[Archport] Voluntariado em Tróia

[Vitor Rafael Cordeiro Sousa <vrs_brasil@yahoo.com.br>]

Respondendo à Maria Leonor de Castro Nunes

Cara amiga

Vejo que pela sua juventude e vontade de melhorar o mundo quase tudo é "cor de rosa" para vc. Sem dúvida que um sítio romano como Tróia é algo quase único no mundo da "romanidade" e, também, sem dúvida, é um local onde se pode aprender muito sobre História e Arqueologia Clássica, sobre Geologia, sobre Paleoecologia, sobre, muito especificamente, as relações económicas da Lusitânia com todo o mundo mediterrânico.

Também se pode aprender muito sobre relações humanas e interdisciplinaridade, o que é óptimo. Mas o problema, no caso específico de Tróia, reside na questão do voluntariado.

Não nos podemos esquecer que o Engº. Belmiro de Azevedo é um dos homens mais ricos de Portugal e que não houve contrapartidas suficientes para o usufruto da Península de Tróia e respectivas compensações em relação ao sítio romano de Tróia.

Tróia merece um Museu de sítio, merece um laboratório de investigação em diversas áreas científicas, merece uma equipa interdisciplinar, profissional, "24 horas por dia" no local, ou será que este sítio arqueológico deve ser relevado para o plano do voluntariado?

Será que ninguém lembra que Tróia de Setúbal é um dos portos romanos mais importantes do Medirrâneo Ocidental, onde afluíam toda a espécie de bens materiais e ideias?

Ou será que continuamos a brincar aos voluntariados com matéria científica tão importante.

Como já referi antes, o Engº. Belmiro de Azevedo tem dinheiro mais que suficiente para manter uma estrutura local de investigação arqueológica que seria um exemplo para toda a Europa.

Basta boa vontade económica (e política) para tal se realizar. Toda a comunidade, arqueológica e não só, teria muito a ganhar com isso.

Por favor, deixemo-nos de voluntariados onde há meios para trabalharem os profissionais.

Bem hajam.

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