“Cardeal-patriarca de Lisboa está “preocupado” com segurança nos claustros da Sé” (Público, 11 de Janeiro de 2022).
E com razão, pois…
“Relatório do LNEC (…) alerta para riscos sísmicos excessivos, mesmo depois da obra concluída” (Público, 30 de Junho de 2022).
E para além disso,
“Não é certo (lendo a documentação disponibilizada) que tenha sido realizada uma análise prévia do desempenho do conjunto edificado da Sé, nas condições em que encontrava antes da intervenção, elemento que seria fundamental para o desenvolvimento do projecto estrutural”, escreve a equipa” [da A2P] (Público, 20 de Outubro de 2022).
E,
“Tal como o LNEC já concluíra, os engenheiros [da A2P] consideram que (..) o tal piso -1, não dá suficientes garantias de segurança do muro e do claustro, como tem argumentado a DGPC para justificar a sua construção” (Público, 20 de Outubro de 2022).
Na Turquia e na Síria, um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter provocou dezenas de milhares de vítimas e perdas de cerca de 4 mil milhões de euros. Lamentam-se os erros cometidos na construção e em obras…
Na Sé, a obra é executada e gerida por engenheiros e arquitetos que se desresponsabilizam do estado em que a Sé se encontra...E assim sendo, alguma autoridade ou órgão de soberania pode garantir-nos que a obra em conclusão no Claustro da Sé apresenta níveis aceitáveis de estabilidade sísmica? Em princípio, não.
Mas talvez não seja problemático, pois…
“Obras na Sé de Lisboa entram na fase final, Marcelo sem dúvidas sobre o projecto! (Público, 26 de julho de 2022).
Na mesma ocasião…
“Em nome do Patriarcado de Lisboa, Américo Aguiar saudou igualmente o avanço das obras: “Nós estamos certamente animados.” (Público, 26 de julho de 2022).
“A Sé terá todas as condições para acolher todos os que a queiram visitar, incluindo os muitos milhares que chegam a Portugal daqui a um ano para as Jornadas Mundiais da Juventude” (RTP, 26 de julho de 2022).
“Governo e Presidência lado a lado sobre as obras da Sé de Lisboa com o objectivo claro de ter em 2023 as obras finalmente finalizadas e ainda a tempo das Jornadas Mundiais da Juventude” (TSF, 26 de julho de 2022).
É certo que…
“A obra, inicialmente orçada em 4,1 milhões de euros (..) ao qual se acrescenta agora 2,2 milhões de euros a mais que o Estado vai pagar pela musealização das ruínas da Sé” (Público, 25 de Junho de 2022)
“A Secretária de Estado da Cultura afirma que a conclusão dos trabalhos é fundamental para que não seja forçoso devolver os fundos comunitários que asseguram parte dos custos da obra.” “Não há margem para mais atrasos.” Sé (Público, 25 de Junho de 2022)
Ou seja, as Jornadas Mundiais da Juventude são a prioridade nacional, não só para a Igreja, mas para o Estado português (Presidente, Governo e Administração Pública). Por isso a obra da Sé não levanta (não pode levantar) qualquer dúvida e é preciso acabar depressa, a tempo das Jornadas.
E além disso o Estado não tem dinheiro para gastar com a salvaguarda e valorização do Património Cultural português. Isso é muito caro (mais do que 4,1 milhões de euros!?)! E os recursos nacionais têm de ser conduzidos para o que realmente interessa, as Jornadas Mundiais da Juventude, que custarão 160 milhões de euros.
Ainda bem que em Portugal não se confundem prioridades!
O Património Cultural não tem qualquer valor para as autoridades e órgãos de soberania portugueses. A Igreja é um segundo Estado (mas só nos direitos, pois dever de ouvir os cidadãos ou proteger o Património à sua guarda, não tem, nem assume!).
Se houver um sismo grave em Lisboa, é bem possível que o Claustro da Sé não resista. Só esperamos que, a acontecer, seja depois das Jornadas Mundiais da Juventude, pois isso, sim, seria grave.
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