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[Archport] Ainda a arte rupestre em vias de extinção no Tchitundo-Hulo (Angola)

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>, "histport" <histport@ml.ci.uc.pt>, "museum" <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Ainda a arte rupestre em vias de extinção no Tchitundo-Hulo (Angola)
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sun, 10 Jul 2011 19:51:38 +0100

 

As figuras rupestres de Tchitundo-Hulo, no Namibe correm o risco de desaparecer do património cultural, caso não forem tomarem medidas preventivas para evitar que o pior aconteça.

Estas configurações existem desde o ano 2 mil antes de Cristo, segundo relatos de Martinho Ganga, director Provincial da Cultura.
Martinho Ganga manifestou-se preocupado com o elevado índice de degradação das figuras rupestres na Estação de Thitundo-Hulo Mulume naquela província, sublinhando que as mesmas correm o risco de desaparecer da lista do património cultural do país, caso não sejam tomadas medidas interventivas ao nível de protecção da área para impedir que tal venha a acontecer.
Para o efeito, solicitou à Direcção Nacional do Património Cultural o envio de técnicos especializados a região para intervir no caso. A Estação de Tchitundo-Hulo divide-se em duas áreas . A primeira é TchitundoHulo Mukai e encontra-se de baixo de uma rocha que dá acesso ao interior da gruta onde se encontram as figuras rupestres.
O segunda é Tchitundo-Hulo Mulume e está localizada no cimo de uma montanha. É a que regista o maior índice de degradação das gravuras, devido aos processos químicos a que a rocha está submetida por se encontrar ao ar livre.  Trata-se de um dos mais belos conjuntos rupestres da Pré-História de Angola e estão localizadas em Capolopopo, a 137 quilómetros a leste da província. “Muitas destas figuras estão a desaparecer devido a exteriorização da rocha, ventos e dos processos químicos que a mesma vai sofrendo. O fenómeno de erosão é muito acentuado no processo de destruição”, disse o director.
De acordo com o responsável, a província do Namibe possui 14 figuras rupestres, destas apenas quatro estão catalogadas. Estas gravuras existem há mais de dois mil anos antes de Cristo e foram feitas pelas populações autóctones do antigo povoamento angolano pré-bantu.
“Estamos preocupados com estas gravuras rupestres de TchitundoHulo porque as gravuras estão postas sobre as rochas em céu aberto, e sofrem directamente a acção erosiva dos ventos e de altas temperaturas”.  O responsável apelou as estruturas centrais com vista a encontrar mecanismos para salvar os exemplares que ainda restam para a sua preservação e protecção, uma vez que têm servido de estudo e têm sido visitados por turistas não só do país como do estrangeiro.
 Entretanto, a Direcção Provincial da Cultura do Namibe tem catalogadas até ao momento 18 estações, incluindo rupestres e arqueológicas. A par disso, existem outras não registadas por se encontrarem localizadas há mais de 300 quilómetros, cujo acesso à área implica o uso obrigatório de meios sofisticados como é o caso de Tchitundo-Hulo e Makama.
Não obstantes esses factores, o director manifestou-se igualmente  preocupado sobretudo, com a frequência de alguns turistas no local, que além das visitas levam material inadequado as investigações nestas estações e que por vezes ousam-se a furtar os objectos encontrados no local.

Namibe e o património edificado

Terra secular, a cidade do Namibe afigura-se sem margens de grandes debates como uma das pérolas do urbanismo e paisagismo no país e ao mesmo tempo em nada fica a dever aos mais belos exemplares em matéria de arte arquitectónica.
Namibe tem um traçado quadricular, a singularidade dos imóveis representativos de uma arquitectura mediterrânica, lhe dá a homogeneidade de estilo. Praças e largos em singelo tornam o núcleo urbano central da cidade num conjunto arquitectónico preciso dos nossos dias que merece ser protegido e preservado.
Não se torna necessário ser um conhecedor especializado da mais antiga das artes para descobrir a beleza de um perfil de construção que conjuga de forma equilibrada, o núcleo urbano com a imponência do deserto e a beleza do seu mar, rico em recursos.
O
grande plano desta grande urbe testemunha sem necessidade de excessos folheados a capacidade do ser humano de criar sociedades culturalmente ricas, mesmo em ambientes diversos, produzindo riqueza material e espiritual.
 
 
 
Gonçalo Pedro

madymilla@hotmail.com


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