Pedindo desculpa pelas interrogações
despropositadas, resultantes de algum estanho efeito de formatação, reenvio o
meu texto.
LR
Deparei-me
já, por mais de uma vez, com o argumentário da Catarina Valença Gonçalves, que
estimo e por quem tenho mesmo admiração, pelo dinamismo e actividade realizada.
Encontrámo-nos ao vivo (por ex: Debate para que me convidou no Centro Comercial
das Amoreiras) ou por escrito (por ex: texto que entendi escrever e publicou na
Patrimonio.pt.; cf: http://patrimonio.pt/index.php/com-credenciais/404-interesse-publico-e-actividades-comerciais-em-monumentos-e-museus). Estou
certo que nos voltaremos a encontrar no futuro, porque me dá gosto o debate
quando admiro as pessoas, mesmo que delas discorde e sobretudo se a discordância
for de raiz ideológica, terreno superior em que melhor nos podemos apreciarmos
uns aos outros. Ora,
eu discordo de facto frontalmente da ideologia liberal defendida pela Catarina.
Mas não apenas porque sim. Neste caso sobretudo porque não, ou seja, porque não
julgo que a mesma seja realmente para levar a sério no domínio
patrimonial. Para
abreviar considerações, diria que acho curiosa a obsessão de muito dos nossos
?empreendedores?, com família ou amigos influentes (colocados estes
habitualmente ou empresas de grande dimensão, onde alguns milhares são sempre
"peanuts", ou em bancos onde a espaços maiores ou menores acabam quase sempre
por ser os contribuintes quem acorre às falências), ou seja, empresários sem
capital próprio ou colocando-o a bom recato (ao contrário do merceeiro ou do
mecânico de bairro, que usam o pouco que têm e com isso arriscam as suas vias e
a das suas famílias), repito acho curiosa a obsessão em omitir que a principal
finalidade de qualquer empresa é muito naturalmente gerar proveitos accionistas,
aquilo a que normalmente se chama lucro (e ainda bem que assim é; não tenho
qualquer reserva moralista quanto a esse facto), sendo por outro lado
altissonantes em afirmarem que visam o interesse do cliente, contrariamente aos
serviços públicos, que se visariam manter-se a eles
próprios. Deixando
tudo o resto, que é muito, por mim os empresários do património centrados na
satisfação do cliente deveriam ser chamados a indicar: a)
quantos e quais os monumentos classificados ou os museus públicos aceitariam
gerir autonomamente, se lhe fossem entregues pelo Estado. Chegariam a ser 10% da
totalidade ? b)
quais os fundos próprios que admitiram envolver no negócio e quais as margens de
lucro que estariam dispostos a praticar; se, por exemplo, estariam
dispostos a entregar ao Estado, digamos que pelo menos 2/3 das receitas líquidas
geradas nos monumentos ou museus que quisessem gerir (reservando-se para si
mesmos apenas 1/3 das mesmas, a título de remuneração do capital investido); e,
em caso de prejuízo, se estariam dispostos a arcar com o mesmo e dentro de que
limites contratuais.
Em
face destes dados, então, sim, estaria aberta uma via séria para considerar que
a entrega a privados poderá ser uma via alternativa de política patrimonial
pública. Até
lá. ?paroles, paroles? (e talvez, mais realisticamente, ?money, money,
Money?)´ Luís
Raposo ----- Original Message -----
From: 3raposos@sapo.pt
To: archport
Sent: Monday, January 27, 2014 1:25 PM
Subject: Re: [Archport] Editorial - A liberalização da gestão
patrimonial Deparei-me já, por mais
de uma vez, com o argumentário da Catarina Valença Gonçalves, que estimo e por
quem tenho mesmo admiração, pelo dinamismo e actividade realizada.
Encontrámo-nos ao vivo (por ex: Debate para que me convidou no Centro Comercial
das Amoreiras) ou por escrito (por ex: texto que entendi escrever e publicou na
Patrimonio.pt.; cf: http://patrimonio.pt/index.php/com-credenciais/404-interesse-publico-e-actividades-comerciais-em-monumentos-e-museus).
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