Lista archport

Mensagem

Re: [Archport] Director do Igespar defende arte contemporânea no Museu do Côa

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] Director do Igespar defende arte contemporânea no Museu do Côa
From :   Francisco Lemos <sandelemos@gmail.com>
Date :   Wed, 23 Sep 2009 13:45:06 +0100

A ser correcta a versão das declarações do Dr. Elísio Sumavielle percebe-se melhor a decadência de Portugal, nestes últimos anos.

A arte paleolítica e da Idade do Ferro do Vale do Côa é tão contemporânea como as pinturas de Amadeu de Sousa Cardozo ou de Paula Rego. A arte é eterna.

Elísio Sumavielle ainda vive à sombra das antigualhas. 

Vê-se, aliás, que não leu o livro da autoria de António Martinho Baptista, recentemente publicado.

Por outro lado convém sublinhar que nos Estados Unidos os parques arqueológicos de maior relevância são geridos pelo Serviço Nacional de Parques,  que funciona desde o século XIX (consulte-se o site do NPS).

Parece que ainda vivemos à sombra da era Bush...

FSL

 

2009/9/23 Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>

Côa "é um museu de arte e esta vai até ao século XXI" Manuel Roberto

Director do Igespar defende arte contemporânea no Museu do Côa

Elísio Summavielle considera que o novo museu "necessita de um gestor cultural" e de um modelo de gestão "alargado e autónomo"

 

Público, 23/09/09

 

O novo Museu do Côa - cuja abertura está prevista para breve embora ainda sem data marcada - é "um espaço fantástico do ponto de vista arquitectónico, com condições excelentes para concertos, festivais, bienais de artes plásticas", diz o director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), organismo que tem neste momento a gestão do projecto.

E é por acreditar que ali "o contemporâneo deve conviver com o passado" que Elísio Summavielle defende, numa entrevista conjunta ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, "um modelo de gestão alargado e mais autónomo do que seria o de um museu apenas de arqueologia paleolítica".

"A âncora ali são as gravuras [de arte rupestre paleolítica], mas é um museu de arte e esta vai até ao século XXI", afirma Summavielle. E sublinha: "É uma casa que necessita de um gestor cultural." Além disso, deverá ter "um considerável grau de autonomia, nomeadamente financeira, em relação ao Ministério da Cultura e Igespar", com um modelo de gestão que pode passar por uma fundação ou uma sociedade empresarial com o Estado como principal accionista, e que envolva a Associação de Municípios do Vale do Côa e produtores privados.

Contestação é "localizada"

Questionado sobre as críticas dos arqueólogos à política para a arqueologia desenvolvida pelo Igespar (que voltaram a ser repetidas num debate organizado na semana passada em Lisboa pela Associação dos Arqueólogos Portugueses), Summavielle considera-as "situações de contestação perfeitamente localizadas, que vêm do ex-Instituto Português de Arqueologia".

Por outro lado, "há no terreno milhares de arqueólogos a operar, através de empresas da área da arqueologia preventiva", e entre estes não tem "colhido essa contestação". Esta é até, afirma Summavielle, "uma actividade que aumentou muito nos últimos três anos" e onde existe "um volume de negócios bastante considerável", até porque, por lei, os promotores imobiliários são obrigados a fazer escavações antes de iniciarem as obras.

Summavielle, no cargo há quatro anos, admite que o PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) para a Cultura lhe causou algumas dificuldades. Embora reconheça que "faz sentido que as cinco regiões [para as quais existem Direcções Regionais de Cultura] tenham autonomia para fazer investimentos e gerir o seu património classificado", acha que devia haver ajustes em relação à salvaguarda desse património.

"Devíamos ter extensões regionais nas cinco regiões", diz, o que permitiria ao Igespar acompanhar desde o início um pedido de parecer para intervenções em áreas de património protegido. Actualmente o processo é iniciado pela Direcção Regional, cujo parecer não é vinculativo, e só passados 25 dias é que chega às mãos do Igespar, que dá o parecer final (vinculativo) e que pode ser contraditório com o da DRC. "Era importante que quem dá a cara e o parecer vinculativo acompanhasse o processo desde o início."

 

Obra para o novo Museu dos Coches "está parada"

A obra para o novo Museu dos Coches "está parada", afirma Elísio Summavielle, director do Igespar. Ainda não foi possível transferir os serviços ligados à Arqueologia [Centro de Investigação Paleo-Ecologia Humana e Arqueo-Ciências (CIPA) e a Arqueologia Náutica], que se encontram na Avenida da Índia, no local onde deverá nascer o novo museu, para o Torreão Poente da Cordoaria Nacional.

"Só com esses núcleos libertos é que a obra prosseguirá na Avenida da Índia". Summavielle admite que "tem havido algum impasse", mas afirma que este "é um calendário complicado dada a proximidade do acto eleitoral".

A hipótese que foi colocada da transferência do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) também para a Cordoaria, onde ficaria ao lado dos outros serviços de arqueologia, não depende de Summavielle, que não tutela o MNA. No entanto, frisando tratar-se de uma opinião pessoal, considera "uma grande oportunidade para a arqueologia portuguesa poder dispor de um edifício como a Cordoaria". Ali pode nascer "a grande casa da arqueologia, que nunca existiu verdadeiramente".

Quando ao facto de a Cordoaria Nacional ser um edifício classificado e aos riscos de eventuais obras, Summavielle acredita que a nave central pode ser adaptada "sem que haja alteração estrutural do edifício".

Um outro dossier polémico que entrou recentemente no Igespar foi o do antigo Museu de Arte Popular (MAP), onde o Ministério da Cultura pretende fazer o novo Museu da Língua. Um movimento de cidadãos pela defesa do MAP pediu ao Igespar a reabertura do processo de classificação.

"O edifício já está protegido por se encontrar na zona monumental de Belém, o que faz com que qualquer intervenção tenha que ser previamente autorizada", explica Summavielle. No entanto, a nova proposta de classificação (que, a ser aprovada, protege também o interior) "tem uma fundamentação que não existia anteriormente", e face aos "novos elementos e ao facto de que se trata do último edifício da Exposição do Mundo Português", o conselho consultivo do Igespar entendeu "reabrir o processo de classificação".

Summavielle entende que "faz todo o sentido que o imóvel seja preservado e valorizado". Se vier a dar entrada no Igespar um pedido de parecer sobre um projecto de adaptação para um eventual Museu da Língua, essa será uma decisão que o director só tomará ouvindo o conselho consultivo. A.P.C.

 

Terreiro do Paço "mais minimalista"

Depois de ter "chumbado" o primeiro projecto para o Terreiro do Paço, de Bruno Soares, o Igespar deu parecer positivo ao novo projecto, no qual o arquitecto introduziu uma série de alterações. O primeiro "provocava demasiado barulho naquela praça", explica Elísio Summavielle, director do Igespar. Houve "diálogo" e "abertura por parte da equipa projectista", e no novo projecto "há um maior respeito pela geometria da praça" e não existe "uma intenção decorativa tão grande". "Está muito mais minimalista", resume.

 



_______________________________________________
Archport mailing list
Archport@ci.uc.pt
http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport



Mensagem anterior por data: [Archport] Convite à Comunidade Arqueológica Próxima mensagem por data: [Archport] Perdigões newsletter
Mensagem anterior por assunto: [Archport] Director do Igespar defende arte contemporânea no Museu do Côa Próxima mensagem por assunto: [Archport] Director do IMC diz que torre oca do MNA tem que ser devolvida até 8 de Maio