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[Archport] Anónimo?

Subject :   [Archport] Anónimo?
From :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date :   Fri, 22 May 2009 01:30:13 +0100

Caro Senhor Manuel Avó.

 

Após ler detalhadamente o teor da sua mensagem relativamente à Igreja de Nossa Senhora da Raposa, associada a outras aqui colocadas por Vossa Excelência, não posso deixar de deduzir que, dada a repetição renitente do seu conteúdo, foi encarregue de transferir para este fórum uma alucinada sequência de tópicos cujo desenvolvimento teve como consequência o encerramento de outro, em condições obscuras, mas protagonizadas por Vítor Roma, Andree Larsson e Jaime Rebotim, que suscitou o rocambolesco episódio conclusivo.

Embora as intervenções de contraditório à sua alucinada intervenção tenham sido estripadas a escalpelo desse lugar, permanecendo apenas aquelas que lhe interessavam, muitos seguidores e intervenientes nessa sucessão de comentários procederam oportunamente ao seu arquivamento. A situação apresenta-se tão ridícula que, quem quiser prosseguir o acompanhamento do assunto através dos links que amavelmente nos fornece, logo verifica que já não existem, sumiram-se.

Da mesma forma se sumiu do website ou do fórum da paróquia de Santo António da Raposo a referência a um tal anónimo que informou o pároco acerca do alegado paradeiro de um Menino Jesus em madeira estufada. Sabia que se estufava a carne, alguns legumes, mas madeira desconhecia. A policromia aplicada sobre madeira, pedra ou outros materiais pode apresentar-se estofada, exactamente, etimologicamente derivado de estofo.

Bem, mas como já lhe referi, ou ao Senhor Vítor Afonso, vai dar no mesmo, pareceu-me ser eu o tal anónimo referido, que, solicitado por si, me dirigi a Santo António da Raposa para confirmar in loco as condições e circunstâncias em que ocorrera o referido furto. Na amável e cortês conversa que desenvolvi com o pároco, nunca se ventilou o paradeiro dos objectos furtados, como é óbvio, porque o desconheço. Muito me admira que Vossa Excelência, se o conhece, não o divulgue.

Resta-me notar que a forma como apresenta a sua mensagem, parecendo proceder do endereço da paróquia de Santo António de Raposa, faz presumir que é o pároco que lhe transmite a informação sobre o tal anónimo que terá revelado o paradeiro do objecto. Está, em minha opinião, a cometer um abuso.

Bem, se o Senhor se apresenta anónimo em muitas circunstâncias, ou a coberto de múltiplas identidades, eu apresento-me sempre com o meu nome, nem mais nem menos.

Porque se trata de um tópico umbilicalmente associado a outros aqui abordados, respeitando a património cultural imaterial, desenvolverei oportunamente as questões antropológicas reportadas nos textos para que remete, nomeadamente no que respeita ao sistema de ensino e à relação de comunidades menos integradas com uma escola cada vez mais curricular e menos cultural. Fico sempre arrepiado quando me confronto com o retorno a velhos tópicos, invocando procedimentos de abordagem disciplinar ou pseudo-científica.

Teremos entrado em regressão?

Como já lhe disse várias vezes, um sujeito com a minha cultura, decerto muito inferior à sua, não pode aderir à sua ideologia, nem àquela transmitida pelos textos que cita. Lamento…



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Manuel de Castro Nunes

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