[Archport] Metal detecting bill.

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Solidário com a sua preocupação e indignação, Caro Rui Boaventura.

Esta questão tem aqui sido ciclicamente levantada, a propósito de várias matérias. Mas sempre que se tenta aprofundar nas suas raízes e implicações profundas, cai no charco.

Entendo pois colocar algumas questões circunvizinhas relevantes.

Porque razão nos USA haverá tantos detectoristas? O detectorismo é também uma discplina e prática militar. Os USA dispõem de um vastíssimo contingente de militares desmobilizados… Que a sociedade americana não consegue reintegrar. Muitos deles são especialistas na detecção de minas e armadilhas.

No UK também existem muitos.

Em Portugal foram quase todos integrados, ou eram oriundos da PSP ou da GNR. Falo dos militares que fizeram missões no exterior, desde o Kosovo.

Sabemos também que a Sérvia é um dos paraísos que atrai muitos detectoristas. Esses não procuram sítios arqueológicos, procuram despojos de guerra, armas abandonadas nos campos de batalha.

Ora… Em Portugal, existe uma lei que em abstracto interdita a utilização de detectores de metais. Mas todos já constatamos a sua ineficácia. É uma lei inerte. Quer por falta de regulamentação, quer por total ausência de meios de a pôr em prática. E não vale a pena argumentar que o facto de ela existir é dissuasor. Porque os detectoristas conhecem melhor do que ninguém as suas fragilidades… Entendem-me, não?

Mas não gostaria de concluir esta breve reflexão sem este registo.

Os relatos de episódios de detectorismo são bem escassos, quando comparados com outros atentados ‘’legítimos’’ ao património, nomeadamente arqueológico. Para mim, um retroescavadora é um detector metálico.

Múltiplas são as formas de detectorismo. E múltiplas as fontes que alimentam o ‘’looting’’.

Enfim… se começarmos por aqui, talvez consigamos fazer, de uma vez por todas, uma exaustiva avaliação do problema. De que resultem soluções ‘’operacionais’’ sensatas, para abandonarmos o ciclo do carpir sobre a morte cumprida.

Ora… E eu não estou aqui a divulgar segredo algum. Porque razão se insiste em não levar a análise dos problemas até à sua raiz?

Não esquecer, claro, que estamos com uma taxa de desemprego muito elevada. Em crescendo. Os USA também. 

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Manuel de Castro Nunes