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Re: [Archport] Vozes do dono, greve e sindicato.

Subject :   Re: [Archport] Vozes do dono, greve e sindicato.
From :   roger prieto <rogerprieto@gmail.com>
Date :   Fri, 23 Mar 2012 14:02:41 +0000

Se está a comparar as sapatarias de Lisboa com mais de 40 anos, ou seja, o pequeno comercio local com a arqueologia em Portugal; para mim esta discussão pode ficar por aqui.

Atenciosamente

PS. Em relação às opiniões da lista sobre discussões triviais na minha opinião há certas declarações grandiloquentes vazias de conteúdo que não devem ficar sem resposta.


2012/3/23 <mariaa_ines@sapo.pt>

Quem define esse grande objetivo do homem, é, como deve calcular, o próprio homem!

 

Uma das grandes  exigências de mercado é saber o que é que nos faz falta?

Obviamente que não trabalhar não pode ser entendido como um objetivo.

Por exemplo, a Grécia foi o país europeu que mais greve fez, por isso é que está na situação económica que está... aliado a má política europeia e grega..

O desentendimento leva-nos à ruína, dialogar é fundamental.

 

Quanto a sua questão:

Por que TEMOS que nos adaptar nós ao mercado e não o mercado a nós?

Darei o seguinte exemplo:

Algumas sapatarias de Lisboa venderam o mesmo modelo de sapatos ao longo de 40 anos. Acontece que chegaram a um determinado momento em que não tinham clientes e simplesmente fecharam porque não conseguiam vender. Pergunta voçe o que é que se passou aqui?

Foi claramente uma má adaptação ao mercado.

 

Relativamente à sua última frase, vejo que não tem qualquer tipo de fundamento.

A versatilidade não é esclavagismo.

Atenciosamente,

Maria Inês


 

----- Mensagem encaminhada de roger prieto <rogerprieto@gmail.com> -----
   Data: Fri, 23 Mar 2012 10:06:55 +0000
     De: roger prieto <rogerprieto@gmail.com>
Assunto: Re: [Archport] Vozes do dono, greve e sindicato.
   Para: mariaa_ines@sapo.pt
 

Ámen.

Ps.
Quem definiu esse grande "objectivo do Homem"?
Quais são essas "novas exigências"?
Por que TEMOS que nos adaptar nós ao mercado e não o mercado a nós?
Fala no séc. XXI, mas parece que está a propor uma volta ao esclavagismo...

Atenciosamente

 

2012/3/23 <mariaa_ines@sapo.pt>

O grande objetivo do Homem, deve ter como finalidade o estímulo do diálogo sobre os principais problemas do mundo. O trabalho é um direito! E, para tal, devemos saber geri-lo ao longo da nossa vivência humana, sendo certo que há muita gente que ainda não percebeu que estamos no século XXI e que teremos que ser versáteis ao ponto de adquirir o máximo de habilidades técnicas para saber produzir melhor.

Será que os portugueses se têm adaptado às novas exigências de mercado?

É claro que não! Vejamos, por exemplo, os cursos superiores que não estão ajustados às mudanças da nossa economia. Aí, vemos que é necessário refletir, de forma fundamentada, sobre a adequação da nossa oferta formativa às necessidades do mercado de trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Citando marco liberato <marcoliberato@hotmail.com>:

Não deixa de ser significativo que esta discussão se tenha iniciado com um argumento típico de uma família política que, muito embora tenha metamorfoseado o seu discurso para lhe dar um ar de Modernidade, continua fiel à pré-história das leituras sociais.

 

Esgotado o seu período triunfal na Europa, a década de 90 e primeiros anos do novo século - quando o saque generalizado, iniciado por uma merceeira suburbana, dos bens e serviços que deviam ser públicos e a especulação financeiro-imobiliária criaram um ilusório e nado-morto parêntesis de dropping - sacaram novamente dos velhos argumentos que podem ser sintetizados assim: «vivemos no melhor dos mundos e só não singram os preguiçosos». Daí que os cidadãos que expressem legítimas preocupações com as suas condições laborais, não passem de joguetes de comunistas, afins e/ou preguiçosos contumazes.

 

Ficou aqui expressa outra declinação do darwinismo social, ainda que mais pueril:mas sim através da adaptação às novas exigências do mercado. Mas não é isso que fomos fazendo até ao momento, enquanto povo e de forma particularmente “militante” no nosso grupo profissional? Haverá profissionais mais adaptáveis que aqueles que trabalham em Arqueologia?

O resultado está à vista e não tem sido brilhante…de qualquer forma não se poderia esperar mais de alguém que acha que o usufruto - ou a posse - de um automóvel pelo secretário-geral de uma organização que representa trabalhadores do Minho ao Algarve, seja uma manifestação de incongruência e um argumento válido para descredibilizar o movimento sindical! Certamente nunca experimentou fazer uma ligação Torres Novas – Reguengos de Monsaraz utilizando transportes públicos…

 

Até o Henrique - o único aqui mencionado que conheço pessoalmente, salut – presta tributo ao arsenal argumentativo ultra-liberal e quase pede desculpa por trazer uma questão político-sindical para este fórum! Mesmo encarando os objectivos do mesmo como minimalistas, exclusivamente orientado para questões “científicas”, haverá dúvidas que, no momento actual, o principal entrave a uma actividade arqueológica de qualidade, com rigor no registo e preocupada com a divulgação de resultados seja a extrema precariedade de muitos dos profissionais que a asseguram?

 

Basta uma rápida mirada aos índices dos congressos realizados nos últimos anos para se verificar que a equação empresa-com-mínimo-de-estabilidade-dos-seus-quadros = maior-rigor-científico-e-preocupação-com-a-divulgação-de-resultados é uma realidade incontornável.

 

Depois surgiu ainda outro argumento, menos politizado mas amplamente popularizado: a greve não muda nada. Falso. A História está cheia de greves que mudaram o quotidiano das pessoas. O que não muda nada é ficar em casa ou ir trabalhar. Não mostrar a quem nos governa que antes do PIB, do deficit, da “ajuda” externa, das injecções milionárias em bancos falidos, dos salários dourados, dos lucros obscenos, está quem trabalha. Que a “Economia” não nasce de geração espontânea, mas antes assenta no trabalho de milhões de assalariados e de pequenos empresários.

 

Daí que hoje tenha feito greve e no Sábado esteja presente na fundação do Sindicato. As criticas guardo-as para depois, se esta organização não assegurar o único “serviço” a que estará geneticamente obrigada: ajudar-me na defesa dos meus direitos laborais e, por inerência, da minha dignidade.


 


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