[Archport] Diazepan, no mercado em dosagens de 5 e 10mg. Genérico. 1,80 Euros.
Caro Senhor Manuel Avó.
Essa mensagem é repetida há seis meses, pelo menos, em todo o lado. Toda a gente já a conhece.
Será que a vamos receber aqui durante vinte e dois dias seguidos? De cada vez que reaparecer, acompanhada de mais umas ficções?
Só faltam vinte e dois dias. Descontraia-se. Para aviar a receita que sugiro, necessitará de prescrição médica.
Como apelava numa anterior versão da que publicita agora, Todos a Abrantes!
É pena que o Senhor não possa lá estar.
Entretanto, eu vou publicar aqui, já que lança o repto, uma exposição detalhada acerca da importância da apresentação museológica das colecções que serão apresentadas, autênticas ou não, ilícitas, irrelevantes, como depois quier ajuizar. Mas terá que concordar comigo que, se não obrigarem a reescrever a História de Portugal, que se presume que é quotidianamente reescrita, é de resto o papel da investigação histórica, arqueológica e de muitas outras disciplinas, obrigará a ponderar acerca de muita coisa.
Continuo a tentar decifrar os motivos da sua fixação no Museu de Abrantes, mas deve ser equivalente à sua fixação no tesouro de Baleizão. Não vejo em que o assunto possa contribuir para os seus objectivos, contestar uma acução que considera injusta. O tesouro de Baleizão ainda pode alegar que passou pela sua loja e invocar legítima propriedade sobre ele, uma vez esclarecido como foi parar a Baleizão. No Museu de Abrantes também haverá alguns obectos que passaram pela sua loja. Bem, o Senhor vendeu-os. Não vejo como alegará propriedade sobre eles.
Ficará a questão pacificada se, então, o Senhor, ou quem lhe encomendou este sermão, conseguir alegar que nada é genuíno. Ficamos libertos então do enargo de reescrever a história de Portugal. E de outros. Que grande estopada que seria...
Mas esteja descansado, relaxe, ninguém lhe vai propor a tarefa ingrata e ciclópica de realizar essa tarefa.
E vá ao médico, Senhor, vá ao médico. E leve os seus amigos também. Zeca Afonso, ao invés.
Esta, é do Elmano. A próxima escreve o Manuel. Para arrumar com a questão.
Tópico: porque anda toda a gente tão preocupada com o facto de tudo aquilo não ser autêntico? Tomara que não fosse. Há quem sugira, com consistentes argumentos, que isso aliviaria muitas consciências.
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Manuel de Castro Nunes