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[Archport] precariedade em arqueologia

Subject :   [Archport] precariedade em arqueologia
From :   jose sampaio <j.a.sampaio.75@gmail.com>
Date :   Mon, 23 Aug 2021 18:07:37 +0100

Caros colegas,

 

Alguém disse nesta discussão que a resolução passa por denunciar cada vez mais ao sindicato. Mas realmente para que?

O que tem conseguido o sindicato nestes anos pelos arqueólogos que trabalham a recibos verdes em arqueologia preventiva?

Até ao momento não vi grandes alterações desde que sai da faculdade nos anos 90. Já nessa altura se falava em sindicatos, greves e ordens profissionais.

 

No meu entender, o sindicado tem aqui uma oportunidade única de finalmente fazer a diferença. Em vez de trabalhar contra as empresas de arqueologia, deveria antes trabalhar juntamente com elas, de forma a criar condições reais e duradouras de mudança e estabilidade para os profissionais de arqueologia.

 

Porquê o STARQ ainda não promoveu uma concertação social entre as empresas tutela e sindicato? Não seria talvez essa a única forma de as empresas conseguirem em conjunto criar acordos para melhorar as condições salariais?

 

As empresas de arqueologia, assim como os arqueólogos não são ricas. Trabalham mensalmente para conseguir fechar o mês. A margem de lucro nos orçamentos é irrisória e os impostos estrangulam a quase totalidade de dinheiro de tesouraria. 

 

Uma empresa que tente executar o caderno reivindicativo elaborado pelo STARQ teria de aumentar os seus orçamentos para mais de 5.000,00€ mês de acompanhamento arqueológico e mais de 500,00€ do m3 de escavação arqueológica. Uma vez que além de cumprir com o caderno reivindicativo do STARQ, tem ainda de pagar impostos, despesas de escritório, seguros, relatórios, estudo de materiais, publicações, outros funcionários administrativos, deslocações, alojamentos, alimentação. 

 

Nenhuma empresa, por mais boa vontade que possa ter, pode sozinha, aumentar os orçamentos para valores que realmente lhes possibilita dar condições dignas aos seus funcionários e colaboradores externos a recibos verdes. À semelhança dos profissionais de arqueologia, as empresas não dialogam entre si de forma a criar uma associação, ou reais alterações.

 

A única solução passará por uma tentativa do STARQ promover uma concertação social que defina um acordo base entre empresas, sindicato e tutela.

 

José Sampaio

 


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