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[Archport] Os pequenos arqueólogos

To :   "Archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Os pequenos arqueólogos
From :   "Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>
Date :   Fri, 2 Apr 2010 03:14:43 +0100

Coimbra

Os pequenos arqueólogos

À descoberta dos segredos do mosteiro medieval de Santa Clara-a-Velha.

Diário das Beiras, 02/04/2010, por Lídia Pereira


Da mala de couro já escurecida pelas três décadas de uso foram saindo os objectos que fazem o dia-a-dia de um arqueólogo: o chapéu - porque “o Sol é um amigo, mas também pode ser um inimigo quando se escava no terreno” -, o casaco cheio de bolsos, a colher, o pico, os pincéis, o metro, o fio, o caderno, a máquina fotográfica...


Aos poucos, Artur Côrte-Real, o arqueólogo responsável por todo o projecto de investigação e intervenção no mosteiro medieval de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, - o dono da mala - lá foi satisfazendo a curiosidade do Diogo, da Tatiana, do João, do Dinis, do Vasco, do David, do Alberto e da Beatriz, algumas das meninas e dos meninos a participarem na sessão inaugural da oficina pedagógica “À descoberta do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. E se eu fosse um arqueólogo”.


Mas aquela primeira abordagem à vida de um arqueólogo – profissão que muitos afirmam querer seguir quando crescerem – não desfez a expectativa maior: a simulação de uma escavação que a equipa de Santa Clara-a-Velha preparou cuidadosamente, num quadrado delimitado no importante sítio arqueológico da Idade Média na Europa que o espaço também encerra, acabou por se transformar na grande atracção para a miudagem.


Já ontem, ocultos entre a areia a simular a espessura com que o tempo vai cobrindo todos os nossos vestígios, os pequenos praticantes da arqueologia lá foram encontrando objectos e artefactos... Mas como a oficina também pretende - para lá da abordagem mais ou menos lúdica à ciência que é a Arqueologia - fazer entender aos seus jovens praticantes o método e trabalho aturado necessários, fundamental foi, depois, o registo de todo o processo de escavação.


Depois do almoço de “campo”, partilhado - porque “a partilha é uma qualidade indispensável a um verdadeiro arqueólogo” -, a excitação da descoberta repetiu-se com as actividades de conservação e restauro, trabalho minucioso e preciso que tem como missão devolver-nos, em toda a sua dimensão, a vida inteira de todos os que nos antecederam.


Coroada de sucesso, a esta primeira sessão foi necessário juntar uma segunda. A oficina repete-se nos próximos dias 6 e 7, terça e quarta-feira, com o apoio da Quinta das Lágrimas e da Cooperativa Estrela de Conimbriga, em Santa Clara-a-Velha.

 

 

PAULO ALEXANDRE MONTEIRO

 

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