[Archport] Necrópole romana em Évora

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Para esclarecer o sentido da minha anterior intervenção e evitar interpretações precipitadas, importa-me ressalvar o seguinte:

 

Estou absolutamente solidário com a indignação aqui expressa, nomeadamente pelo Professor José d'Encarnação e por Pilar Reis.

Sou eborense por afinidade. Aí passei mais de quinze anos da minha vida.

Não fica claro, na informação até agora disponível, em que condições vão ser os trabalhos suspensos e a jazida selada. A comunidade tem o direito de, previamente a qualquer solução, ser informda acerca do assunto. Que meios de reponderação do projecto de obra poderiam ter sido mobilizados?

Reitero que, sem uma reformulação ponderada e exaustiva de um programa estrurado para a arqueologia em Portugal, que determine com clareza o âmbito de cruzamento entre vários níveis de intervenção, não existem instrumentos de enquadramento normativo em que se possam inserir episódios como este.

Este episódio, aparentemente fortuito e por tal similar a tantas centenas de outros ocorridos em acompanhamento de obra, teria obviamente um enquadramento normativo singular se houvesse um quadro de intervenção e investigação estruturada que contemplasse os complexos urbanos de particular relevância para a investigação tópica, conferindo-lhes estatutos singulares.

Comece-se a empreender algo de relevante que regule e regulamente esse perturbante domínio da intervenção arqueológica que é o acompanhamento de obra.

Solidário também com os jovens arqueólogos que pude observar no documento videográfico e com todos em geral. O desânimo que advem de um episódio destes é inavaliável. Como é inavaliável o investimento cultural que constituiria o culto do entusiasmo expresso pelo jovem Geraldo Gonçalves, face à descoberta. Ele nunca mais vai esquecer este episódio.

 

Um abraço.

 

Manuel

-- 
Manuel de Castro Nunes