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[Archport] A peça do mês de Junho - A Máscara de Dembo (Angola) - Apresentada pela Dra. Manuela Cantinho

Subject :   [Archport] A peça do mês de Junho - A Máscara de Dembo (Angola) - Apresentada pela Dra. Manuela Cantinho
From :   Maria Albuquerque <malbuquerque@mnarqueologia.dgpc.pt>
Date :   Thu, 19 Jun 2014 13:03:26 +0100

 

A PEÇA DO MÊS

 

O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) possui um acervo de muitos milhares, na verdade centenas de milhares, de objectos. Provêm eles de intervenções arqueológicas programadas ou de achados fortuitos, tendo sido incorporados por iniciativa do próprio Museu ou por depósito ou por doação de investigadores e coleccionadores.

Todos os períodos cronológicos e culturais, e também todos os tipos de peças, desde a mais remota Pré-História até épocas recentes, neste caso com relevo para as peças etnográficas, estão representados no MNA. Às colecções portuguesas acrescentam-se as estrangeiras, igualmente de períodos e regiões muito diversificadas.

O MNA é ainda o museu português que possui no seu acervo a maior quantidade de peças classificadas como “tesouros nacionais”.

Existe, pois, sempre motivo de descoberta nas colecções do Museu Nacional de Arqueologia e é esse o sentido da evocação que fazemos, em cada mês que passa.

 

 

 

A PEÇA DO MÊS COMENTADA

 

Máscara Dembo (Angola) Nº E 6 882

 

A apresentar por Manuela Cantinho , em 21 de Junho de 2014 às 15h

 

 

Máscara Dembo2_O núcleo africano de âmbito etnográfico do MNA, embora modesto em termos quantitativos, integra alguns objectos de extrema importância antropológica.

A chamada “região dos Dembos”, situada entre os rios Dande (Danje) e Bengo (Nzenza), sofreu ao longo dos séculos uma evidente influência económica, política e cultural do Reino do Congo. Influência identitária que se projectou necessariamente na sua cultura material. Alguns Dembos (chefes) reclamavam a sua ascendência neste reino, prestando-lhe “vassalagem” durante longos períodos.

Portugal manteve com vários dembados (chefaturas), que constituíam e controlavam esta vasta região a norte de Luanda, relações por vezes bastante tensas. Foi precisamente durante uma campanha militar portuguesa ao dembado de Cacula Cahenda (1913) que a máscara Dembo do MNA foi recolhida. De salientar que na mesma acção punitiva os militares apreenderam outros objectos, que viriam a ser oferecidos ao Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa.

A escassa literatura que existe sobre a etnografia dos Dembos das primeiras décadas do séc. XX refere a existência de máscaras faciais de madeira pintada, utilizadas pelos adivinhos-curandeiros. Cerca de sessenta anos depois, no âmbito dos levantamentos etnográficos realizados na região, já só foi possível obter meros testemunhos orais sobre estes objectos.

Neste sentido, entre as diferentes tipologias de máscaras utilizadas pelos Dembos, esta será aquela que mais curiosidade suscita dada a sua raridade. Circunstância que nos permite atribuir ao exemplar do MNA um interesse reforçado.

 

 

 

Museu Nacional de Arqueologia – Salão Nobre. Entrada Livre

 




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