[Archport] arqueólogos para Macau

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O Instituto Cultural não adianta uma data precisa, mas assegura que o Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, de Pequim, vai regressar à zona dos antigos prédios do Montepio Geral. Até Junho, os trabalhos devem estar concluídos.



Pedro Galinha



Depois do "sucesso" da primeira fase dos trabalhos, o Instituto Cultural (IC) confirmou ao PONTO FINAL que uma equipa proveniente do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, de Pequim, vai voltar a Macau para retomar as investigações e escavações na Rua D. Belchior Carneiro, junto às Ruínas de São Paulo. O objectivo, revela o organismo, passa por "melhor averiguar e clarificar as condições dos vestígios subterrâneos, conferindo à zona, já rica em significado histórico e cultural, um suporte académico".



Ao que tudo indica, os trabalhos "deverão estar completos na primeira metade de 2012?. No entanto, o IC não adianta uma data concreta para o recomeço das investigações.




Ainda de acordo com o instituto presidido por Guilherme Ung Vai Meng, o regresso dos arqueólogos do Continente vai também servir para "formular o planeamento geral do futuro uso deste espaço histórico". Uma tarefa que será sempre acompanhada, à semelhança das pesquisas de campo, por técnicos do IC.




Após uma análise preliminar, o Instituto Cultural informa que será realizada uma consulta pública com vista a "assegurar que o futuro plano [para a zona] venha conjugar a preservação do valor histórico e cultural com o fomento do desenvolvimento económico".




Na primeira fase dos trabalhos arqueológicos foram recuperadas, no lugar das antigas casas dos funcionários públicos localizadas na Rua D. Belchior Carneiro, algumas "peças de porcelana Kraak, frequentemente exportadas para a Europa e muito apreciadas pela nobreza Europeia, e ainda peças raras, pouco encontradas no Sudeste Asiático, típicas da região dos Países Baixos".




Na demolição de outro edifício - o número 35 da mesma rua - foram igualmente descobertos vestígios de uma antiga parede de chunambo, que se presume ser parte da parede oeste do Colégio de São Paulo.




"Está ainda a analisar-se a área circundante através de métodos electromagnéticos para melhor compreender a distribuição geográfica dos vestígios arqueológicos e para analisar a extensão das muralhas que se pensa envolverem o Colégio de São Paulo, a Fortaleza do Monte e o Pátio do Espinho", revela o IC.




Recorde-se que os planos iniciais do Governo para aquela zona - desocupada depois da demolição dos prédios do Montepio - não eram consensuais. As autoridades pretendiam, após uma primeira fase de escavações arqueológicas, abrir espaço para o parqueamento de autocarros de turismo, uma ideia que não colheu aplausos junto dos moradores.




Já depois de reveladas as descobertas históricas, o Executivo avançou com a possibilidade de "arranjos paisagísticos no local", parte de um projecto "cultural e intelectual" destinado para a zona.




http://pontofinalmacau.wordpress.com/2012/03/07/arqueologos-de-pequim-regressam-a-macau/

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