Olá! Perdoar-me-á,
amiga(o), se uso o adjectivo ‘necessário’, como preâmbulo à
divulgação de mais uma carta, das que costumo receber de Manuel Castro Nunes (sexagenário
como eu, mas um tudo-nada mais novo), quando a administração das listas procede
à obrigatoriedade de ‘moderação’ das suas mensagens. Perdoar-me-á também
se vou ser um pouco mais longo do que é habitual. E é esclarecimento necessário porquê? Porque, em
princípio e como é natural, todas as mensagens só poderão ser divulgadas se
a administração der autorização para tal. Sublinhei a expressão «como é
natural», porque é isso o que acontece em todas as publicações (em papel e em
formato digital): aos órgãos responsáveis pela publicação compete autorizar, ou
não, a publicação do artigo (ou mensagem) que lhe é enviado(a), reservando-se, inclusive,
o direito de nem sequer responder ou dar uma justificação para essa atitude. Isso
é o que acontece normalmente, inclusive nos blogues, onde os comentários só são
publicados depois de autorizados pelo ‘proprietário’ do blogue e,
ao submeter o comentário a aprovação, há inclusive a necessidade de se sujeitar
a um pequeno teste, a fim de o sistema verificar se não é um robô que está a
escrever. Portanto, as listas archport,
museum e histport detêm uma administração a
quem compete zelar pelo cumprimento dessa obrigatoriedade. É, pois, normal –
e não excepção – a submissão à moderação. Não se trata de «censura
prévia» - de má memória, e eu, jornalista sexagenário, sei bem do que estou a escrever
- mas de uma obrigação perante o universo
dos leitores. Sublinhei obrigação, perdoar-me-á,
para que o raciocínio fique bem claro. Sucedeu, porém, que o número de membros de cada uma das listas
cresceu exponencialmente, a demonstrar a oportunidade da sua criação. Apresentamos,
neste momento, as seguintes estatísticas: - archport:
2144 membros e 16 275 mensagens em arquivo; - museum:
879 membros e 9606 mensagens; - histport:
614 membros e 6681 mensagens. Perante a grande adesão que se registou, fácil foi compreender que se
tornava por completo impossível às Administrações, mesmo que fossem constituídas
por mais de uma dezena de membros, dar vazão à leitura, ainda que ‘em
diagonal’, das constantes mensagens que lhes chegavam. E houve duas reflexões
que de imediato se fizeram: 1)
A ‘moderação’, por mais rápida que pudesse ser (vamos
supor que os administradores não tinham ‘outras vidas’…),
acabaria por poder interferir com a urgência de boa parte das mensagens e os
prazos a que normalmente se prendiam, mormente para noticiar iniciativas; 2)
O público inscrito nas listas detinha – e disso não tínhamos
dúvidas (e não temos!) – a maturidade suficiente para se aperceber
das regras éticas a que listas com estas características deveriam obedecer. (Saliente-se
que, mesmo no facebook, embora aparentemente lá se possa escrever
tudo, há mecanismos de controlo). Perante estas duas considerações, optaram as administrações das três
listas por deixar ‘canal aberto’ a todos os membros, para que –
também sem prejuízo das suas vidas pessoais e do seu tempo (perdoe-se-nos o
egoísmo…) – as listas cumprirem de per si e sem a sua intervenção
os objectivos a que se haviam proposto. Portanto: pareceu-nos oportuno que a excepção pudesse ser a
regra! E assim tem acontecido, de modo que só excepcionalmente, cumprindo
o nosso dever (e não usando do nosso direito, entenda-se!), temos recorrido
ao uso da moderação. (Permita-se-me que aproveite a oportunidade para esclarecer que, mesmo
assim, ocupo diariamente largos minutos a devolver mensagens de membros das
listas que, passados estes anos todos, ainda se não deram ao trabalho de
verificar que as únicas duas regras das mensagens é não excederem 2 MB e não
conterem destinatários ocultos – e essa informação lhes é dada sempre que
a devolução ocorre). No voto de que esteja a passar um bom fim-de-semana, e solicitando-lhe
o favor de que, sempre que algo lhe pareça importante comunicar-nos, não tenha receio
de o fazer (se preferir, para o meu endereço pessoal, porque de todos sou quem
está, mesmo assim, mais disponível para responder sem grandes delongas), aqui o
deixo com a reprodução da mensagem ipsis
verbis que Manuel de Castro Nunes houve por bem enviar-me. Mui cordialmente José d’Encarnação (na qualidade de membro da administração das listas archport, museum e histport) De: Manuel Castro Nunes
[mailto:arteminvenite@gmail.com] Caro Professor José d’Encarnação. Vai perdoar-me iniciar esta por ter que
lhe dizer que tenho sessenta e três anos e não sou um mendecapto. Foi a discussão a que se refere, ao que
parece, iniciada por uma intervenção que editei na lista com o título
‘’Eu sou hostoriador!’’. A intervenção foi editada nas listas
Histport e Museum, porque se destinava, como é óbvio pelo título, à lista
Histport, embora se destinasse também à lista Archport, onde foi censurada. Tenho que lhe dizer que eu faço parte
também dos seiscentos e doze membros da lista e, quando não concordo com o
conteúdo de uma intervenção, argumento com o que tenho a alegar contestando o
seu conteúdo. Nunca aleguei estar a ser incomodado pelos conteúdos de uma
intervenção para calar o seu autor. Devo dizer-lhe que muito gostava que o
conteúdo da minha intervenção ‘’Eu sou historiador!’’
fosse contestado. Nomeadamente por arqueólogos. Seria para mim grato não ter
razão. Tem o Caro Amigo um poderoso meio de
expressão nas mãos. Dispõe também do poder discricionário de poder autorizar a
expressão de alguns cortando a de outros, mesmo que sejam citados e sintam o
imperativo de consciência de responder. Isso confere-lhe um grande poder mas
também uma enorme responsabilidade. Não vou aqui fazer o recenseamento de
episódios passados em que já tive que tolerar que esse poder fosse usado para
me reduzir ao silêncio. Nem das intervenções que vão passando nas três listas e
são o retrato da mediocridade de grande parte dos intervenientes, de tal forma
é desqualificado o seu conteúdo. Mas sugiro-lhe que, neste caso específico,
o Caro Amigo pondere bem sobre a sequência das intervenções, porque ela é só
por si uma evidência. Reitero, até que o contestem com válidos
argumentos, o conteúdo da minha intervenção ‘’Eu sou historiador!’’.
E gostaria de o ver contestado sobretudo por arqueólogos, reiterando também,
todavia, que sou historiador. Pode o Caro Amigo retirar-me nesta lista o
direito de expressão. Mas todos vão entender, mesmo que hipocritamente o não publiquem,
que foi usado contra mim um poder discricionário que terá que concordar comigo
que não é legítimo. Mais tarde ou mais cedo, Caro Amigo, estou
disso convicto, dar-me-á razão. Quanto ao resto, reitero-lhe a minha
estima. Porque compreendo as pressões que lhe carregam sobre as costas. Manuel.
............................................ Prof. Doutor José d'Encarnação R. Eça de Queirós, 89 PAMPILHEIRA P - 2750-662 CASCAIS Tel. (+351) 214 866 409 |
Mensagem anterior por data: [Archport] Doutoramento em História na Universidade Aberta | Próxima mensagem por data: [Archport] Centro de Arqueologia de Lisboa inaugura no dia 3 |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] O Museu Nacional de Arqueologia em notícia | Próxima mensagem por assunto: [Archport] O nome de Santarém. |