Lista archport

Mensagem

Re: [Archport] A Digitrace

To :   "Manuel Castro Nunes" <arteminvenite@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] A Digitrace
From :   "Digitrace Portugal" <info@digitrace-portugal.com>
Date :   Fri, 22 May 2009 10:18:53 +0100

Estimado Manuel de Castro Nunes,
 
Já noutra ocasião tivemos a oportunidade de trocarmos algumas ideias sobre este tipo de questões.
Se apresentei a minha resposta no Archport foi porque a questão aí foi colocada.
Também estou inscrito no Museum e se a pergunta aí tivesse sido levantada, naturalmente que aí teria respondido.  
Quanto à natureza da pessoa que fez o primeiro comentário, não a conheço e foi com a maior sinceridade que respondi, como faço sempre que há um assunto acerca do qual me parece interessante intervir e sobre o qual estou um pouco mais informado. Não gosto de mandar "tiros para o ar".
 
Tem razão no que diz, das Dioceses do Alentejo, Beja é a que publicou mais cedo os resultados do inventario que foi aí realizado. Se as peças em Beja estão marcadas ou não, não lhe posso adiantar nada.
A Arquidiocese de Évora está a proceder ao seu inventário, cujo grau de execução poderá estar mais ou menos a meio, salvo erro. Tem uma excelente equipa a realizar esse trabalho, com o apoio financeiro da Fundação Eugénio de Almeida. O que eu estava a dizer relativamente ao trabalho de execução dos inventários é que existe uma disparidade entre Dioceses com mais meios e as Dioceses menos apoiadas, como acontece mais no centro e interior do país. É do conhecimento público, não se trata de informação privilegiada.
 
As estatísticas que apresentei são as oficiais. As relativas ao número de furtos de obras de arte e ao número de obras furtadas provêem da unidade Works of Art da INTERPOL. Anteriormente essas estatísticas estavam disponíveis no site da INTERPOL. Agora só se solicitando directamente à unidade. Já apresentei estes valores em comunicações nas Universidades do Porto e de Coimbra perante elementos da Polícia Judiciária e não foram desmentidas.
Como a DIGITRACE é convidada desde 2002 aos colóquios bianais da INTERPOL sobre tráfico ilícito de obras de arte (o ultimo foi em Junho de 2008), são também dados apresentados nesses fóruns. Dizem respeito a queixas apresentadas, o que apenas representa uma parte da realidade. 
 
Quanto a escavações ilícitas, apenas lhe posso dizer que é um assunto onde há naturalmente pessoas que estarão melhor informadas do que eu.
Como diz e muito bem, são exigíveis outros dispositivos.
Nós, em termos das soluções da nossa empresa, não temos resposta adequada para essas situações, senão num ponto preciso: no caso de trabalhos de remoção preventiva de materiais, os nossos produtos podem ser utilizados no terreno para uma primeira marcação antes de se passar para o trabalho de estudo e catalogação desses materiais. Trata-se de um kit leve e sólido que pode ser utilizado no local de escavação, composto por elementos de marcação de segurança.  
 
Por fim, o que eu disse relativamente aos media e a sua preocupação para com o fenómeno de furto de obras de arte, apenas mais uma coisa para ser justo: sei, através de jornalistas, que também não é um tema fácil de tratar porque os proprietários remetem-se geralmente ao silêncio. Há talvez um excesso de pudor ou receio de novas "visitas", mas isso é uma consideração minha. 
Só para rematar, uma parte importante do nosso trabalho e que não é vocação propriamente de uma empresa tem sido a PEDAGOGIA.
Fazemos isso com sentido de responsabilidade e estamos sempre disponíveis.
Por essa razão, penso, que temos tido uma sensível boa recepção junto das instituições museológicas, académicas e orgãos de investigação na matéria
 
Com os meus melhores cumprimentos,
David Policarpo 
Tlm.: 968.264.184
 
DIGITRACE PORTUGAL - Identificação e marcação de objectos de valor
Rua 5 de Outubro, 74
7000-854 Evora, Portugal
www.digitrace-portugal.com
T. / F.: (+351) 266 746 505
----- Original Message -----
Sent: Friday, May 22, 2009 12:33 AM
Subject: [Archport] A Digitrace

Caro Senhor David Policarpo.

 

Perdoe-me primeiro que tudo estar a interpelá-lo pessoalmente, acerca desta questão, abordada em archport.

As questões que coloca em relação às condições em que as sucessivas vagas de furtos têm ocorrido são deveras relevantes e vêm de encontro a várias questões que em archport tenho comentado. Como é óbvio, quando estamos a falar em devastações e pilhagens em locais arqueológicos a solução preventiva enquadra-se no contexto da mobilização de dispositivos diferentes, pelo que o lugar mais adequado para ventilar este assunto, que aqui coloca, na sua especificidade, seria o forum museum, associado à mesma equipa da FLUC.

Como é óbvio também, Vossa Excelência já deve ter notado que estes tópicos transitam para este forum, de outro onde gerou lamentáveis e burlescos incidentes que conduziram ao seu súbito encerramento em circunstâncias ainda não esclarecidas, deixando apenas como rasto as intervenções que interessavam ao sujeito que agora se apresenta como Manuel Avó, mas era Vitor Roma, ou Vitor Afonso, Andree Larson, finalmente Jaime Rebotim.

Não fora pois porque se cruza com muitos outros que aqui tenho comentado, este assunto não me imporia, em devido tempo,  intervir também neste local.

Independentemente de qualquer juízo, pedia-lhe, se lhe for possível, que documente ou me remeta para as fontes de documentação de onde provêm os dados estatísticos que avança. A consolidação de tais dados é extremamente relevante para avaliar algumas sugestões a que confiro extrema importância, nomeadamente o alegado silêncio das entidades tutelares e da comunicação social. Teremos que convir em que, por mais poder que a comunidade cigana pudesse ter no nosso país, não me parece ter capacidade para intervir a esse nível.

Gostaria também que comentasse alguns dados divulgados publicamente pelo Senhor Vitor Afonso, com base em declarações de representações de instituições eclesiásticas, que fazem deduzir um panorama radicalmente distinto daquele que Vossa Excelência apresenta. Nomeadamente, a Diocese de Beja anunciou já em meados da década de 1990, que a maioria do seu património se encontrava traçado.

Se continuamos a misturar alucinadamente, como tem acontecido com o Senhor Vitor Afonso e seus seguidores, todos os assuntos, não me parece que os possamos abordar de uma forma eficaz as questões cruciais.

Certo de que, como tenho continuadamente assinalado, é do cruzamento sincronizado entre os diversos planos e formas da acção preventiva que obteremos resultados significativos, a vossa área de intervenção é obviamente uma das que deve ser dinamicamente promovida. Para tal, os dados apresentados por Vossa Excelência devem apresentar-se mais documentados e consolidados.

 

Cumprimentos.

 

Manuel de Castro Nunes



--
Manuel de Castro Nunes


_______________________________________________
Archport mailing list
Archport@ci.uc.pt
http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport

Mensagem anterior por data: [Archport] Anónimo? Próxima mensagem por data: [Archport] livros
Mensagem anterior por assunto: [Archport] A Digitrace Próxima mensagem por assunto: [Archport] A disciplina de Epigrafia