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[Archport] Lamento...

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Lamento...
From :   mov 4 <mov4@live.com.pt>
Date :   Fri, 17 Sep 2010 19:59:39 +0100

Caros Colegas Arqueólogos,

Afinal, está explicado por que motivo chegamos onde chegamos. A falta de discursos coerentes e com real conteúdo demonstra, por si só, o que por aqui anda. Como diria Medina Carreira, “parecem santolas (…) mas daquelas só com casca”.

Queremos acreditar, e acreditamos mesmo, que, efectivamente, não é generalizado, pois, pelos mais variados motivos, nem todos podem expressar-se publicamente, dando o nome e a cara. O que aconteceu há 36 anos serviu apenas para camuflar e servir outro tipo de interesses. Comprova-o todos os dias a comunicação social nos mais variados quadrantes da vida pública.

Caro Ricardo Charters d’Azevedo, não se dê ao trabalho de procurar uma definição para distinguir Sindicato de Ordem. Eles têm que aprender sozinhos, estes exercícios de pesquisa só lhes fazem é bem. Pode ser que assim comecem a ter a real percepção dos factos.

Caro Roberto Rodrigues, o desenho que lhe querem fazer, aceite-o. Nunca se sabe se amanhã não será uma fonte documental de incalculável valor que, efectivamente, comprove o estado a que chegamos, graças às cabeças pensantes que aí andam.

Por tudo o foi demonstrado é que nos chamam, e com toda a razão, de “listeiros”. É que continuamos sem consciência de classe, classe unida, com objectivos comuns na dignificação da profissão. Andam, sim, a enxovalhar o colega do lado. Tal como faziam na faculdade?

É por estas e por outras que os bons profissionais ou que poderiam vir a ser pelo empenho, dignidade e carácter que sempre demonstraram vão abandonando o ofício ou exercem-no noutro país, onde a classe não está podre e é reconhecida e valorizada socialmente. Porém aqui, não podemos deixar de afirmar que o Estado tem a sua quota parte de culpa. Reconhecemos que não convém que tenhamos demasiada voz activa. (Este é um assunto que ainda iremos tratar e com detalhe).

Se nos perguntamos por que estão os arqueólogos, neste país, em situações tão precárias no mercado profissional? A resposta é simples. Porque as aceitam. Sem medos e com coragem digam, massivamente, NÃO.

Porque no geral confundem alhos com bugalhos? É por causa das santolas, sim, as santolas do primeiro parágrafo. Há bom e mau em todas as profissões, mas aqui fala-se de arqueologia e de arqueólogos. Não avancemos nas dissertações que os médicos e enfermeiros têm acesso a isto e aquilo e por aí adiante. Esses caminhos não são nossos.   

A nosso ver, este portal foi criado como uma ferramenta de expressão, divulgação, ajuda e debate, para que todos arqueólogos (os que quisessem, claro) pudessem estar, em primeira linha, informados e a par do que se passa no mundo da arqueologia nacional e internacional.

Após as nossas intervenções, e outras, anteriormente colocadas neste mesmo portal e que foram igualmente alvo de injusto linchamento público, chegamos à conclusão que a classe está minada por pessoas que lhes interessa falar de tudo o que seja assunto de comadres, menos do que interessa, focando-se apenas em questões que surgiram num contexto mencionado entre várias outras questões. Os pequenos “mundinhos” individuais em que alguns vivem não interessa à classe, e muito menos é da sua conta. Interessa sim criar um “mundo” em que a arqueologia seja dignificada e enaltecida por cada um de nós.

Mas o que se observou? O contrário.

Insurgiram-se pessoas, muito provavelmente, para ficarem bem na fotografia, de defensoras dos oprimidos. Mas quais oprimidos? Em nada contribuíram para este portal. Alguém nos explique o que interessa que alguém chame estúpido ou burro a outro? O que isso trouxe de vantajoso ou que se possa aproveitar para alcançar os nossos objectivos comuns? De que adianta denegrir uma empresa?  

O problema está aqui: as pessoas pegam nos temas lançados, lêem só o que lhes interessa e depois passam a ataques, insultam, revelam uma má formação cívica incrível e o mais grave, sem fundamentos relevantes.

Raras vezes se debateu o que seria importante debater-se. Questões importantes levantadas por outros colegas ficaram a pairar no ar ou caíram em saco roto.

Agora, que a semana está a chegar ao fim, é bom reflectirmos verdadeiramente e com bom senso sobre tudo o que aqui se escreveu e, então, entrar no caminho de uma discussão construtiva e que nos leve a bom porto.

Temas abordados:

  • As precárias condições de trabalho
  • O papel do Sindicato como defensor da classe trabalhadora e promotor de acções de sensibilização
  • O ataque a empresas, que não leva a lugar algum, e deverá ser substituído por um simples NÃO ACEITO
  • Escalões remuneratórios para a actividade de arqueólogo profissional
  • Os Lobbies que minam a arqueologia
  • As condições precárias a que os alunos estão sujeitos nas escavações em nome do C.V.
  • Os concursos publicos que só são abertos para alguns
  • A postura e a conduta que os arqueólogos tem no seu local de trabalho
  • A importância da criação da Ordem dos Arqueólogos e de uma carteira profissional

Vemo-nos nas reuniões do, ainda incerto, sindicato dos arqueólogos. Queremos ouvir o que têm a dizer.

Obrigado e um abraço a todos os que, por mensagens públicas ou privadas, manifestaram o seu apoio para com os objectivos do Mov4. Nunca citando identidades, pelos motivos óbvios, mas continuando a contabilizar.

MOV4

25 arqueólogos descontentes, mesmo muito descontentes.

 

http://www.youtube.com/watch?v=KmnKCE99sYE&feature=related


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