também se condena a produzir uma abstracção: a do judeu ele mesmo. Não me refiro sequer ao facto de Israel não ser os judeus da diáspora ou os não sionistas. Refiro-me à consequência de se fazer daquela vida o objecto essencial da guerra. É-se assim chamado a considerar a existência do judeu como algo que tem de ser proclamado em si mesmo, fora de qualquer conteúdo político, filosófico ou religioso; a entendê-la como valor superior a qualquer ideal de liberdade
ou justiça, até ao direito internacional. Isso é torná-lo numa abstracção. Ora, é essa mesma perversidade da abstracção que alimenta o anti-semitismo. E mais uma vez, os inimigos são o mesmo.
A morte, porém, é avessa a abstracções. Se cada morte em Gaza ou Israel representa alguma coisa, é a evidência de que só o presente existe e os inimigos estão integralmente nele. A dívida de uma vida é tão grande que nenhum passado pode dar conta dela. Todo o passado e toda a memória têm que ser cancelados, a começar pela mais estúpida questão de uma guerra fundada apenas sobre a violência territorial: quem tem direito àquela terra? A este cancelamento do passado, sem o qual não é possível viver em paz, o artigo de EM não presta qualquer serviço.
Não pretendo excluir-me, com este texto, do Ahabath Israel ou amor a Israel. Mas o mesmo amor não o tenho aos "Judeus": não posso ter amor a uma abstracção (tal como outros têm ódio). E mesmo que o tivesse, só o faria por uma razão: porque não sou judeu. Se o fosse, não ia amar-me a mim mesmo, só porque o era. Isso seria tão absurdo como amar a terça-feira, só porque não é quarta. E, tendo amado Deus outrora, só me restava agora amar-me a mim, podendo não "querer a paz e sem nada esperar de ninguém"?
--- On Wed, 28/1/09, Rui Gomes Coelho <ruigomescoelho@gmail.com> wrote:
> From: Rui Gomes Coelho <ruigomescoelho@gmail.com>
> Subject: Re: [Archport] Should Auschwitz be left to decay?
> To: "Archport" <archport@ci.uc.pt>
> Date: Wednesday, 28 January, 2009, 1:44 PM
> O memorial que lá está é realmente um bom princípio para
> algo que faz muita
> falta, e não me sinto em condições para discutir a sua
> qualidade estética.
> Mas não deixa de ser irónico que num painel colocado do
> lado Ocidental da
> praça de São Domingos, que penso ter sido criado na mesma
> altura, onde antes
> se dizia "Lisboa, cidade de tolerância", diz agora
> "Lisboa, cidade de
> INtolerância" (ou algo do género), depois alguém lá
> ter inscrito um
> graffito. Repare-se até que quem frequenta mais a praça
> são imigrantes, cujo
> lugar de encontro foi transferido depois de terem sido
> empurrados pela
> criação de uma esplanada diante do teatro nacional.
> Interrogo-me se o elo
> entre o acontecimento e as pessoas foi estabelecido, e se
> aquele monumento
> foi dele investido. Receio bem que neste caso seja apenas
> um acto de
> exorcismo público. Como muitas placas toponímicas.
>
>
>
> Voltando a Auschwitz, não posso concordar que se possa
> resumir o processo de
> construção da memória pós-Holocausto, nomeadamente
> através da manutenção das
> suas materialidades, como uma "demonização tópica".
> Sobretudo porque entendo
> uma "demonização", ou até uma categorização
> absoluta do "bem" e do "mal",
> como qualquer coisa de irracional. E muito perigosa, em
> termos políticos:
> basta ver o modo como estes conceitos entraram na linguagem
> das
> administrações neocon dos EUA com Reagan e a família
> Bush, com os efeitos
> que têm tido. Daí uma possível diferença, tendo em
> conta aquilo que aqui
> estamos a discutir, entre a imagem de um exorcismo e a
> construção de uma
> memória colectiva.
>
>
>
> Claro que isso passa tudo pela educação, e pelo
> "cultivo" da democracia de
> que fala Sérgio Carneiro. Mas isso consegue-se com
> projectos, e resta saber
> qual é o nosso. Quanto a mim, parece-me que a chave deste
> problema radica na
> resolução de um outro, que é o da construção e
> integração europeias, no
> momento de charneira que vivemos. Há uma dualidade que
> não tem nada de
> simples, entre o Ocidente e o Leste europeus. Aquele com
> uma matriz de
> princípios essencialmente edificada desde o pós-guerra e
> com o fim dos
> fascismos, e do outro lado desde o fim dos regimes
> socialistas, após 1989.
> Receio bem que a relativização do nazismo e do papel da
> conservação dos seus
> traços materiais não venha por acaso, no meio deste
> imbróglio.
>
>
>
> Saudações
>
>
>
> _____
>
> De: archport-bounces@ci.uc.pt
> [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de
> Graca Cravinho
> Enviada: quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009 10:23
> Para: sergiocarneiro@yahoo.com; archport@ci.uc.pt
> Assunto: Re: [Archport] Should Auschwitz be left to decay?
>
>
>
> Caro Sérgio:
>
>
>
> Tem razão quanto ao "progrom". Às vezes, de
> tanto detestarmos certas
> pessoas, acabamos por "entranhar" os seus
> defeitos...
>
>
>
> Quanto à sua apreciação sobre o monumento, ela é sua...
> Nem eu me sinto apta
> a interpretá-lo... O meu Mestrado em História da Arte
> (feito, ainda, com
> dois anos curriculares e a defesa de uma Tese e não com
> uma equivalência a
> qualquer "tesina" feita em Espanha, dada num
> gabinete e não segundo os
> trâmites legais) incidiu sobre a Antiguidade Clássica...
>
>
>
> Permita-me, porém, que lhe transmita a interpretação de
> uma Professora e
> historiadora de Arte israelita, a quem enviei a foto que
> anexo.
>
>
>
>
>
> "The semi-ball with the Star of David
> "looking" upwards (a symbol which in
> the 15th cent. was not yet a Jewish symbol but by now
> obviously very much
> so) is very imposing and correct.
>
> This memorial monument gives one the feeling that its
> designer wanted to
> convey by it soundness, stone & volume:
>
> that the Jews are connected to the world (to this universe
> of us) and the
> world to them (as well as to whole of humanity);
>
> that the way of the world goes round & round (as do
> bitter & good events)
> but that sometimes certain events cut, bruise the normal
> way things go (the
> cutting of the ball with the rough surface Star of David)
> & then all
> involved directly or indirectly (victims as well as
> prosecutors) - are
> bruised;
>
> that a certain event cut into the completeness and
> wholeness of the world
> (the place tc.) but even with such horrid events, we look
> forward to the
> word (the wall) - to the message of continuity and learning
> from the past,
> that we (all human beings) stand fast as a strong wall its
> message of
> tolerance (to all people be their language, words, script
> as they be);
>
> that there is much connection between roundness of various
> beliefs (with the
> Jewish belief which cuts by its star the world but is also
> in its middle)
> and more.
> The wall behind enhances & completes the message with
> its carefully thought
> out words in many scripts and gives not only the location -
> Lisboa &
> Portugal itself the stability it deserves, but also as
> stated, a clear
> message of strength, tolerance and acceptance of the past,
> but especially of
> the now & the future, & also puts Lisboa at the
> center of events - be they
> of the past or of now and the future - by proclaiming that
> people should
> look the past in the face & learn from it, not only on
> location, but also
> everywhere else in the world.
>
> I could go on & on, because I think this monument is so
> right & well
> perceived. All "Lisboans" (and Portuguese) should
> be proud of it."
>
>
>
>
>
> Cumprimentos,
>
>
>
> Graça Cravinho
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> No virus found in this incoming message.
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> Version: 8.0.176 / Virus Database: 270.10.13/1916 - Release
> Date: 28-01-2009
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