[Archport] GREVE GERAL, Quinta-Feira, 22 de Março

["Miguel Duarte de Almeida" <amvda@netcabo.pt>]

Bom dia

 

Em primeiro lugar, se este é o lugar para discutir o assunto do sindicato e da greve geral? Pois é evidente que sim. É um fórum a que grande parte dos trabalhadores de Arqueologia tem acesso e, como tal, um bom meio de divulgação das acções laborais (ou quaisquer outras) que respeitem ao meio arqueológico em Portugal, como aliás o nome da lista indica.

 

Por outro lado, se eu estivesse indeciso em relação à minha adesão (ou não) à greve geral, não era esta discussão que me ia ajudar a decidir, já que a maioria dos argumentos, tanto a favor como contra, deixam bastante a desejar.

 

Dito isto, todos sabemos que as centrais sindicais, cá como noutros países, transportam em si vícios, corrupções e falcatruas, sempre mais em benefício próprio e dos “amigos” do que dos trabalhadores que seria suposto defenderem mas, também o sabemos, não há outras estruturas com força para fazerem mais e melhor do que o pouco e mal que as centrais fazem. A referência ao carro do Carvalho da Silva não é mais do que inocência ou falta de argumentos (ou as duas), como inocência é também a crença de que a “meia hora” não foi criada para ganhar um trunfo virtual em sede de “concertação social” (este termo é tão fofo, não é?) que servisse para fazer passar o que na verdade passou. Os sindicatos (no caso a UGT) morderam o isco e a coisa passou.

 

Quanto à “filiação” do Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia na CGTP, pois só pode filiar-se seja no que for quem existe. Essa questão está pois respondida. Quanto à filiação no futuro, a CGTP não é de facto a única opção, a UGT não é a única alternativa e existem até, imagine-se, sindicatos independentes não federados em nenhuma central, com liberdade para apoiar e aderir a acções de uma ou outra, assim estejam de acordo com elas. Essa será uma decisão a tomar pelos arqueólogos que se queiram sindicalizar (sim, porque não é obrigatório, sabiam?), embora já se tenha percebido uma tendência do grupo de formação do sindicato.

 

Concluindo, quanto à liberdade de adesão à greve, só faz greve quem pode dispensar um dia de salário, quem tem trabalho para poder não o fazer e só vai à concentração quem tiver transportes para lá chegar ou quem conhecer o Carvalho da Silva para lhe pedir uma boleia.

 

Uma boa jornada de luta para todos (dentro ou fora do trabalho)

Miguel Duarte de Almeida