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[Archport] O necessário esclarecimento

To :   "museum" <museum@ci.uc.pt>, "histport" <histport@ml.ci.uc.pt>, "archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] O necessário esclarecimento
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sat, 25 May 2013 19:08:15 +0100

         Olá!

 

         Perdoar-me-á, amiga(o), se uso o adjectivo ‘necessário’, como preâmbulo à divulgação de mais uma carta, das que costumo receber de Manuel Castro Nunes (sexagenário como eu, mas um tudo-nada mais novo), quando a administração das listas procede à obrigatoriedade de ‘moderação’ das suas mensagens. Perdoar-me-á também se vou ser um pouco mais longo do que é habitual.

         E é esclarecimento necessário porquê? Porque, em princípio e como é natural, todas as mensagens só poderão ser divulgadas se a administração der autorização para tal. Sublinhei a expressão «como é natural», porque é isso o que acontece em todas as publicações (em papel e em formato digital): aos órgãos responsáveis pela publicação compete autorizar, ou não, a publicação do artigo (ou mensagem) que lhe é enviado(a), reservando-se, inclusive, o direito de nem sequer responder ou dar uma justificação para essa atitude. Isso é o que acontece normalmente, inclusive nos blogues, onde os comentários só são publicados depois de autorizados pelo ‘proprietário’ do blogue e, ao submeter o comentário a aprovação, há inclusive a necessidade de se sujeitar a um pequeno teste, a fim de o sistema verificar se não é um robô que está a escrever.

Portanto, as listas archport, museum e histport detêm uma administração a quem compete zelar pelo cumprimento dessa obrigatoriedade. É, pois, normal – e não excepção – a submissão à moderação. Não se trata de «censura prévia» - de má memória, e eu, jornalista sexagenário, sei bem do que estou a escrever - mas de uma obrigação perante o universo dos leitores. Sublinhei obrigação, perdoar-me-á, para que o raciocínio fique bem claro.

Sucedeu, porém, que o número de membros de cada uma das listas cresceu exponencialmente, a demonstrar a oportunidade da sua criação. Apresentamos, neste momento, as seguintes estatísticas:

- archport: 2144 membros e 16 275 mensagens em arquivo;

- museum: 879 membros e 9606 mensagens;

- histport: 614 membros e 6681 mensagens.

Perante a grande adesão que se registou, fácil foi compreender que se tornava por completo impossível às Administrações, mesmo que fossem constituídas por mais de uma dezena de membros, dar vazão à leitura, ainda que ‘em diagonal’, das constantes mensagens que lhes chegavam. E houve duas reflexões que de imediato se fizeram:

1)                          A ‘moderação’, por mais rápida que pudesse ser (vamos supor que os administradores não tinham ‘outras vidas’…), acabaria por poder interferir com a urgência de boa parte das mensagens e os prazos a que normalmente se prendiam, mormente para noticiar iniciativas;

2)                          O público inscrito nas listas detinha – e disso não tínhamos dúvidas (e não temos!) – a maturidade suficiente para se aperceber das regras éticas a que listas com estas características deveriam obedecer. (Saliente-se que, mesmo no facebook, embora aparentemente lá se possa escrever tudo, há mecanismos de controlo).

Perante estas duas considerações, optaram as administrações das três listas por deixar ‘canal aberto’ a todos os membros, para que – também sem prejuízo das suas vidas pessoais e do seu tempo (perdoe-se-nos o egoísmo…) – as listas cumprirem de per si e sem a sua intervenção os objectivos a que se haviam proposto.

Portanto: pareceu-nos oportuno que a excepção pudesse ser a regra! E assim tem acontecido, de modo que só excepcionalmente, cumprindo o nosso dever (e não usando do nosso direito, entenda-se!), temos recorrido ao uso da moderação.

(Permita-se-me que aproveite a oportunidade para esclarecer que, mesmo assim, ocupo diariamente largos minutos a devolver mensagens de membros das listas que, passados estes anos todos, ainda se não deram ao trabalho de verificar que as únicas duas regras das mensagens é não excederem 2 MB e não conterem destinatários ocultos – e essa informação lhes é dada sempre que a devolução ocorre).

No voto de que esteja a passar um bom fim-de-semana, e solicitando-lhe o favor de que, sempre que algo lhe pareça importante comunicar-nos, não tenha receio de o fazer (se preferir, para o meu endereço pessoal, porque de todos sou quem está, mesmo assim, mais disponível para responder sem grandes delongas), aqui o deixo com a reprodução da mensagem ipsis verbis que Manuel de Castro Nunes houve por bem enviar-me.

Mui cordialmente

 

                                                                                     José d’Encarnação

                                                                  (na qualidade de membro da administração das listas archport, museum e histport)

 

 


De: Manuel Castro Nunes [mailto:arteminvenite@gmail.com]
Enviada em: sexta-feira, 24 de Maio de 2013 00:57
Para: José d'Encarnação
Assunto: Discussão.

 

Caro Professor José d’Encarnação.

Vai perdoar-me iniciar esta por ter que lhe dizer que tenho sessenta e três anos e não sou um mendecapto.

Foi a discussão a que se refere, ao que parece, iniciada por uma intervenção que editei na lista com o título ‘’Eu sou hostoriador!’’.

A intervenção foi editada nas listas Histport e Museum, porque se destinava, como é óbvio pelo título, à lista Histport, embora se destinasse também à lista Archport, onde foi censurada.

Tenho que lhe dizer que eu faço parte também dos seiscentos e doze membros da lista e, quando não concordo com o conteúdo de uma intervenção, argumento com o que tenho a alegar contestando o seu conteúdo. Nunca aleguei estar a ser incomodado pelos conteúdos de uma intervenção para calar o seu autor.

Devo dizer-lhe que muito gostava que o conteúdo da minha intervenção ‘’Eu sou historiador!’’ fosse contestado. Nomeadamente por arqueólogos. Seria para mim grato não ter razão.

Tem o Caro Amigo um poderoso meio de expressão nas mãos. Dispõe também do poder discricionário de poder autorizar a expressão de alguns cortando a de outros, mesmo que sejam citados e sintam o imperativo de consciência de responder.

Isso confere-lhe um grande poder mas também uma enorme responsabilidade.

Não vou aqui fazer o recenseamento de episódios passados em que já tive que tolerar que esse poder fosse usado para me reduzir ao silêncio. Nem das intervenções que vão passando nas três listas e são o retrato da mediocridade de grande parte dos intervenientes, de tal forma é desqualificado o seu conteúdo.

Mas sugiro-lhe que, neste caso específico, o Caro Amigo pondere bem sobre a sequência das intervenções, porque ela é só por si uma evidência.

Reitero, até que o contestem com válidos argumentos, o conteúdo da minha intervenção ‘’Eu sou historiador!’’. E gostaria de o ver contestado sobretudo por arqueólogos, reiterando também, todavia, que sou historiador.

Pode o Caro Amigo retirar-me nesta lista o direito de expressão. Mas todos vão entender, mesmo que hipocritamente o não publiquem, que foi usado contra mim um poder discricionário que terá que concordar comigo que não é legítimo.

Mais tarde ou mais cedo, Caro Amigo, estou disso convicto, dar-me-á razão.

Quanto ao resto, reitero-lhe a minha estima. Porque compreendo as pressões que lhe carregam sobre as costas.

Manuel.



--
Manuel de Castro Nunes

 

 

 

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Prof. Doutor José d'Encarnação

R. Eça de Queirós, 89

PAMPILHEIRA

P - 2750-662 CASCAIS

Tel. (+351) 214 866 409

 








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