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[Archport] Fwd: Tesouro de Baleizão foi descoberto h á quatro anos e pouco se sabe sobre ele

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Fwd: Tesouro de Baleizão foi descoberto h á quatro anos e pouco se sabe sobre ele
From :   antonio monge soares <mongesoares@netcabo.pt>
Date :   Tue, 7 Apr 2009 09:32:49 +0100



Cliquem neste link:

http://www.custojusto.pt/vi/1039023-Colar+idade+do+bronze.htm

e verão peças de um novo tesouro...

Monge Soares



Perante um cenário tão confrangedor, acho que só me falta perguntar:

- para que serve o IGESPAR? Para que ando eu, contribuinte, a pagar o
ordenado aos seus directores?

- como é que ainda continua por estudar o local desta pilhagem?

- será que foram punidos os "prospectadores de achados arqueológicos"
ou ficou tudo como sempre, em águas de bacalhau, com os mesmos a
continuar alegremente a "prospectar"?

- a quem foram pagos os quase 18 mil euros que, presumo, tenham saído
do erário público? Quantos mais locais destes terão sido pilhados
graças a este "incentivo" ? O que aconteceu ao ponto 3 do artigo 10º
da Convenção Europeia para a Protecção do Património Arqueológico
(que, relembro, foi ratificada por Portugal em 1997 e que tem maior
força jurídica que a construção legal nacional existente - e que é
suposto proteger o património cultural) que diz que "no que respeita a
museus e outras instituições similares, cuja política de aquisição
está sujeita ao controlo do Estado, (dever-se-ão) tomar as medidas
necessárias para evitar que aquelas entidades adquiram testemunhos do
património arqueológico que se suspeitem provenientes de descobertas
não controladas, de escavações ilícitas ou de subtracção fraudulenta
de escavações oficiais"? É mais letra morta?


Alexandre






"Tesouro de Baleizão foi descoberto há quatro anos e pouco se sabe sobre ele



Público, 07.04.2009, Carlos Dias



O trabalho de contextualização daquele que é considerado um dos mais
importantes achados no país continua por fazer. Os especialistas
prometidos nunca chegaram



Em Setembro de 2005, o país foi surpreendido com a descoberta de um
valioso tesouro na freguesia alentejana de Baleizão. Um agricultor e
um pedreiro, residentes locais e habituais prospectores de achados
arqueológicos, tinham encontrado 31 artefactos ou fragmentos em ouro e
bronze datados de há três mil anos, na Idade do Bronze. Desde então, o
"Tesouro de Baleizão" entrou no limbo, apesar do Instituto do
Património Arqueológico (IPA), entretanto extinto, ter garantido,
nesse mesmo ano, ao presidente da Câmara de Beja, Francisco Santos,
que enviaria rapidamente para o local da descoberta quatro
arqueólogos, para fazerem a contextualização do tesouro.

"Ainda hoje estou à espera que eles apareçam", critica o autarca, a
quem a população de Baleizão já pediu esclarecimentos e propôs a
instalação de um museu na freguesia para receber o "tesouro" e outros
achados arqueológicos que entretanto várias pessoas vão recolhendo e
mantendo guardados nas suas casas.

A surpreendente descoberta - revelada pelo PÚBLICO (edição de
15/04/05) - foi classificada na circunstância por Raquel Vilaça,
professora da Universidade de Coimbra, como "um conjunto notável",
sobretudo por as peças terem sido encontradas "todas juntas, num
espaço circunscrito". Num documento que elaborou com a arqueóloga
Conceição Lopes, com o título "O Tesouro de Baleizão", descreve os
achados como "um excepcional depósito bimetálico muito raro na Europa.
O valor do espólio reside na colecção toda e nas circunstâncias que o
revelaram", de tal forma que o achado disperso "nunca teria existido",
concluem as investigadoras.

Intervenção do tribunal

Ainda o pó da escavação que conduziu à valiosa descoberta não tinha
assentado, instalou-se a polémica à volta da aquisição do tesouro pelo
Museu Nacional de Arqueologia, por 17.400 euros. Esgrimiram-se
argumentos pró e contra e o problema acabou em tribunal, através de
uma acção interposta pelo proprietário do terreno onde foi descoberto
o tesouro, que reclamou parte do valor do espólio descoberto, uma
exigência que acabou por não ter acolhimento na instância judicial,
que mandou arquivar o processo.

No local onde foi descoberto o tesouro, prevalece apenas um quadrado
de terra escavado, com dois metros de lado. José Ambrósio, morador em
Baleizão, questiona o modo como foi encontrado o pote de barro com o
tesouro no alto de uma pequena elevação de terreno rodeada de olival.
São visíveis pedaços de material em argila, provavelmente restos de
telhas ou de tijolos, a cerca de dois quilómetros do troço mais
estreito do rio Guadiana.

"Para aqui está prevista a plantação de um olival intensivo", alerta
José Ambrósio, propósito que é confirmado por José Castelo Branco, que
adquiriu o terreno, com cerca de 200 hectares, há um ano. Do famoso
achado arqueológico, considerado pelas peritas como "uma das melhores
colecções" do Museu Nacional de Arqueologia, conhece pouco, e nem
sabia que tinha sido descoberto no local onde se habituou a ver da
casa onde vive "veículos todo-o-terreno a cirandar".

Colocado perante a dimensão e o valor do espólio descoberto, o
empresário diz estar disposto a rever o projecto de plantação de
olival. "Temos interesse em preservar o espaço."

Reagindo à situação de impasse na pesquisa arqueológica do local onde
foi identificado o tesouro, o vice--presidente do Instituto de Gestão
do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), João Pedro da
Cunha Ribeiro, reconhece que o processo foi "pouco agradável" para a
arqueologia portuguesa, frisando que a instituição de que é um dos
responsáveis "não deu continuidade aos compromissos assumidos com a
Câmara Municipal de Beja".

Apesar dos contratempos, considera encerrada "toda a conflitualidade"
que acompanhou a descoberta, cujo valor científico considera
"inquestionável", mas frisando que a solução para a salvaguarda do
património "passa por encontrar com a Câmara de Beja a melhor forma de
o acautelar", conclui o vice-presidente do Igespar.



Aparcamento de gado "protege" importante necrópole



Na freguesia de Baleizão, existem vários "tesouros" arqueológicos para
além do que foi descoberto em 2005 que têm sido sujeitos a constantes
actos de vandalismo e de prospecções ilegais. O local que mais tem
sido pilhado e destruído por actos de vandalismo e uso ilegal de
detectores de metais encontra-se no Cerro Furado, um lugar próximo do
rio Guadiana, a cerca de uma dezena de quilómetros de Baleizão.

O município de Beja tem denunciado os constantes furtos, sobretudo o
que ocorreu em Outubro de 2006, deixando uma grande área da necrópole
e povoado da Idade do Ferro, que se presume se possa estender por
cerca de dez hectares, totalmente revolvida, deixando bem visíveis
"concentração de material cerâmico, ósseo e pétreo", descreveu a
autarquia.

Até hoje, não foi possível apurar quem perpetrou a "destruição
irreversível", apesar de o município de Beja ter apresentado uma
queixa-crime "por atentado ao património arqueológico e profanação de
cadáver", e lembra que a necrópole do Cerro Furado apresenta um
"elevado interesse patrimonial e científico". Em Abril de 2006, a
autarquia assinou com o IPA um protocolo para apoio logístico e
financeiro a uma intervenção de emergência na necrópole, mas, até
agora, ainda aguarda por uma resposta.

O vice-presidente do Igespar confirma que o Cerro Furado "ainda não
foi tratado com a Câmara de Beja", apesar de saber que "tem havido
muito vandalismo". Pela importância científica de que se reveste a
necrópole e o povoado do Cerro Furado, Cunha Ribeiro diz que vai ser
"necessário estabelecer uma prioridade", apesar de de tratar de um
"projecto caro".

Nos últimos tempos, os actos de pilhagem e de vandalização foram
travados com um procedimento algo insólito. O proprietário do terreno
envolveu o Cerro Furado com uma cerca, transformando o local num
aparcamento de gado que afasta os intrusos, mas deixa no ar a dúvida
de se saber se o património fica devidamente salvaguardado. C.D."
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