É realmente
de saudar o rumo que esta troca de impressões tomou, devido ás intervenções bem
documentadas e muito sensatas tanto do Carlos como da Alicia.
Lidas
ambas, só posso concluir que estamos todos de acordo.
Desde
que se abandone o princípio ainda presente, não na nossa na lei mas na
leitura maximalista que dela se faz, que todo o País é uma espécie de
"reserva arqueológica" e desde que se avance na regulamentação da
actividade de detectorista, legalizando-a (sempre fora de sítios arqueológicos
delimitados; com registo prévio de titulares e equipamentos; com obrigação
de informação dos achados; etc.), creio que todos estaremos de acordo e o nosso
património terá muito mais a ganhar do que a perder.
O
equívoco, que os casos americano e inglês citados pelo Carlos põem em evidência,
é considerar-se entre nós e contrariamente a esses exemplos que todo um País
pode constituir uma reserva arqueológica (com a púdica excepção das praias do
litoral, talvez) e, consequentemente, que se deva interditar pura e
simplesmente o uso (ou até a compra) de detectores de metais, como se armas de
guerra se tratassem.
Pessoalmente,
confesso que não vejo qualquer prazer em andar pelos campos com esse tipo de
instrumentos à espera que algo apite; não vejo interesse e considero essa
prática potencialmente destrutiva, logo condenável, que fique claro - mas não em
tal grau que deva ser pura e simplesmente interditada, até porque está mais do
que provado que tal radicalismo produz efeitos contrários ao pretendido. Se me
perguntassem por bom passatempo de passeio pelo campo, em benefício do
património, eu diria andar à procura de muros velhos, meio
escondidos entre as moitas. Mas aqui assalta-me ainda a dúvida de saber se
isso não será também proibido, porque agora se pode pretender que qualquer
passeio ao campo constitui acto de prospecção arqueológica.
É contra
estes radicalismos pueris, totalmente ineficazes e, o que é bem pior,
altamente contraproducentes, que eu me tenho procunciado ao longo de anos e
já décadas, fazendo aliás uma evolução no sentido da moderação (também eu era no
início mais radical na condenação liminar do detectorismo), que me foi
ditada pela experiência da vida e neste caso relatos regulares que me foram
chegando, muitos deles por via da polícia de investigação criminal, que, ela
própria, considerava e considera a legislação nesta área não apenas de quase
impossível aplicação, como totalmente contra-producente.
Só
posso por isso regozijar-me se estas matérias puderem ser tratadas com maior bom
senso.
Luís
Raposo
obs
- quanto aos "tombaroli", faltam-me os dados precisos à mão, mas recordo
perfeitamente trabalhos em que se põe em evidência a importância (aliás,
quantificada) que essa desastrosa actividade teve em décadas passadas na
recomposição dos orçamentos de famílias pobres nas regiões afectadas. Aí, sim,
estamos perante verdadeiros problemas. Tratava-se de casos de polícia, a serem
reprimidos com toda a veemência, mesmo que fossem pessoas simples,
normais, as primeiras a cometer tais crimes. Mal comparado, era assim como
as rotas do volfrâmio e do contrabando em geral, ilegais, mas tolerados no plano
moral pelo povo e objectivamente importantes na recomposição de pobres economias
domésticas. Hoje, mesmo em Itália, esse problema está em grande parte
ultrapassado, pela conjugação de vários factores convergentes: subida do nível
médio de vida das populações, maior consciência patrimonial e sobretudo mais
eficaz actuação nacional e internacional sobre as redes de tráfico de
antiguidades, sobretudo nos segmentos do comércio e da compra final (nenhum
coleccionador, em nenhum país civilizado, pode hoje estar seguro que uma peça
que compre, sem adequada certificação, não lhe possa mais tarde causar
dissabores e a peça ser-lhe retirada).
----- Original Message -----
Sent: Monday, March 04, 2013 7:56
AM
Subject: Re: [Archport] Boas Notícias!
(Pero...)
Buenos días. Es interesante la deriva que ha ido tomado el debate. Me
voy a permitir añadir, a la extensa aproximación del Prof. Fabião, la única
monografía, y muy reciente, que conozco sobre el caso español, del que en este
lado peninsular consideramos el mejor experto nacional sobre los problemas ?y
soluciones? del detectorismo en relación con la
Arqueología: Ignacio Rodríguez Temiño, Indianas
Jones sin futuro. La lucha contra el expolio del patrimonio
arqueológico, edit.
JAS Arqueología, Madrid, 2012. (clicar en "Anexos" para descargarse, si
interesa, una interesante lista documental) Preview del
libro Aquí, en cuatro partes, vídeo de uno de los actos de
presentación. El Dr. Rodríguez Temiño es el actual director
del Conjunto Arqueológico de Carmona (Sevilla), pero antes pasó largos años en
la defensa del patrimonio arqueológico, contra el expolio y su sanción, como
funcionario delegado de la Consejería de Cultura de la Junta de Andalucía, en
la región más castigada de España por este problema del expolio. Tras su larga
experiencia, legal y humana, es optimista, y va más en el sentido del primer
apartado del mensaje de C. Fabião: se puede llegar a tener una colaboración
fructífera con el detectorismo, o al menos con un determinado sector de él,
siempre dentro de los marcos legales y estableciendo unas formas concretas de
relación. Sirva como ejemplo la mesa redonda antes enlazada, en
la que, junto a figuras del Derecho y periodistas, participó también el
presidente de la Asociación Española para la Defensa de la Detección
Metálica, que
desde el año 2007 inició una línea de colaboración (v. in fine)
con las autoridades, en buena parte gracias a los nuevos enfoques de Rodríguez
Temiño. El libro, en cierto modo, es el cierre de esa etapa suya, y de todas
las experiencias que acumuló en ella. Otro aspecto importante y
generalmente poco tratado, como es la problemática legal y metodológica de la
arqueología urbana, fue igualmente estudiado por el mismo autor: I. Rodríguez
Temiño, en Arqueología
urbana en España, Barcelona, 2004 (con prólogo de M. A. Querol). Aquí
uno de sus artículos posteriores sobre el mismo tema: ?Pisar la Historia?
(2006), etc. Espero que esta información sea de utilidad a
los interesados en el tema de la protección patrimonial? que de alguna forma
somos o podemos ser todos. Un saludo cordial, Alicia M.
Canto http://uam.academia.edu/AliciaMCanto
Carlos
Jorge Gonçalves Soares Fabiao <cfabiao@fl.ul.pt> escribió:
>
Pois é, meus amigos, o tema do detectorismo e dos detectores de > metais
volta periodicamente às páginas da Archport e, curiosamente, > quase
sempre trazido pelo mesmo? Tenho por vezes a sensação de que é >
preocupação exclusiva. > > Vamos por partes e com alguma extensão,
aos assuntos que > verdadeiramente interessam. > > 1.
Detectores e detectorismo > > Como já tenho afirmado por diversas
vezes, não tenho nenhuma objecção > de princípio ao uso de detectores de
metais, desde que devidamente > integrados em projecto credível de
investigação, devidamente > autorizado e escrutinado. Um detector de
metais é um artefacto de > prospecção como outro qualquer e o seu uso é
absolutamente lícito e > normal ? em muitos dos programas de prospecção
sistemática > não-invasiva de sítios arqueológicos é usado em associação
e > complementarmente com magnetómetros, geo-radares e outros (por isso
é > que em alguns países as interdições não se limitam aos detectores
de > metal, mas discriminam todos os outros meios de detecção, mas já
lá > vamos?). > Os detectores de metais têm sido usados em
diversas circunstâncias > com óbvios proveitos para a investigação
arqueológica. Recordo, uma > vez mais, o caso dos antigos campos de
batalha, de que o célebre > campo de Little Big Horn foi o mais notável
pioneiro, referência e > exemplo para muitos outros estudos
posteriores. > Também não voltarei ao Projecto Ipsiis, o mais conhecido
e > bem-sucedido projecto de colaboração entre arqueólogos e >
detectoristas que se desenvolveu em Portugal. Aproveito mesmo para >
dizer que este projecto se desenvolveu em área de praias. Como >
arqueólogo, ou seja, como estudioso de Cultura em Contexto não vejo >
nenhum inconveniente em que se usem detectores de metais e se exerça >
livremente esse hobby em todas as praias do país, onde, por > definição,
todos os artefactos historicamente relevantes se > encontrarão já fora
de qualquer contexto primário de deposição (por > isso também, como se
verá, as legislações dos diversos países são > mais permissivas para as
zonas de praia). > Assim, nada tenho contra detectores usados em
projectos arqueológicos > devidamente autorizados e fiscalizados, nada
tenho contra a > colaboração de detectoristas com trabalhos
arqueológicos, desde que > devidamente autorizados e
fiscalizados. > > 2. Legislações e práticas > >
Sinceramente, não tenho nenhum conhecimento das tais práticas de >
outros países que tenham demonstrado a bondade da permissividade para >
com o detectorismo. Pelo contrário, registo um coerente e sistemático >
esforço de legislar e controlar essas práticas, invariavelmente, em >
nome da defesa do interesse público na conservação da memória >
histórica. > Alguns exemplos, absolutamente insuspeitos: Estados Unidos
da América > do Norte, o país da liberdade e da
livre-iniciativa: > > http://www.mdhtalk.org/articles/legal-to-detect/legal-to-detect.htm > >
veja-se o comentário final a este texto publicado num site
de detectoristas: > > ?In Summary - Where is it legal to metal
detect? From this short > article you may draw the conclusion that there
are very few places to > metal detect in the U.S. That is not really the
case. Many county and > city properties are available to metal detect as
well as fresh and > salt water beaches. The only catch is that there are
many local and > state regulations that can cause a beach or a portion
of a beach to > be off limits. The ability to know where it is lawful or
unlawful > falls on the individual detectorist to seek out the
answer. > There is information on the web but it is not comprehensive
and will > not cover all counties, cities and school districts. The
best > approach is to join or establish a metal detecting club and have
a > few of the members become experts on the laws, regulations and
city > ordinances in your area. > You may say to yourself my own
yard is safe to metal detect, well yes > and no. If your property is on
the historical register, is part of an > archaeology site or may have
Native American burial grounds your > property will be off limits to
metal detecting.? > > Os sublinhados são da minha autoria.
Registo, naturalmente, a > autorização genérica nas praias e a limitação
ao exercício do hobby > mesmo em terra própria, quando ali existe um
sítio arqueológico? Para > quem sabe o que vale a propriedade para a
legislação americana, bem > poderá pensar que é uma lei totalitária!...
Bom, não é bem assim, é > somente a consciência devidamente assumida do
património arqueológico > como valor público. Por isso se sublinha, mais
de uma vez, que se > pode ser judicialmente processado se não se
cumprirem as regras. > > E em Espanha?... Uma vez mais, veja-se e
breve resenha recolhida de > novo em site de
detectorismo: > > http://buscadoresdetesoros.net/index.php?option=com_kunena&func=view&catid=10&id=5633&Itemid=176 > >
De novo, as praias livres e, sim leitor, leu bem: são mesmo penas de >
prisão para além das coimas. Por isso não admira que o nosso país > seja
essa maravilhosa terra prometida para os detectoristas espanhóis > e não
creio que eles costumem obter a autorização dos proprietários > para
exercer o seu hobby. > > 3. Sobre os Tombaroli? > >
Sinceramente, não sei bem o que seja o problema dos tombaroli? Ou >
melhor, creio que o seu (deles) problema não é substancialmente >
diferente do problema do ?agarrado? que assalta uma vivenda (ou um >
automóvel) e vende por tuta e meia o produto do saque, porque só >
precisa mesmo de comprar a próxima ?dose?, a alguém que faz depois > bom
dinheiro com o produto do saque nos mercados oficiosos. Mas essa >
situação começou a mudar drasticamente (felizmente) nos últimos anos > e
não vejo nenhuma razão para tanta complacência. Voltando ao caso >
espanhol, a Andaluzia, que era a região com maior incidência desse >
suposto "detectorismo de subsistência" é justamente a região que tem >
legislação específica de interdição. > > Para quem não conhece,
recomendo a leitura do livro do Peter Wilson, > que até já está
traduzido em português: > > Peter Wilson; Cecilia Todeschini
(2006) - The Medici Conspiracy: The > Illicit Journey of Looted
Antiquities, from Italy Tomb Raiders to the > World Greatest
Museums > Peter Watson ; Cecília Todeschini, A Conspiração
Medici > Edição/reimpressão: 2007 > Páginas: 400, Editor:
Quidnovi; ISBN: 9789728998615 > > Bem sei que o título pode
fazer pensar em Dan Brown, mas não é disso > que se trata, mas antes da
fantástica história de uma investigação > persistente e meticulosa da
polícia italiana, desde os tombaroli até > aos grandes tubarões, casas
de leilões, ?beautiful people? e museus > americanos, que desencadeou
uma enorme onda de processos judiciais, > muitos deles já resolvidos,
com a devolução a Itália de muitas > antiguidades saqueadas e
vendidas. > > Para quem quiser um aperitivo, aqui
vai: > > "The story begins, as stories do in all good thrillers,
with a > botched robbery and a police chase. Eight Apuleian vases of
the > fourth century B.C. are discovered in the swimming pool of
a > German-based art smuggler. More valuable than the recovery of
the > vases, however, is the discovery of the smuggler's card
index > detailing his deals and dealers. It reveals the existence of a
web of > tombaroli?tomb raiders? who steal classical artifacts, and a
network > of dealers and smugglers who spirit them out of Italy and into
the > hands of wealthy collectors and museums. Peter Watson, a
former > investigative journalist for the London Sunday Times and author
of > two previous exposés of art world scandals, names the key figures
in > this network that has depleted Europe's classical artifacts.
Among > the loot are the irreplaceable and highly collectable vases
of > Euphronius, the equivalent in their field of the sculpture of
Bernini > or the painting of Michelangelo. The narrative leads to the
doors of > some major institutions: Sothebys, the Getty Museum in L.A.,
the > Museum of Fine Arts in Boston, and the Metropolitan Museum of Art
in > New York among them. Filled with great characters and human
drama, > The Medici Conspiracy authoritatively exposes another shameful
round > in one of the oldest games in the world: theft, smuggling
and > duplicitous dealing, all in the name of art.? > >
Vendo a última revisão do Código de Ética para os Museus (do ICOM), >
aprovada em Seul, em 2006, parece-me clara a existência de um claro >
reflexo destes temas, particularmente os artigos 2.2. a 2.4. Não vejo >
como este articulado possa ter alguma espécie de tolerância para com >
as práticas de recolha não autorizada de artefactos
arqueológicos. > > 4. E a Inglaterra, a livre Albion, paraíso do
detectorismo? > > Bom, para começar, o tema do detectorismo livre
não é tão consensual > como por vezes se faz crer. Mas, somente a título
de exemplo, aqui > vos deixo notícias de dois espectaculares achados
recentes, > provavelmente dos mais importantes da época romana
documentados nos > últimos anos: > > http://www.dailymail.co.uk/news/article-2218640/Novice-treasure-hunter-bought-basic-metal-detector-40-Roman-coins-worth-100-000.html > > http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2170706/Silver-gold-discovered-experts-record-10million-Jersey-coin-hoard.html > >
O que há de comum nas duas notícias?... A sinalização dos achados às >
autoridades competentes e a recuperação dos tesouros feita por >
arqueólogos. Em qualquer dos casos, a não divulgação dos lugares de >
achado, para evitar outras intervenções não controladas de >
detectoristas. > É certo, os achadores (e os proprietários dos terrenos)
são > remunerados ou podem mesmo ficar com os achados. > Uma vez
mais, como arqueólogo, não tenho nada contra. Uma vez > registado o
achado e devidamente controladas as condições de jazida, > registados e
documentados os materiais poderão perfeitamente ficar na > posse de
outrem. Cumprida ficou a sua função científica. > Pessoalmente, não sou
fetichista, nem colecionador, a minha relação > com os artefactos
termina no momento em que termina o seu estudo. > > Volto a
escrever o que já aqui escrevi: quando os detectoristas se >
apresentarem junto das autoridades competentes reportando lugares de >
achado e achados, a minha opinião sobre as suas práticas e a sua > ética
mudará por completo. Por exemplo, recentemente, tive > conhecimento de
um detectorista que ofereceu a sua colecção ao Museu > de Vila Franca de
Xira e outros que disponibilizaram alguns materiais > recolhidos em
sítios arqueológicos devidamente identificados para uma >
exposição. > > Espero que sejam indícios de que algo está a
mudar. > > E, já agora, aproveitava para lançar um repto urbi et
orbi, porque > não realizar um fórum / encontro de detectoristas e
arqueólogos, onde > os primeiros mostrem aos segundos os seus achados,
informando sobre > lugares de recolha e contextos. Em troca, os
arqueólogos poderão > esclarecer os detectoristas sobre a relevância e
significado dos seus > achados. O lugar de encontro poderia ser, por
exemplo, o Museu > Nacional de Arqueologia (tal como o Bristish é o
habitual lugar de > apresentação e registo das antiguidades encontradas
no Reino-Unido. > > Como diria o Bogart, poderia ser o princípio
de uma bela amizade, não acham? > > > Carlos
Fabião > > >
________________________________________ > De: archport-bounces@ci.uc.pt[archport-bounces@ci.uc.pt] Em Nome
De > 3raposos@sapo.pt[3raposos@sapo.pt] > Enviado: sábado,
2 de Março de 2013 19:31 > Para: archport > Assunto: Re:
[Archport] Boas Notícias! (Pero...) > > Ciclicamente, regressamos
ao tema dos detectores de metais, do qual > creio já estar tudo dito,
embora nada feito. Até apetece lembrar > Almada: ?Todas as palavras
sobre a salvação do mundo já foram ditas? > agora resta
salvá-lo!? > Concordo que é necessário, aqui e agora, existirem alguns
casos > punidos exemplarmente, para que a lei não seja meramente
decorativa. > Mas ilude-se quem pense que o fundo desta matéria pode
resolver-se com > recurso à doutrina salazarista dos ?safanões a tempo?.
Nunca em parte > alguma a defesa do património conseguiu obter êxito
duradouro quando > se pretendeu basear apenas em acção repressiva. Foi
já assim depois do > decreto régio de 1721, quando se ameaçava tratar os
delapidadores do > património com as penas aplicadas aos fundidores de
moeda (no mínimo, > o corte das mãos; no máximo, a pena de morte) ?
situação que aliás > persiste hoje em diversos países, sobretudo
islâmicos, sem qualquer > sucesso (é bem sabido que a subida de parada
nas penas, maxime a pena > de morte, nunca conseguem alcançar no longo
prazo o efeito dissuasor > que pretendem). > A grande, a única
solução para esta magna questão é da consciência > cívica de pertença.
Ora, se é verdade que em Portugal não vivemos no > passado e continuamos
a não viver hoje a situação mais complexa de > outros países, inclusive
europeus, onde o saque de antiguidades para > combate à miséria não é
sequer objecto de grande recriminação social > (lembremo-nos do drama
dos ?tombaroli (?, por exemplo), a verdade é > também, não vejo que haja
grande aversão ao detectorismo ? se > houvesse, seriam os povos das
aldeias os primeiros a combatê-lo. > Sendo assim, por questões práticas,
atenta a realidade portuguesa e > estudada a de outros países, eu sempre
entendi, e continuo a entender, > que a lei deveria ser muito mais
subtil no tratamento destas matérias, > procurando fazer a ruptura não
entre os arqueólogos de um lado e todos > os detectoristas do outro, mas
entre os amantes do património de um > lado (os arqueólogos, por certo,
mas também parte dos detectoristas, > os que se dispusessem a
registar-se e cumprir códigos de conduta > impostos legalmente) e os
saqueadores do outro (parte dos > detectoristas e certamente todos
mandantes do comércio ilegal de > antiguidades e mesmos os seus
recipiendários, normalmente > coleccionadores, pessoas de sociedade
?acima de tosa a suspeita?). > Se nada disto for feito, a doutrina das
?punições exemplares na praça > pública?, tão velha quanto tão ineficaz,
não nos garantirá mais do que > de vitórias pírricas, provocando
delapidações muito maiores dos que a > que circunstancialmente possa
acautelar. > Luís Raposo > > > > Quoting Carlos
Jorge Gonçalves Soares Fabiao <cfabiao@fl.ul.pt>: > >>
Como se dizia num conhecido anúncio comercial de bebidas, a
garrafa >> está meio cheia, para alguns, e meio vazia, para os
outros. >> >> Tem razão Alicia Canto por lamentar que só
agora a rede tenha sido >> desmontada, quando podia e devia tê-lo
sido há vários anos atrás (a >> garrafa meio vazia), mas tem de
perceber o ponto de vista (meu) de >> quem vê há anos sem fim os
sítios arqueológicos portugueses serem >> saqueados sem que nenhuma
rede seja apanhada e menos ainda >>
desmantelada... >> >> Também não tenho grandes dúvidas de
que não há prevenção possível >> contra estes crimes. Não se pode
(nem o desejo) ter um polícia >> escondido atrás de cada azinheira,
por isso creio verdadeiramente >> que só a exemplar repressão de
alguns pode contribuir para dissuadir >> outros, como aliás em tantas
outras situações. Só criando a real >> consciência do risco de
punição pode funcionar como elemento >> dissuasor, o sentimento de
impunidade dominante é o mais poderoso >> estímulo, devidamente
apimentado pela crise económica e altas taxas >> de
desemprego... >> >> Saudações >> >> Carlos
Fabião >> >> ________________________________ >>
De: archport-bounces@ci.uc.pt[archport-bounces@ci.uc.pt] Em Nome
De >> alicia.canto@uam.es[alicia.canto@uam.es] >>
Enviado: sábado, 2 de Março de 2013 10:40 >> Para: archport@ci.uc.pt >> Assunto: Re:
[Archport] Boas Notícias! (Pero...) >> >> >> Sí, es
buena noticia, pero tardía y habiéndose dejado escapar >> durante
años las piezas de más valor, ya que este expoliador lleva >> más de
15 años "actuando" sin problemas. Es más, como leemos en >> Terrae
Antiqvae, en esta otra noticia sobre lo >> mismo<http://terraeantiqvae.com/group/patrimonioarqueolgico/forum/topics/la-guardia-civil-recupera-mas-de-4-000-piezas-arqueologicas-del-p#.UTHVXTdsv1E> (de
El País >> de >> ayer): >> >> "La
operación se inició cuando la Fiscalía de Medio Ambiente y >>
Urbanismo, que ha dirigido la operación, tuvo conocimiento de que
se >> iba a realizar una subasta en Alemania de unos cascos que
podían >> haber salido de España de forma ilegal. En 2008, cuando se
puso a la >> venta la enorme colección del magnate alemán de la
construcción, >> Axel Guttmann, el museo
Römisch-Germanisches-Zentralmuseum (RGZM) >> denunció que entre los
objetos había piezas procedentes de España >> exportadas ilegalmente,
entre ellas el conjunto de cascos, además de >> espadas, puñales y
lanzas. La fiscalía de Múnich retuvo las piezas y >> solicitó al
Gobierno español que reclamara su legítima propiedad en >> tres
meses. No hubo respuesta. Después, en 2009 y 2010 se volvieron >> a
subastar otros cascos, una venta que, de nuevo, denunció el RGZM, >>
sin que tuviera ninguna consecuencia, por los que los cascos
pasaron >> a manos de un museo francés y varios colecci onistas
españoles. El >> pasado 25 de octubre Christie?s de Londres vendió un
nuevo lote, >> formado por tres cascos más, que alcanzaron un precio
final de >> 90.000 euros. Nadie lo impidió." >> >>
Si esto es así, como parece, yo como española me avergüenzo. Las >>
actuales capturas se deben al interés de un fiscal, y al de la >>
Guardia Civil. Pero quienes desde los poderes públicos más debían >>
velar por el Patrimonio tuvieron ocasión al menos desde 2008, y ni >>
siquiera contestaron a los ofrecimientos alemanes para parar las >>
subastas... Saludos. >> >> >> Carlos Jorge
Gonçalves Soares Fabiao >> <cfabiao@fl.ul.pt<mailto:cfabiao@fl.ul.pt>>escribió: >> >>>
Continuo com esperança de um dia poder ler um artigo deste teor
num >>> jornal português, com personagens
nacionais: >>> >>> http://www.elmundo.es/elmundo/2013/03/01/cultura/1362136111.html >>> >>>
Votos de um bom fim de semana >>> >>> carlos
fabião >>>
_______________________________________________ >>> Archport
mailing list >>> Archport@ci.uc.pt<mailto:Archport@ci.uc.pt> >>> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport >> >>
_______________________________________________ >> Archport mailing
list >> Archport@ci.uc.pt >> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport > > >
_______________________________________________ > Archport mailing
list > Archport@ci.uc.pt >
http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport >
_______________________________________________ > Archport mailing
list > Archport@ci.uc.pt >
http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport
VÃnculos: --------- [1]
http://www.jasarqueologia.es/editorial/libros/indexianas.html [2]
http://jasarqueologia.blogspot.com.es/ [3] http://www.jasarqueologia.es/editorial/preview/22011.pdf
|