[Archport] Mais qualidade nos professores e menos quantidade!
FMI atribui ineficiências na educação ao excesso de professores
Os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) parecem ter a sua
opinião bem definida em relação ao sector da educação. Nos estudos que
acompanham o relatório da sexta avaliação ao programa de ajustamento
português, o sector da educação e os professores voltam a estar no
centro das críticas.
“O principal factor de custos e ineficiências no sector da educação é o
baixo rácio aluno-professor, que reflecte a presença de muitos
professores com diminuição ou ausência de componente lectiva”, lê-se no
estudo.
Antes disto, já os técnicos tinham escrito que as áreas da educação e da
segurança mostram “ineficiências” e “empregam mais pessoas” que os
países pares.
Estas referências chegam depois de na semana passada, no relatório
entregue ao Governo com sugestões para o corte de 4.000 milhões na
despesa do Estado, os técnicos do FMI terem sugerido dispensar entre 30 e
50 mil funcionários (pessoal docente e não docente) na educação,
enviando-os para a mobilidade especial.
Reformas na educação serão positivas.
Ainda neste estudo, os técnicos defendem que “reformas na educação podem
ter um impacto potencialmente grande na eficiência e equidade”. Os
técnicos frisam que apesar de Portugal gastar mais do que a média
europeia com a educação, os resultados apresentados deixam a desejar,
apontando por exemplo “as altas taxas de abandono escolar no ensino
primário e secundário”, os resultados a ciências e matemáticas abaixo da
média, entre outros.
A consolidação orçamental pode ser o gatilho para um objectivo mais estrutural que não apenas as poupanças no curto prazo.
Técnicos do FMI
Mas os técnicos do fundo sediado em Washington inovam nas recomendações,
dizendo que “a consolidação orçamental pode ser o gatilho para um
objectivo mais estrutural que não apenas as poupanças no curto prazo”. E
neste sentido sugerem que a “rede de escolas podia estar mais
racionalizada, dado que as escolas primárias estão a enfrentar uma
quebra na procura (devido à demografia)”.
Por outro lado, prosseguem, “o ensino superior enfrenta uma procura
crescente”. Além disso, consideram que “a educação profissional poderá
ser ainda mais desenvolvida para melhor atender às necessidades do
mercado de trabalho”.
Já o João Dias da Silva disse à agência
Lusa que " é precisa uma gestão racional do sistema educativo".